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— M A L I A

Na manhã seguinte, saímos cedo para fazermos finalmente as compras. O baile seria à noite e não possuíamos nada tão chique para a ocasião.

Fomos direto para a loja próxima ao nosso hotel, em busca de algo que nos chamasse atenção. A mesma sensação da noite passada eu estava sentindo novamente. Como se alguém estivesse nos seguindo.

Estava vendo algumas opções de vestidos e minha irmã achou um e foi logo experimentar. Disfarçadamente, olhei para a janela e vi um homem do outro lado da rua, nos observando.

Peguei um outro vestido, próximo às cabines e esperei Marine sair com o dela para avaliá-lo, como a mesma pediu.

— E então? Como estou?

— Linda, Lírio! Com um belo penteado ficará ainda mais magnífica. — Sorrimos e ela se olhou no espelho. — Mamãe teria orgulho de você.

— Assim como de você, irmã. — Olhou para a peça em minhas mãos e me deu uma bronca. — Ainda não o vestiu? Está esperando o que, hein? Anda, anda! Passa!

Reviro os olhos, rindo, e entro na cabine. Começo à me despir e coloco o vestido. Fico me olhando no espelho, esperando algum defeito para que eu desistisse do baile mas, surpreendentemente, não encontrei. Continuei me observando até ouvir uma certa voz conhecida.

— Obrigado, Querida. — Aquele sotaque... Não tinha como esquecer. —Minha irmã iria pirar se não estivesse pronto.

Abro a cortina para vê-lo porém, exatamente como num "passe de mágica", ele sumiu. Maldita velocidade. Ou eu estava enlouquecendo. Não poderia ser real. Seria coincidência demais estarmos no mesmo lugar. Minha irmã tentou falar comigo, assim que me viu, mas desviei.

Fui até ao balcão e perguntei à atendente como era o rapaz que ela acabou de atender. Descreveu-o como: loiro, olhos azuis, sorriso sexy e estilo bad boy. Tive que revirar os olhos com sua descrição mas com certeza era ele.

Quem mais poderia ser?

— Olá?! — Passou a mão em frente ao meu rosto. — Pode me ouvir agora?

— Ah, sim.

— Eu queria dizer que está linda com esse vestido e que ele super combinou com você mas parece ainda avoada.

— Ele estava aqui.

— Ele? Ele quem? Oh, ele. — Concluiu, após entender.

— Se ele estava aqui, é porque vai ao baile.

— Provavelmente. E nós não se demorarmos aqui e não levarmos esses belos vestidos. Precisamos comprar os sapatos e acessórios. Esse baile é a sua chance, irmãzinha! — Brincou e eu preferi ignorar.

— Ok, vamos.

Concluímos as compras e seguimos para a loja de calçados. Demoramos cerca de meia hora para escolhermos e fomos atrás de acessórios também.

Fiquei de maquiar minha irmã e fazer seu penteado então entramos em uma loja de cosméticos para pegarmos o essencial. Ao acabar as compras, decidimos comer algo na rua e voltar para o hotel.

Havia explicado à Marine sobre o suposto perseguidor. Ela também estava atenta e aquilo estava nos tirando do sério. Quando ele menos esperava, nos viramos e o jogamos em um beco próximo. O peguei pelo colarinho e me aproximei em minha forma híbrida.

— Por que está nos perseguindo? — Questionei.

— Não devo explicações. — Rosnei e bati sua cabeça na parede.

— É melhor falar ou minha irmã fará um estrago em você. Não é, irmãzinha?

— Com certeza, Lírio.

— Como eu já disse: não devo explicações. — Ele foi tentar me empurrar e me socar, entretanto, tomei o controle da situação e o mordi.

— E como eu disse: minha irmã fará um estrago em você.

— Espera... Estou te reconhecendo. — O olhei furiosa e o joguei com força em uma outra parede, o fazendo voar. — Ele foi o causador de nosso acidente!

— Cretino! Por sua causa, vivemos longe de nossa família!

— Família? — Riu sarcasticamente. — Que família? Okay, ela era mais sua do que da mais velha aí. Eu acabei fazendo um favor tirando a bonitinha do lar.

— Se refira à mim assim novamente e eu arranco sua perna, te fazendo lembrar de como me arrastou para fora daquele carro!

— Agressiva, gosto.

— Dane-se.

— Escuta, você não terá muito tempo. Amanhã já estará à beira da morte por conta da mordida de minha irmã. Irá nos explicar o porquê disso tudo.

— Não posso, dona. Ele me mataria.

— Ele quem?!

— O chefe. Era para apenas ela ter morrido e ele quase me matou por você estar junto. — Olhei para minha irmã e ficamos pensando em quem poderia ter mandado isso. — O chefe me deu uma segunda chance pois achou que Malia estava morta. Agora que está viva e aqui, iremos terminar o serviço.

— Iremos? — Gargalhei e ele me olhou sem entender. — Você não passará mais de hoje, tolinho. — Sussurro, próxima ao seu rosto e arranco seu coração, colocando em sua mão e o deixando sentado no fundo do beco. Lambi meus dedos, sorrindo. — Vamos, Lírio. Temos um baile para ir.


Mais uma vez me olhei no espelho. Não estava me reconhecendo. Havia terminado a maquiagem, passando um batom nude mais escuro em meus lábios, caprichei no rímel para que destacasse meu olhar, fiz um leve contorno no rosto, apliquei um pouco de blush e iluminador.

Minha irmã se encarregou de meu penteado, fazendo cachos nas pontas, pegando duas mechas e o prendendo atrás, deixando-o semi-preso. Fiz seu penteado, também fazendo cachos e o prendendo em um coque. Sua maquiagem destacava seus olhos e possuía um batom rosado nos lábios.

O vestido de Marine era todo em tom bordô, estilo princesa. Havia ficado perfeito nela, tendo a parte de cima destacado sua cintura e era de mangas compridas. Continha um bordado da mesma cor encima de uma "tela transparente". A parte inferior era lisa e em tecido de cetim. Seus brincos sutis de prata deixava o visual mais harmônico.

Já eu optei por um vestido verde escuro, ombro-a-ombro, com um leve decote na frente e bordado na mesma tonalidade. Valorizava também minha cintura e tinha um lindo caimento liso e acetinado, como vestidos de épocas antigas. Terminei borrifando meu perfume preferido e colocando um par de brincos um pouco maiores e também prata.

Calçamos nossos saltos, pegamos nossas clutchs e dei meu braço à ela para caminharmos em direção ao endereço dado. Chegamos à mansão e a decoração estava deslumbrante. Percebi minha irmã um pouco inquieta.

— Está linda, Lírio. Não precisa desse nervosismo todo. — Sussurrei, sorrindo para a mesma.

— Você também, minha irmã. Bom, ainda acha um baile comum? — Perguntou, sorrindo de lado.

Ía a responder que estava errada até meu olhar se cruzar com de uma pessoa, conversando com desconhecidos por mim e Rebekah. Parece que tudo parou em nossa volta e havia apenas nós dois.

Era ele.

O homem misterioso que me ajudou no dia do acidente e que me transformou cujo qual nunca esqueci.

K.M.

𝐖𝐎𝐋𝐕𝐄𝐒 • klaus mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora