Capítulo 10

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"Pegue-me, sou a droga; pegue-me, sou alucinógeno."

                                      Salvador Dalí


Atena Swan


Quando eu disse que queria distancia de Forks, eu não estava brincando. Depois de atravessar praticamente os Estados Unidos todo, em uma viajem de carro de dois dias seguidos , aqui estava eu, em New Orleans. De Washington a Luisiana.

Escolhi essa cidade por ser famosa por suas festas, afinal estou procurando por diversão e distração. E por tudo que escutei sobre esse lugar, vou encontrar isso e muito mais. Assim que eu coloquei os pés na cidade, senti uma sensação boa, como se aquele fosse o lugar certo para mim.

Cheguei na cidade quando estava anoitecendo. Procurei por hotéis baratos e acabei escolhendo o Historic Streetcar Inn, que era um hotelzinho de 2 estrelas perto do quartel francês. Não estava procurando luxo, só queria um lugar pra dormir.

Antes de sair do hotel, fui até a recepcionista para perguntar lugares legais de conhecer por aqui. Ela me indicou ir ao bairro francês , lá era onde se concentrava as festas noturnas, mais precisamente na rua Bourbon Street , onde tem clubes de jazz, restaurantes cajun e bares ruidosos que servem cocktails fortes. 

Fui andando mesmo, porque não ia ter como eu voltar dirigindo. Em alguns minutos cheguei na tão famosa Bourbon Street, e a mesma estava lotada de pessoas rindo ente si. Pessoas andando em todas as direções. 

Entrei em um bar onde a movimentação não estava tão grande e pedi uma cerveja. Em segundos o garçom gatinho me trouxe e foi atender as outras pessoas. Observava as pessoas em quanto bebia minha cerveja, queria ver qual dos clubes ali era mais frequentado. 

Tomei a decisão em qual ia. Paguei minha cerveja e sai do pequeno bar. 

Dentro do lugar tocava uma musica alta, a pista de dança estava lotada. Conseguia ver pessoas fumando e bebendo em todo o lugar. Localizei quem estava vendendo as drogas e fui em sua direção. Fazia tempo que eu só estava me contentando com o cigarro, estava com vontade de ligar o foda-se para tudo, de mantar tudo e todos para puta que pariu. Cansei de me importar com as outras pessoas.

- Eai gatinho, tem o que pra mim hoje? - dei em cima do traficante, mesmo ele sendo uma das pessoas mais feias que eu vi em toda a minha vida.

- A gatinha ta procurando o que? Tem de tudo aqui pra você minha lindo.- Ele sorriu, e uma fileira de dentes amarelos apareceu.

- Alguma coisa forte, que me faça esquecer de toda essa merda.

- Tenho uma parada certa pra você então.- Ele sorriu, e de dentro da jaqueta tirou um baseado já enrolado. E me ofereceu.

- E quando essa belezinha ai vai me custar? - Sorri me aproximando dele.

- Como é pra você minha dama, vou fazer esse de graça, por conta da casa.

Agradeci e peguei o baseado, pedi para ele acender. Dei uma tragada e soltei a fumaça devagar, aproveitando a sensação. Me despedi do traficante que estava olhando fixamente para minha boca e sai dali antes que ele mudasse de ideia e quisesse algo em troca.

Fui em direção ao bar e pedi o drink mais forte deles. 

Na pista de dança eu intercalava entre fumar e beber, enquanto dançava. Comecei a sentir o meu corpo mais leve, parecia que iria flutuar a qualquer momento. Tudo começou a rodar e do nada eu senti alguém me agarrando e puxando o meu corpo. Percebi que era uma homem, pela forma brusca que fui puxada. Sem tem forças para me soltar, fui sendo levada para o lado de fora do estabelecimento. Conseguia ouvir as pessoas rindo e e andando a minha volta. Virei o rosto para ver quem estava me levando, e era aquele traficantizinho de merda. O filho da buta deve ter me dado a porra de um baseado batizado. 

Puta que pariu! Só me meto em merda nesse caralho de vida, que porra! Juntei o força que eu ainda tinha e tentei me soltar, só que o vagabundo me agarrou mais forte.

- Calma linda, aonde você tá querendo ir? Vamos nos divertir, vai ser legal. - Ele sussurrou no meu ouvido, senti uma vontade de vomitar com o cheiro que veio da boca dele. Para falar tanta bosta assim, a boca tinha que ser um cú mesmo.

- Me solta cacete! Não quero nada com você não porra! - Falei irritada, mas minha voz saiu como se eu tivesse acabado de acordar, por causa do efeito da droga.

- Você não achou que o baseado ia ser de graça né, anjinho? Você não foi a primeira nem será  a ultima, que tenta jogar charminho pra cima de mim, a diferença é que as feias pagam com dinheiro e as bonitas de uma forma muito mais prazerosa.- Ele disse cheirando meu pescoço.

- Vai se fuder, seu puto!

- A putinha ta com a boca muito suja pro meu gosto, mais pode deixar que eu vou te dar um trato bem gostozinho.

Já tava vendo que eu ia me fuder legal. Pelo visto não tenho sorte em nenhum lugar que eu vá, devo ter feito muita merda na minha vida passada e to pagando tudo nessa encarnação. Vi que estávamos entrando em um beco, quando do nada fui jogada na parede e cai no chão. Bati a cabeça tão forte que senti o sangue escorrer pela minha testa.

Já tava xingando aquele merda de todos os nomes possíveis, mas vi que não tinha sido ele. Já que ele estava na minha frente, todo torto no chão, com os olhos abertos e o pescoço cheio de sengue. Ele estava morto.

E percebi que seria a próxima, já que o homem que estava parado perto do corpo do traficante estava vindo em minha direção. Mesmo com a visão já escurecendo, consegui ver as íris douradas, como as de um lobo e veias pretas em baixo dos mesmos, e a esclerótica que deveria ser branca, estava totalmente preta. Mais a baixo, a boca com presas se fazia presente, toda suja de sangue.

Foi olhando parara aquele homem vindo em minha direção que tudo escureceu e eu apaguei. Pelo menos quando ele for me matar, não vou estar consciente.

Dormindo sempre me pareceu uma boa forma de morrer. 



Votem e comentem!!!!

Não usem drogas galera!


𝑨𝒍𝒎𝒐𝒔𝒕 𝑷𝒆𝒓𝒇𝒆𝒄𝒕 𝑹𝒆𝒗𝒆𝒏𝒈𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora