A madre diz para Tamara que ela não tem chamado pra ser freira

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Tamara lancha sozinha triste. A Madre vê a Tamara lanchando sozinha e senta do lado dela.

- Tá sozinha porque? Suas amigas de quarto estão reunidas e você veio pra cá lanchar sozinha!

- Tem hora que a gente precisa de ficar só. Eu já durmo e acordo com elas no mesmo quarto. Então preferi me afastar um pouco.

- Elas estão te tratando bem?

- Elas são um amor.

- Sabe o que eu acho? Eu acho que você não tem chamado pra ser freira. Você veio se esconder atrás dessas roupas pra ver se consegue esconder a dor que sente por ter perdido seu amor. Isso não se chama chamado pra ser freira e sim um paliativo pra sua dor. Isso é a observação de uma mulher que vive anos nesse meio e conhece quem tem vocação e quem não tem.

- É só falta de costume, mas eu vou melhorar. Em breve eu me acostumo, a senhora vai ver.

- Se acreditar nisso te traz mais segurança, tudo bem, mas não é o que vai acontecer. Mas mesmo assim sinta-se a vontade, mas não muito a vontade.

As duas riem. A madre levanta e vai pra cozinha. Tamara pensa em João e as lágrimas caem dos seus olhos. Edna de longe vê a amiga de quarto chorando e senta do lado dela. Edna com uma voz soprano e bem afinada canta pra amiga.

- E ainda se vier, noites traiçoeiras, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo. O mundo pode até, fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo.

Tamara chora e ri ao mesmo tempo, Edna abraça ela. As outras meninas que estão estudando para ser freiras se aproximam e continuam cantando numa só voz.

- E ainda se vier, noites traiçoeiras, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo. O mundo pode até, fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo.

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