Glitter and gold

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 - Por que eu não sinto minhas pernas? - Alec gritava, tentando se debater enquanto as mãos de Clary tentavam contê-lo - Eu não consigo movê-las... por favor, me ajude, eu quero levantar.

 - Alec, para que eu possa te ajudar você precisa me deixar examiná-lo, precisa manter a calma. Você pode fazer isso?  - Ela diz pacientemente, sem tirar as mãos de seus ombros.

 - Por que eu estou aqui? O que houve? Eu não consigo me lembrar de algumas coisas... algumas pessoas. Eu preciso que alguém me diga o que está acontecendo comigo. 

 - A sua memória pode ter sido um pouco comprometida mas vai voltar gradativamente, foi um impacto e tanto, você ter sobrevivido foi quase um milagre. Mas talvez eu não seja a melhor pessoa para lhe contar. Magnus está lá fora, eu vou chamá-lo assim que...

 - Magnus? - Alec pergunta franzindo o cenho. 

 Clary o encara com os olhos ligeiramente arregalados. 

 - Você não se lembra dele? - Ela pergunta enquanto examina os papéis em sua prancheta. 

 - Eu me lembro desse nome. Pode parecer maluco, mas quando eu estava... em coma, parecia um sonho, e eu chamava esse nome. Magnus. Quem é ele?

 - Ele é seu namorado, Alec. Ele ficou ao seu lado durante todos os dias em que você estava em coma.

 - Oh... - Alec não conseguia pensar em mais nada a se dizer. 

 Clary demora mais alguns minutos para terminar os procedimentos padrões e anota algumas coisas em um formulário médico em silêncio, enquanto milhões de perguntas rondavam  cabeça de Alec. 

 - Eu vou chamá-los agora. Sua família. Tudo bem pra você? - Clary pergunta num tom gentil. 

 - Eu quero Magnus. - Alec diz simples.  

 Não entendia o porquê. Apenas precisava vê-lo, mesmo que não lembrasse. Afinal, eles ainda eram namorados. 

 Clary sai do quarto após dar um leve aceno de cabeça, deixando Alec ainda um pouco atônito com os próprios pensamentos, que ameaçavam puxá-lo para um buraco negro, do qual ele talvez jamais retornasse. Ao ouvir a maçaneta girar, o garoto tenta se arrumar na cama, mas suas pernas não colaboravam.

 A porta se abre, e Alec poderia jurar que nunca teria visão mais bonita que aquela. Poderia jurar que nenhuma outra pessoa no mundo seria portadora de beleza como aquela.

 Um homem, provavelmente de origem asiática, Alec notou, exibia um olhar inebriante, sua íris era de um dourado esverdeado sutil, assim como o delineado e um leve toque de glíter, dando um contraste perfeito com a pele morena. Suas maçãs do rosto eram marcadas, e, por sua expressão corporal, Alec também notou o quão tenso ele estava. Ele mordia internamente as bochechas enquanto caminhava até próximo a cama, mas em vez de sentar-se na poltrona, permaneceu de pé, com os olhos fixos em Alec. De repente, o monitor que indicava a frequência cardíaca começou a apitar, mostrando os batimentos acelerados de Alec diante da presença daquele homem. Alec cora enquanto o outro sorri pequeno. 

 - O meu também está assim - ele diz, com o sorriso sumindo gradativamente - C-como você se sente? 

 - Bem, eu acho... na medida do possível - Alec responde tentando sustentar o olhar em seus olhos, não em sua boca - Você... Eu...?

 Alec percebe ele contrair a mandíbula. 

 - Clary me contou que você não se lembra... tudo bem, suas lembranças voltarão com o tempo. 

 Ele realmente acreditava naquilo, mas pensar no fato fazia seu coração ruir. Saber que naquele instante Alec não se lembrava ele de seus momentos juntos, de sua história, o estilhaçava, como um prato sendo jogado contra a parede. 

 - Magnus... - ele tremeu o ouvir seu nome sendo pronunciado na boca do garoto, a sensação familiar puxando as cordas de seu coração - Me desculpe. 

 Magnus franze o cenho e puxa a poltrona, sentando-se de frente para Alec.

 - Pelo que pequen... Alec? 

 - Por não lembrar de você. Quer dizer, eu sei que nós éramos... somos namorados. A única coisa que eu me lembro é o seu nome. Eu quero me lembrar mas é como se tivesse um muro entre mim e minhas lembranças. Eu quero me lembrar. Quero me lembrar de você.

 - A culpa não é sua, não precisa se desculpar - Magnus, meio hesitante, pousa sua mão sobre a de Alec, que sente arrepios percorrendo todo seu corpo - Eu vou te ajudar a lembrar. 

 - E minhas pernas... eu não consigo...

 - É temporário. Você vai voltar a andar, eu prometo.

 Alec, ainda com os olhos fixos nas mãos unidas, não consegue evitar de sorrir. As palavras de Magnus faziam parecer verdade, como se com ele o peso dos problemas fosse diminuir. 

 ''Vejo como me apaixonei por você. É impossível  não se apaixonar.'' Alec pensou.

 - Alexander... - O tão familiar apelido despertara algo que Alec não sabia como explicar, quase como uma lanterna lutando para acender, puxando as cordas de seu coração. - Olhe pra mim, por favor. Eu sei que você está muito confuso agora, eu posso te ajudar. Me pergunte o que quiser saber. 

Alec levanta a cabeça.

 - Eu tenho família, certo? Eles estão aqui?  - ele questiona.

 - Acalme-se. Sim, você tem família. Isabelle e Jace são seus irmãos, eles o amam muito, e ficaram aqui no hospital comigo o tempo todo enquanto você estava... em coma. Maryse é sua mãe e Robert é seu pai - Magnus suspira enquanto Alec o escuta atentamente.

 - Eles são bons? 

 - Jace, seu irmão adotivo e Isabelle são algumas das pessoas que você mais ama no mundo. Eles sempre te protegeram, o relacionamento de vocês sempre foi algo que eu admirei. Isabelle pode ser um pouco teimosa e obstinada... assim como você, ela faz de tudo pelas pessoas que ama. Jace também, ele sempre foi muito protetor. É quase como se vocês dois fossem mais do que irmãos, como se dividissem instintos, algo mais forte que um laço humano. 

 Alec sorri.

 - E meus pais? 

 Magnus fica tenso, ponderando se aquele era realmente um assunto apropriado ara o momento. 

 - Robert nunca aceitou muito bem nosso relacionamento, era uma coisa conturbada, parte do motivo pela qual você veio morar comigo. Maryse é uma ótima mãe e te ama muito, mas acaba sendo submissa demais. 

 - Eu moro com você? - Ele pergunta, como se tivesse processado apenas aquela informação.

 - Sim. Eu entendo se não quiser voltar pra lá comigo, nós podemos achar um lugar...

 - Eu quero - Alec interrompe, com um pouco de afobação, arrancando um sorriso de Magnus, ao qual Alec não conseguiu evitar sorrir.

 - Certo. Bom, eu sou fisioterapeuta, posso falar com a Clary para que você tenha suas sessões comigo. Isto é, se estiver tudo bem pra você, se não se sentir confortável, não há problema algum. 

 - Isso seria ótimo - ele sorri pequeno - agora... como isso aconteceu? - ele pergunta, apontando para si próprio. 

 Magnus respirou fundo, e então contou.


                                                  ***


Er... oi gente, perdoa a demora, minha rotina tá muito pesada e eu não tenho tido muito tempo pra escrever, perdoa os erros também, vou revisar assim que der e vou me esforçar mais, juro.

Deixem seu voto ae






The cruelty of hope (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora