U M.

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Julho, 2014.

📍 Porto, Portugal.

- Eduardo, o GPS informa que o nosso hotel é por este lado. - a mulher de nacionalidade espanhola avisou o marido que - de imediato - acatou a tácita ordem.

No banco de trás do alugado automóvel, as irmãs Garcia apreciavam a cidade portuguesa - a tão bela e encantadora Invicta -, que se revelara o escolhido paraíso, a fim de disfrutar tão almejadas férias e que inaugurava a visita das mulheres da família a terras lusitanas.

- Continuo a preferir o Caribe como destino. - num tom de voz que apenas permitiu ser escutado pela irmã, Jade afirmou - sentença à qual a mais nova respondeu com um revirar de olhos.

- Por favor, Jade, esforça-te para apreciar o que o pai nos preparou. - a futura veterinária buscou extrair da irmã a comodidade àquelas semanas. - Por ele. - insistiu quando aquela não se mostrou convencida.

- Tudo bem. - acabou por ceder à solicitação de Rúbia.

- Que bonito! - genuinamente encantada, a morena exclamou, puxando a irmã pelo braço para que, juntas, pudessem vislumbrar o pequeno paraíso que a "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta" cidade do Porto manifestava ser.

Largos minutos depois - porque apesar de nacionalidade portuguesa, o homem não era dotado de qualquer conhecimento acerca da aérea metropolitana do norte do país -, o pai da meninas alcançou o edifício hoteleiro que resguardaria os essenciais pertences da família espanhola e lhes proporcionaria todo o conforto e hospitalidade durante aquele curto período de tempo. - o Mercure Porto Centro Hotel.

Educadamente, os turistas foram abordados pelo funcionário do mesmo que, cordialmente, solicitou as chaves do veículo alugado, alegando que trataria do mesmo.

Eduardo depositou a sua confiança no rapaz - que pela sua fisionomia deveria ter cerca de trinta anos -, entregando-lhe o objeto e guiou as mulheres para o interior das bonitas e modernas instalações.

Procederam ao check-in e subiram ao andar indicado deslumbrando-se com a beleza dos quartos e a sua cuidada decoração e limpeza.

Jade atirou-se para a - confortável - cama, extraindo uma pequena gargalhada das cordas vocais da irmã.

O momento das irmãs - estas que partilhariam o espaço dada as idades próximas e, o principal factor, que concentrava na grande união que caracterizava a fraterna relação -, foi interrompido pelo suave toque na porta.

- Entre, mama. - em uníssono, as estudantes do ensino superior concederam autorização à progenitora, não contendo os risos ao observar o pai - ao invés da mãe -, entrar na divisão.

- Estão a duvidar da minha masculinidade? - fingindo-se abismado, o arquitecto inquiriu os rebentos que apenas continuaram a rir.

- Quem somos nós para duvidar da sua masculinidade? - imitou a voz do português aquando do proferir da última palavra, causando risadas a todos os presentes.

- Fico feliz por notar que herdaste o meu sentido de humor. - trocista, o homem luso, igualmente, brincou. - Vamos almoçar, miúdas. - ordenou, acompanhado de um gesto com a mão direita para que as jovens o alcançassem.

Errado | André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora