Quando cheguei à sala de espera novamente, havia um médico conversando com Mike, Agus, Valentina, Lina, Caro, Guillermo e Miguel. Agustín escutava atentamente cada palavra do homem, sequer piscava. Era assustador.
— Não sabemos ainda qual será a sequela, seria um milagre se ela saísse sem nenhuma. – escutamos o médico dizer.
— E quais são as possíveis sequelas? – Miguel tomou frente como um verdadeiro pai preocupado.
— Perda de memória, perda da audição do ouvido esquerdo ou até perda dos movimentos do braço e perna esquerda.
— Meu Deus! – Caro tampou a boca deixando novamente as lágrimas caírem e eu suspirei frustrado. Mais essa agora.
— Tem previsão de quando ela irá acordar? – foi a vez de Guillermo perguntar.
— Ainda não, ela está sedada e possivelmente em um coma.
— Como assim possivelmente em um coma? Que merda de médico é você que não tem certeza do estado dela? – Agus esbravejou se não fosse por Lina segurando seu braço ele teria avançado no homem.
— O estado da senhorita Sevilla é delicado, cérebro é uma parte difícil de cuidar, estamos monitorando cada atividade cerebral e cuidado para que não haja uma morte! Estamos fazendo de tudo! – o médico explica com paciência.
Eu precisava acreditar.
— Eu confio em sua capacidade, doutor! – minha voz saiu mais confiante do que eu imaginava. O médico olhou para mim e sorriu acenando. – Traga minha namorada de volta! – supliquei.
— Farei tudo ao meu alcance! Vou voltar lá e monitorar ela de perto! Com licença.
Ele saiu deixando o silêncio e todos nós encaramos uns aos outros. Caro suspirou mais uma vez, visivelmente cansada, Miguel se aproximou dela e a abraçou em um momento íntimo deles de oração pela única filha.
Karol irá ficar bem! Eu tenho certeza que sim. Eu preciso disso!
[...]
Era por volta de meio dia, meu corpo doía por eu ter dormido de mau jeito nas cadeiras desconfortáveis da sala de espera. Somente eu e Miguel estávamos aqui, o resto do pessoal foram para o hotel descansar, Agustín foi com muito custo e manha por parte de Lina. Eu o entendia, quase entrei em defesa dele, se não fosse pela cara de sono e o fedor.
— Horário de visitas da UTI!
— Pode ir, eu sei o quão ansioso você está para vê-la! – Miguel sorriu dando um leve tapinha em meu ombro. Levantei-me e o olhei agradecido. Segui até a área da UTI e mostrei meu crachá de visitante para o segurança, minhas mãos tremiam e eu sentia meu estômago dar um giro dentro de mim. Jesus, que nervoso!
O segurança liberou a minha passagem e de mais duas moças, nós entramos juntos e cada um seguiu lados diferentes.
Eu a vi.
Ela estava com a cabeça enfaixada e havia um tubo de respiração em seu nariz. Por quê? Ela não estava conseguindo respirar sozinha? É pior do que eu imaginava.
Aproximei-me relutante e puxei uma cadeira para me sentar perto dela.
— Oi. – sussurrei. Eu tenho esperança de que ela pode me escutar. – Eu queria tanto ver esse seus olhos verdes! – segurei sua mão e mirei a máquina que indicava que ela ainda estava viva. – Eu sei que você não vai ir. Você é forte e teimosa. Eu sei que você ainda vai ficar comigo. Eu preciso que você fique comigo. – solucei enxugando minhas lágrimas. – Eu te amo como nunca amei alguém antes. Eu preciso de você!
Suspirei cansado, não havia dormido praticamente nada, estava praticamente dois dias acordado. Olhei novamente para o rosto de Karol, ela tinha uma expressão serena, não parecia sentir dor, isso de certa forma me confortava. Ela vai ficar bem.
Encostei minha cabeça na mão dela e orei novamente.
— Eu te amo! – digo novamente e levanto meu olhar para ela.
Duas esmeraldas me fitavam.
— Você acordou? Ai meu Deus, você tá acordada... Ou eu tô sonhando?... – pisquei algumas vezes olhando para ela. Ela estava ali, acordada. — Enfermeiras! – gritei. Duas enfermeiras entraram rapidamente procurando por alguma emergência. – Ela acordou! – exclamei animado apontando para Karol que se mantinha calada e com os olhos abertos, ela parecia um pouco confusa, provavelmente por ter acabado de acordar.
— Vou chamar o médico! – uma das enfermeiras saiu em direção ao balcão pegando um telefone.
— Karol? Consegue me ouvir? – a enfermeira que ficou perguntou se aproximando da minha namorada que por sua fez apenas acenou com a cabeça. – Isso é um bom sinal! – ela sorriu para mim e eu sorri junto, esperançoso de que minha patinadora preferida não estava com nenhuma sequela. Voltei a apertar a mão de Karol e beijei novamente.
— Eu sabia que você ficaria bem! – exclamei agradecendo silenciosamente a Deus por não ter levado minha mulher de mim.
Karol afastou sua mão ao mesmo tempo em que o médico entrou na sala sorrindo.
— Veja se não é a bela adormecida que acordou com um beijo de seu príncipe! – o senhor de no máximo 50 anos sorriu brincalhão. Se fosse outro momento acharia a coisa mais ridícula do mundo o que ele disse, mas eu estava ocupado demais sorrindo que nem um louco – Senhorita Sevilla, está sentindo alguma dor? – ela balançou a cabeça em afirmação. – Pode me dizer onde? – ela apontou para a cabeça ainda sem dizer uma palavra. O médico franziu o cenho se aproximando mais de Karol. – Me diga exatamente o que está sentindo! – ele pediu cuidadosamente pegando a lanterna em seu bolso do jaleco e checando as pupilas dela.
— Eu... – ela tossiu um pouco e voltou a tentar falar, mas não obteve sucesso. Olhei preocupado para o médico que suspirou.
— Rapaz, podemos conversar lá fora com a família dela? – eu acenei freneticamente. – Leve-a para a tomografia! Preciso ver o que há de errado! – ele sussurrou para a enfermeira mais velha. Eu peguei a mão de Karol novamente depositando um último beijo antes de sair.
— Eu já volto! – garanti a ela.
E pela primeira vez ela sorriu. Como se tudo estivesse bem.
Aquilo me acalmou um pouco.
Corrigido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐅𝐚𝐦𝐨𝐮𝐬 || 𝐑𝐮𝐠𝐠𝐚𝐫𝐨𝐥
ФанфикKarol é uma mulher que não liga muito para essas coisas de internet e gente famosa, ela tem, digamos que uma repulsa por possas desse tipo. Traumatizada por um namoro de adolescência, ela decide não se envolve amorosamente com ninguém. Tem 24 anos...