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— N A R R A D O R A

Niklaus estava impaciente em seu escritório. Apoiado na cadeira, batia seu pé constantemente, com a feição séria. Ele e Elijah pensavam qual era o objetivo real de Gaspar querer guerra.

O que Lia tinha de tão importante?

Kol tinha dito que parecia vingança pessoal, após ouvir o relato das irmãs com o homem no beco. Porém, Lia disse que não os conhecia, mesmo tendo um suposto "chefe". Ela não sabia o porquê disso tudo agora.

Freya perguntou se ela tinha cometido alguma chacina, algum homicídio que os levasse à querer vingança. A morena teve que parar para raciocinar. Se lembrou de que conseguia ser bastante impulsiva e que já havia cometido uma série de erros, mas nada a levou até a resposta.

— Não faz sentido ser Lia o motivo disso tudo. Essa dor de cabeça já havia começado muito antes das irmãs chegarem em Nova Orleans.

— Hayley está certa. Não faz sentido.

— Talvez, Rebekah, Gaspar já sabia que elas viriam.

— Mas eu não disse à ninguém, Elijah! Quando liguei para Marine, estava em casa!

— Há uma resposta para isso, só que está confuso demais.

— Pararam para pensar que talvez eles só estejam juntando o útil ao agradável? — Marine disse.

— Como assim, Lírio?

— Eles, de fato, podem querer sua cabeça numa bandeja, irmã. Mas também há algo nisso tudo. Afinal, eles vieram confrontar os Mikaelson e os demais seres sobrenaturais em Nova Orleans. Como chegamos depois...

— Dois coelhos numa cajada só. Quer namorar comigo? — Kol brincou e ambos riram.

— Ai, que dor de cabeça.

— Não se preocupe, Love. Daremos um jeito.

— Niklaus também sabe fazer promessas. — Elijah diz, encarando o irmão de forma desconfiada.

— Eu preciso beber. Licença. — Lia pediu, usando sua velocidade para ir ao Rosseau's.

— E eu irei ao pântano com Hope.

— Te acompanharei, Hayley. Só preciso falar com meu irmão.

— Tudo bem, Elijah.

Todos saíram do escritório de Klaus, o deixando pintar um quadro. Mesmo entretido, sabia que Elijah o observava. Tentou o ignorar, ainda focado em sua pintura. Aquilo pareceu o desconcentrar.

— Dá para falar logo, irmão? Estou ocupado.

— Qual seu interesse na moça?

— Começou.

— Não são políticos, presumo. Gosta dela, então. Tem uma afeição.

— Irmão, não diga bobagens.

— Niklaus, você sente algo por ela desde o dia em que a viu. Afinal, qual seria a lógica por ter a salvado? Poderia tê-la deixado morrer. Estava lá apenas para buscar Rebekah.

— Eu não a deixaria morrer porque...

— Porque...?

— Ela era jovem demais para isso.

— Ah, por favor, irmão! Já matou por muito menos e já deixou pessoas morrerem.

— Onde quer chegar, Elijah?

— Se sente algo por Malia, está tudo bem. É normal sentir e ela parece uma boa moça. Faria de tudo pela irmã e é notável. Lia também pensa que família é poder e ela...

— Acha que ela iria me consertar, não é? — Riu sarcasticamente.

— Acho. Irmão, acho.

— Caroline não me consertou.

— Não consertou porque não era para ser. A senhorita Forbes está bem e feliz com Stefan. O que os dois sentiram foi forte, mas não tanto quanto você e Lia sentem.

— Ela é passado. — Voltou sua atenção à tela.

— Então admite que ficou mexido pela mulher. Irmão, só não quero que perca a oportunidade de ser feliz e a faça sofrer. É notória a química dos dois. Ela é a sua chance de ser amado. Sua chance para a felicidade. Ela é uma boa pessoa. Não deixe seu ego e maldade interferir no que poderia ser uma história de amor.

— Já acabou, Elijah? Estou ocupado.

— Foi um conselho.

— Considerável até mas não pedi. Obrigado.

Klaus continuou seu quadro, ouvindo seu irmão sair e pensando na morena. Seu irmão poderia estar certo mas se recusava à aceitar esse sentimento novamente.

Pegou uma boa quantidade de tinta verde e misturou com um pouco de marrom e amarelo, fazendo uma só cor para o esboço dos olhos de sua musa. Os olhos de Malia Crawford.


A morena já havia bebibo consideráveis copos de Bourbon e vodka. Estava relativamente bêbada, depois de muito tempo sem ficar nesse estado. Camille se questionava se daria mais bebida para ela ou não.

"Ela é uma híbrida. Pode se curar rapidamente. Mas também, não precisa cair alcoolizada por se garantir." – Pensou.

— Já chega, não acha?

— Não, não acho. Há uma suposta pessoa que me odeia muito e que quer minha morte. Eu deveria beber mais até.

— Entendo que esteja furiosa, porém, isso não vai adiantar de nada. Estando bêbada, não irá te deixar mais forte e consciente.

— Mais Bourbon, Camille. — Pediu, a entregando o copo, esperando mais do líquido.

— Não, Camille. Ela voltará para o hotel comigo. — Marine chegou, fazendo a loira agradecer e voltar à atender outras pessoas. — Já chega por hoje, irmã.

— Eu não terminei.

— Não estava planejando passar o resto do dia cuidando de você nesse estado.

— Queria passar com o Kol, né?

— Não fale bobeira.

— Eu percebi o clima entre vocês. Na verdade, todo mundo. — Riu.

— Assim como sentimos entre você e Klaus?

— Agora, você está falando bobeira.

— Vamos embora.

Marine pagou pelo consumo da irmã e voltaram para o hotel. A mais nova cuidou de Lia, a colocando para dormir. Toda aquela história estava a deixando de cabelo em pé e de mãos atadas.

Decidiu sair um pouco para respirar ar puro e andar pelas ruas movimentadas de Nova Orleans. Marine achou uma floricultura e comprou flores, suas favoritas. Lírios. Não esperava ser vigiada por Kol, do outro lado da rua.

Ela tinha um leve sorriso no rosto, segurando as flores. Passou em uma doceria e comprou algumas guloseimas para ela e a irmã. Pensou que Malia ficaria com fome depois de acordar.

Kol estava encantado pela menor. Fascinado. Era como se estivesse enfeitiçado. Ela havia despertado algo nele. Um sentimento antigo e totalmente guardado. Algo que ele achou jamais sentir novamente depois de séculos. Ou talvez, nunca tivesse sentido de fato e a jovem fosse a única.

Havia Kol se apaixonado à primeira vista por Marine?

𝐖𝐎𝐋𝐕𝐄𝐒 • klaus mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora