Capítulo 3

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Ruggero narrando:

Quando vi a Karol jogada na neve eu achei que ela apenas caiu e nada mais, porém quando vi que ela estava imóvel eu realmente comecei a me preocupar.

— Karol? – me aproximei preocupado desprendendo as botas dos skis e me abaixei perto dela.  – Ei, Karol, fala comigo! – a virei com cuidado erguendo seus óculos percebendo que ela estava desacordada. Meu corpo ficou parado por um segundo e em seguida um choque de adrenalina e preocupação me atingiu. – Alguém chama a ambulância! – gritei chamando atenção de algumas pessoas em volta, passei minhas mãos tirando o excesso de neve de seus cabelos e roupa.

Mike e Jorge se aproximaram correndo já sem suas pranchas de snowboard, meu amigo cacheado se aproximou ajoelhando ao lado do corpo de Karol.

— Ela tá respirando? – perguntou preocupado aproximando os dedos embaixo do nariz dela. – Vê os batimentos! – me pediu. Puxei a manga do casaco dela para cima pressionando dois dedos em seu pulso.

— Pulsação está fraca, a pressão dela deve ter caído.

— KAROL! – Agus e Lina se aproximaram correndo já sem nenhum equipamento. – O que aconteceu? Já chamaram a ambulância? Meu deus, a tia Caro vai me matar! – ele falava rápido, puxando levemente os cabelos.

— Já liguei para ambulância! – um homem se aproximou e pela roupa era um funcionário do local. Temos que tirar os skis do pé dela, mas tenho medo de que ela tenha fraturado algum osso na queda. Não mexam muito nela. – pediu se virou para as pessoas que formavam um montinho em volta. – Peço por gentileza que se afastem a situação não é uma das melhores e não quero que piore.

— Karol, ei. – acariciei sua bochecha avermelhada pelo frio. – Acorda, por favor! – supliquei não obtendo resposta.

Vi os paramédicos se aproximarem com uma maca depois de um tempo, eles tiraram as botas dos pés da baixinha de olhos verdes, constatando que não havia quebrado nenhum osso.

— Alguém vai acompanhar? – um dos paramédicos perguntou enquanto os outros dois levavam a maca para dentro da ambulância.

— Eu! – Agus levantou os braços acompanhando o homem até dentro do carro. – Me encontrem lá. – ele pediu.

Lina passava a mão no rosto tentando secar as lágrimas que escorriam sendo amparada por Jorge que a abraçou. Mike passou a mão pelos cabelos suspirando claramente preocupado e eu? Bom, eu ainda estava em choque, não sabia como reagir, não sabia qual era a gravidade do assunto. Meu peito estava apertado e ver ela naquele estado me despertou algo que eu nunca tinha sentido.

Karol é uma mulher incrível e eu com certeza me senti atraído pela beleza e pela personalidade dela, nunca conheci alguém como ela. Com essa vida de artista eu estou sempre rodeado de pessoas interesseiras que só querem saber de fama e dinheiro, quando eu a conheci ela não pediu para tirar foto, na verdade ela nem ligou para minha existência ali no restaurante. Eu me sinto hipnotizado pelos olhos verdes dela e quando os mesmo se direcionaram aos meus pela primeira vez eu senti uma onda de calor passar por todo o meu corpo, foi como se o tempo parasse e existisse somente eu e ela. Deve ser isso que as pessoas clichês dizem quando se apaixonam, mas não tenho certeza se estou realmente apaixonado ou se estou apenas atraído por ela.

— Ruggero! – Mike estalou os dedos em frente ao meu rosto. – Vamos. – me puxou e eu o segui ainda meio atordoado.

— Você está bem? – Jorge me perguntou assim que entramos no carro, respondi com apenas uma afirmação de cabeça e ele deu dois tapinhas em meus ombros. – Vai ficar tudo bem. – ele afirmou com convicção e eu queria saber como ele tinha tanta certeza.

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐅𝐚𝐦𝐨𝐮𝐬 || 𝐑𝐮𝐠𝐠𝐚𝐫𝐨𝐥 Onde histórias criam vida. Descubra agora