O movimento dos lábios de André nos seus, conduziram a espanhola a um aprazível retrocesso no tempo. Certamente, a técnica havia sofrido nítidas alterações mas os sentimentos que o internacional português era, manifestamente, capaz de proporcionar na médica veterinária permaneciam os mesmos.
Finalmente, Rúbia estava no lugar onde, verdadeiramente, pertencia.
Os seus esguios braços envolveram o pescoço do pai da filha e as suas mãos elevaram aos rebeldes e castanhos cabelos daquele, agarrando-os com maior força do que a pretendida. No entanto, o atleta lusitano afigurava-se pouco incomodado com o gesto, exprimindo, ao invés, uma total satisfação através do rouco som de aprovação que escapuliu por entre as suas cordas vocais. A sua língua insistiu em entrar em contacto com a da médica veterinária que, no imediato, o concedeu.
Demonstrava-se, cada vez mais difícil, controlar o ardente desejo quando na companhia um do outro.
Completamente embriagada pelo suave aroma - uma mistura do seu cheiro natural com o detergente utilizado na lavagem da roupa - inserido nas caras vestes do jogador portuense e, sobretudo, pelo caminho que a boca dele decidira trilhar pela extensão do seu pescoço, a filha mais nova de Pilar e Eduardo permitiu-se ser orientada pelo tripeiro de coração, ganhando consciência de que se encontrava suportada no confortável sofá, assim que as suas costas colidiram, de forma suave, com o mesmo.
Novamente, autorizou a que fosse o camisola doze da sua equipa do coração a comandar a troca de afagos e deleitosas carícias.
Encontrava-se à completa mercê do próprio.
Os seus constantes suspiros, graves e lentos, expressão de pura languidez eram os únicos que se manifestava capaz de exteriorizar. E André transportou-a para o mais alto nível da loucura, assim que as suas grandes mãos imiscuiram-se no interior dos justos jeans dela, rompendo com a segurança provocada pelo botão e os seus dedos seguraram o fecho, orientando-o até ao fim do seu trajeto e, daquela forma, provocando a abertura total da peça do vestuário.- André... - Em evidentes dificuldades, por consequência das voluptuosas demonstrações de afeto por parte do jovem avançado, a especializada em saúde animal evocou, procurando captar a atenção daquele.
E logo que a obteve, preparava-se para prosseguir com o seu discurso mas o moreno não o permitiu.
- Por favor, Rúbia, não me recordes do quão errado isto é. - Procurando controlar a desregularizada respiração, o primogénito de Anabela e Álvaro rogou, visivelmente, consternado. - Não quando nós estamos onde, sempre, quisemos, cinco anos depois, do adeus que, um ao outro, dissemos. - Parecido ter-se perdido nos seus pensamentos. Não era a primeira vez que tais palavras eram acolhidas nos ouvidos da de Sevilha. Contudo, permanecia como melodia para os mesmos. A sua favorita. Como um disco que, um dia, dela se perdera e, agora, que tinha a oportunidade de o recuperar, não mais o queria parar de escutar.
Com a força que não conhecia possuir, a licenciada medicina veterinária afastou-o, daquela forma invertendo as posições do casal e, com as pernas abraçadas à cintura do português, ela dirigiu-se ao seu ouvido, depositando um beijo provocador naquele antes de sussurrar algo que, certamente, para ela o faria voltar.
- Eu ia dizer-te para me levares para o teu quarto mas... - Num ápice, o avançado ergueu o seu atlético corpo do cómodo sofá, levando-a consigo e, daquela forma, impedindo-a de a concluir com a sua sentença.
A gargalhada da dotada de uns olhos diferentes afigurou-se inevitável, ao mesmo tempo que envolvia os seus braços à volta do pescoço de André, a fim de neles encontrar apoio.
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Errado | André Silva
Fanfic"Tu és perfeitamente errada para mim, Por isso é tão difícil ir embora."