Reencounters

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 - E o que aconteceu com ele? - Alec pergunta, franzindo o cenho. 

 - Fugiu. A polícia ainda continua com as buscas - a voz de Magnus soava cada vez mais falha, e Alec pôde perceber o quanto aquelas lembranças o machucavam. 

 Suas mãos permaneciam  entrelaçadas, a íris azul de Alec brilhavam mais, agora marejada. 

 - Me perdoe, Alexander - Magnus diz, sem ter força suficiente para levantar a cabeça e encará-lo.

 Alec fita suas mãos, cujo gesto permanecia sendo o mais íntimo desde que ele acordara do coma. Naquele momento, tudo o que quis foi abraçar Magnus e dizer-lhe que não era sua culpa, que tudo ficaria bem. Cada átomo de seu corpo confirmava isso. Ao lado de Magnus ele se sentia seguro. Sabia que dali pra frente nada seria como antes, sabia que as dificuldades teriam um peso grande demais, mas sabia também que teria Magnus  por ele, que se ele caísse do penhasco, Magnus estaria lá para segurá-lo. Aquilo era suficiente. 

 Ele aperta um pouco as mãos até que os nódulos dos dedos fiquem brancos. 

 - Magnus, eu teria morrido naquela noite se não fosse por você. Eu devia te agradecer, não você me pedir perdão. 

 Magnus aperta os olhos e respira fundo. 

  - Nós vamos passar por isso, okay? Juntos. Eu juro - ele tenta sorrir - juro por nós.

 Alec franze o cenho. Parecia um déjà vu . Tinha certeza que já havia ouvido aquelas palavras antes, apenas não se lembrava. 

- Por nós? Por que por nós? 

 - Porque não há nada em que eu acredite mais.

  De repente a porta se abre, revelando uma pequena nuvenzinha de cabelos ruivos.

 - Sua família gostaria de vê-lo, Alec. Eu lhes disse que talvez fosse melhor descansar, tudo bem se não estiver pronto...

 - Eu quero vê-los, só... me dê alguns minutos, okay? - Alec pede, vacilante. 

 - É claro. 

 Alec encara Magnus com olhos pedintes.  

 - Você pode ficar ao meu lado? quero dizer... quando eles entrarem. Eu me sentiria mais seguro com você ao meu lado. Sei que são minha família mas...

 Magnus sorri pequeno. 

 - Não sairei do seu lado.




 *** 




Primeiro entra Maryse, seguida por Isabelle e Jace, e por último Robert, o qual olhava estranhamente para Alec, mas permanecia atrás de todos. Magnus ficava ao lado de Alec durante todo o tempo, segurando sua mão, como se dissesse mudamente que ele não se afastaria. 

 Maryse é a primeira a se aproximar da cama, quase se desfazendo em lágrimas. 

 - Meu filho... - ela murmurava entre soluços - eu estava com tanto medo... Eu posso te abraçar?

 Alec, meio sem jeito, se desvencilha  de Magnus enquanto Maryse se aproxima e envolve seus braços timidamente ao redor do pescoço do mais novo. Alec se sentia estranho. Os soluços baixinhos chegavam aos seus ouvidos e as lágrimas molhavam sua roupa de hospital. 

 Izzy se aproxima e a mãe lhe dá espaço.  A garota praticamente se joga sobre ele, seus dedos se agarravam freneticamente aos cabelos da nuca do irmão, que, timidamente, passa os braços ao redor de sua cintura. Não podia ver seus olhos mas sabia que ela estava sorrindo. Sentia uma sensação familiar, algo despertava em sua memória sensorial.  

 No canto da sala, Magnus encarava Robert. Sua expressão era indecifrável. Seus olhos eram vazios e seus músculos estavam tensos.

 - Sai pra lá Izzy - Jace disse ao se aproximar e dar uma cotovelada na irmã - é a vez do irmão favorito.

 Alec sorriu e revirou os olhos mecanicamente, gesto que Jace apreciou. Ele se inclinou sobre o mais velho, lhe dando um perfeito abraço de urso. Em seguida bagunça seus cabelos escuros, arrancando um riso de todos, exceto de Robert, e uma cara amarrada de Alec. 

Jace se afasta, ainda com um sorriso torto.

Alec encara Robert pela primeira vez e um arrepio lhe percorre  a espinha, Não foi como os outros, cujos abraços lhe passavam tranquilidade. O simples fato de encará-lo o amedrontava, o fazia querer fugir dali. Magnus nota sua tensão e toca seu ombro, numa tentativa de lhe passar segurança. 

 Seu pai não sorriu. Maryse  encara o marido.

 - Robert... não vai falar com seu filho? - ela pergunta e todos os olhares da sala caem sobre ele.

 Sem dizer qualquer palavra e ainda sem expressão, Robert sai da sala. Magnus se aproxima de Alec, com seus olhos lacrimosos. 

  - Meu pai... ele não... 

 - Aquele desgraçado... - Jace diz entre os dentes.

 Em seguida sai do quarto, batendo a porta atrás de si. Maryse vai atrás dele, assim como Isabelle, deixando Magnus e Alec em um silêncio ensurdecedor.  





 Perdoa o capítulo curto e não desiste de mim :)

Vou começar um novo agora





The cruelty of hope (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora