Coração de Ouro. Esse é o nome da nave, a nave que Zaphod "adquiriu" para si. Definitivamente, a nave mais avançada do universo até então. Nela, havia um Gerador de Improbabilidade Infinita, que, na verdade, nem os criadores conseguem explicar direito como esse gerador funciona. Foi bem aleatório mesmo. O que se sabe, até então, com uma afirmativa de 100%, é que ele é muito útil, principalmente em situações um tanto quanto complicadas (como 90% das situações que Zaphod se envolvia).
Marvin. O robô mais depressivo que poderia se imaginar. Ou nem se pode imaginar. Pior do que aquelas pessoas que sempre que conversam com você estão resmungando sobre algo. E sabe por que é pior? Porque você não precisa estar conversando com ele para ele resmungar sobre algo. Marvin estava a todo momento resmungando, em cada canto, sobre alguma coisa. Se não era sobre qualquer questão humana de Arthur ou Trillian (agora também Annie), era sobre qualquer outra coisa aleatória que acontecesse. Por exemplo, às vezes ele gostava de reclamar da sua própria inteligência.
– Não sei pra que eu tenho uma inteligência tão grande. Eu não uso pra nada. Só pra ficar pensando o tempo inteiro e me deprimindo mais. Tipo agora. Eu tô pensando demais. Meus circuitos eletrônicos não param. Eu queria usar isso pra alguma coisa, mas só sirvo pra ficar ouvindo as barbaridades das duas cabeças de Zaphod, do maluco do Ford e agora desses humanos. Eu não aguento mais isso!
– Ah, isso vai passar. Quer um chá com leite? - disse o computador da Coração de Ouro.
– Além de dizer o absurdo de que “isso vai passar”, ainda vem me oferecer esse troço estranho que esse tal de Arthur trouxe do planetinha dele, que, caso você tenha se esquecido, estraga meus circuitos eletrônicos, já que, infelizmente, eu sou um robô! Isso só pode ser brincadeira...
– Me desculpe, havia me esquecido que você é um robô. Às vezes não parece.
– É, é esse troço chato chamado "sentimento" que colocaram em mim. Eu nunca pedi que colocassem nada. Só queria ser um robô normal que fizesse coisas inteligentes, não uma cópia desses seres com cérebro só que, ao invés de um cérebro, com circuitos eletrônicos muito mais inteligentes. Isso é desperdício!
– Eu acho que vou pedir um chá com leite. Você quer, Trillian? - diz Arthur, se aproximando do Computador.
– Lá vem! De novo, esses humanos, sempre me interrompendo!
– Ah, desculpa Marvin, pensei que estivesse falando sozinho.
– Não, não estava. Eu estava falando com o Computador.
– Estava? Comigo? Me desculpa, eu tava jogando meus joguinhos internos, até que são legais.
– Não é possível! Nem esse Computador me escuta mais. Desisto. - Marvin sai com raiva da sala, em direção a qualquer lugar que estivesse vazio.
– Hm, robôs são complicados mesmo. Mas enfim, me vê um chá com leite bem quentinho por favor, Computador?
– É pra já! Trillian vai querer?
– Faz três, vou levar pra ela e Annie.
– Ah! Annie! É nova por aqui?
– Sim, é humana, como eu, veio com Slartibartfast esses dias.
– Puxa, que legal! Depois quero conversar com ela, programei uns jogos novos aqui, estão bem legais. Ah, o chá tá pronto!
– Depois eu chamo ela pra você conhecer. Obrigado pelo chá!
– Por nada! Posso me desligar?
– Claro!Chá. Arthur sai com as três xícaras de chá com leite numa bandeja, indo a encontro de Trillian e Annie, que estavam na sala de jogos.
– Quero ver você pegar essa daqui!
– Isso é injusto, você é mais velha que eu!
– Por isso mesmo eu disse que quero ver você pegar, hahaha!
– Vai, manda!
– Pah!
– Uoou, essa foi forte, não deu mesmo Trillian.
– Tudo bem, a gente tem muito tempo pra ficar treinando, um dia você vai ficar fera nisso!
– Jogando críquete? - pergunta Arthur.
– Aham, tô tentando ensinar Annie.
– Eu sempre assistia com meus pais, mas nunca joguei.
– É, o bom é que aqui tem esse mini campo instalado, foi só aqui que eu aprendi com Trillian também.
– Ah, eu costumava jogar muito nos Jogos Escolares. Sempre me chamaram para os times porque eu sabia melhor as técnicas. Meu pai me ensinou.
– Hm, eu não sou assim. Na verdade, sou horrível em qualquer esporte.
– Até que você está indo bem no críquete, Annie. Eu estava assistindo e vi que você joga bem melhor que eu...
– Ah, Arthur, eu não acho que jogue melhor que você. Você é adulto, eu ainda sou quase uma criança.
– Arthur não é nem um pouco bom em esportes, acho que ele é melhor em ensinar primitivos da Terra II.
– É incrível como tem de tudo nessa nave. Tipo, tem um computador que faz chá com leite e mais um zilhão de coisas, um Gerador de Improbabilidade Infinita, um mini campo de críquete, e olha isso, até um robô depressivo que fica resmungando pelos cantos! - Annie diz apontando para Marvin, que estava, obviamente, reclamando sobre alguma coisa num dos cantos da sala de jogos.
– Mas o que foi agora? Por que então olhando pra mim? Não posso nem reclamar mais? É por isso que eu disse que um dia eu vou sumir e só depois disso vão sentir minha falta!
– Uau, o Marvin parece minha mãe.
– É, já estamos acostumados com isso, todo dia a mesma coisa.
– Daqui a pouco você se acostuma também.Direção. A direção da nave, para onde estava indo?
– Olá a todos, bom dia!
– Slartibartfast, você sabe que, no universo, não vai ter divisão de dia e noite.
– Eu sei, mas é que acabei de acordar.
– Ah, sim...
– Sabem pra onde vamos agora, criaturas?
– Hm?
– Vamos migrar em um novo universo
– Qual?
– O universo de Star Wars!
– É O QUÊ?
– Calma Annie, já está tudo marcado, você vai conhecer todo mundo.
– UAU!
– Agora, sentem-se, apertem os cintos, se preparem, porque vamos ao infinito e além! (Mais especificamente, para Star Wars e além!).
– SÓ VAMOS!
– Vamos lá, estamos prontos.
– O Fast é louco mesmo, mas vamos.
– Tem que ir, como sempre. Esses malucos que só gostam de se meter em encrenca.
– Beleza galera, vamos acelerar!
Vuuuum!
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Reality?
AléatoireO que é realidade? Até que ponto ela vai? Como perceber o real e o irreal? Conheça a história de Annie, uma menina que tinha, até então, uma vida normal, como a dos leitores dessa história. Tudo isso muda quando ela conhece Slartbartfast (ou Slartib...