Capítulo Doze

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   O corpo caído sobre o chão fez com que toda a esperança de sair vivo e de encontrar seus amigos se esvaziar de seu corpo como água, e então foi aí que não pode segurar, um grito alto de terror saiu de sua boca de acordo com que as lágrimas começaram a cair.

Jeno arregalou os olhos e então rapidamente se agachou atrás de Jaemin colocando sem muita gentileza os dedos sobre a boca do mesmo. Arrastou seu corpo até uma parede e deixou que o ruivo se encaixasse entre suas pernas virado de costas. Ele não podia deixar que fossem descobertos, não agora.

— Ah.. Droga.. — A tailandesa arregalou os olhos observando a cena, o corpo estava simplesmente apodrecido, foi puro azar de Jaemin ter a reconhecido por baixo de tanto sangue. — Será que nos ouviram?

Jeno agarrou a cintura de Jaemin contra seu corpo e continuou tapando a boca do mesmo sentindo as vibrações dos gritos de desespero. Foi aí que uma silhueta se aproximou da porta — blindada — de vidro embaçado.

Quem quer que fosse com certeza não era um adulto, afinal mesmo no escuro foi possível perceber que o mesmo tentava abrir a porta.

— Ei! Tem alguém aí? Me deixa entrar por favor. — O garoto do lado de fora disse de forma sofrida e um tanto mandona.

— Shh.. — Jeno sussurrou para Jaemin ainda abafando seus gritos. Sua cabeça se virou para a Tailandesa negando, ele sabia o que ela estava pensando em fazer.

— Ei, por favor! — Gritou o garoto mais uma vez antes de se virar e bater com o que parecia ser uma arma na cabeça de um adulto. Se não fosse um dos fieis, provavelmente era um ingrato que havia pego a arma de algum dos minions mortos.

— Sinto muito, não dá pra ignorar isso. — A tailandesa mordeu o inferior e correu em direção a porta ouvindo o "não" mandão e raivoso de Jeno. — Estou indo!

A garota de cabelos castanhos se apressou em destrancar a porta e então finalmente deixar quem quer que estivesse la dentro entrar, mas fechar a porta se tornou uma tarefa difícil depois de que um adulto colocou a mão para dentro da farmácia.

   Jaemin sentiu seu coração bater mais forte e então tentou se desvencilhar de Jeno para ajudar os outros. O moreno agarrou com ainda mais força o corpo alheio e se acomodou em um vão entre duas prateleiras, sussurrou baixo um "oe" para o garoto na intenção de o fazer ficar quieto. Jaemin não ajudaria em nada, seria apenas mais um desesperado em frente a uma porta.

— Pega o seu canivete! — O novo integrante que se revelou ser Hyuck por conta de seu cabelo ruivo escuro gritou para a garota de forma desesperada.

— Eu não sei onde eu deixei! — Ela gritava nervosa.

  — Como assim você perdeu? — O garoto arregalou os próprios olhos. Os dois tentava empurrar a porta.

  — Tsc... — O coreano que segurava Jaemin o largou por um instante e o acomodou entre o vão de prateleiras. — Não se mova, ouviu? — Depois de ver o olhar perdido de Jaemin se obrigou a desviar o olhar para a porta.

   Zumbi correu por entre as prateleiras e se agachou para pegar o fósforo que o ruivo havia deixado cair.

  — Saiam do caminho e continuem segurando a porta. — Disse antes de estender o isqueiro em direção ao braço que insistia em tentar entrar. — Funciona.. — Sussurrou nervoso percebendo que o isqueiro não ascendia.

  — Rápido! — A garota disse tentando segurar a porta sem estar próxima ao braço.

   Jeno apertou mais uma vez e por sorte a chama se acendeu, o garoto a aproximou da pele gosmenta do monstro e depois de no mínimo uns cinco segundos de câmera lenta angustiante o fogo passou a se espalhar pelo corpo do adulto.

   O braço se encolheu junto a um gemido de dor e logo Hyuck conseguiu fechar a porta.

  — Conseguimos! — A tailandesa disse animada. — Estamos salvos. — Hyuck sorriu aliviado já pronto para rir da história.

  — Vocês foderam a gente e todo o resto dos ingratos e fieis. — Jeno direcionou um olhar frio para ambos. — O fogo com certeza não vai acabar nesse adulto, esqueçam a "missão", o objetivo é sair vivo daqui antes que todos os adultos estejam carbonizados e exalando gazes tóxicos.

  — Você é pessimista. — A garota soltou cruzando os braços e esboçando um pequeno sorriso, estava feliz demais para pensar nas consequências.

Enquanto todos conversavam e pensavam em uma possível rota futura, Jaemin encarava o corpo da amiga morta que de alguma forma assustadora, o encarava de volta.

{...}

Talvez fosse de madrugada quando Jaemin acordou assustado por culpa de seus pesadelos. Fazia talvez uma ou duas horas desde que todos chegaram a um entendimento de que deveriam descansar, o que foi perfeito, afinal acharam alguns tapetes de pilates que estavam estocados em alguma das prateleiras. Apesar de estar levemente confortável comparado a solitária, Jaemin simplesmente não conseguia verdadeiramente descansar a cabeça, estava perturbado e toda vez que conseguia pregar os olhos, acordava minutos depois.

Dormir com a sensação de inutilidade e falta de esperança era com certeza a tarefa mais difícil de todas, e isso só piorava quando lembrava que nem sequer tivera forças para guardar o corpo de sua própria amiga. Com esse pensamento, acabou por se levantar e caminhar com cuidado para longe dos outros corpos adormecidos.

Todo seu corpo emanava tristeza, e toda essa tristeza se tornou raiva quando o mesmo caminhou para próximo do balcão onde Renjun costumava se sentar para atender as crianças. Então era isso? Ele jogaria todo o esforço de seus amigos fora por não ter coragem suficiente? Esse não era Na Jaemin, esse não era ele.

Se acomodou em posição de luta e observou o mediano saco de pancadas que Jisung havia estalado próximo ao balcão na intenção de incentivar Renjun a aprender a lutar.

— Você não é assim. — Socou forte o saco de pancadas. — Você vai fazer isso por eles.. — Mais um soco seguido de outro e outro enquanto imagens de seus amigos brotavam em sua mente.

Seguiu socando e tentando chutar o saco de pancadas enquanto pensava em todos que no fundo sentia vontade de proteger, e não entendeu muito bem quando a imagem de Jeno machucado brotou em sua mente.

{...}

Jeno acordou mais cedo que os outros. Julgou estar de madrugada ainda, talvez umas quatro ou quatro e meia, mas não queria se dar ao luxo de dormir, precisava ficar de guarda e no fundo sentia que era o único apto para o trabalho.

Estava a no mínimo vinte minutos fazendo contas matemáticas e cálculos avançados na parede a furando com o canivete, tentava a todo custo se lembrar das equações que estavam em seu caderno, mas se tornava quase impossível com o cansaço que sentia. Se esquecesse aquilo estava tudo perdido.

Resolveu se levantar para esticar um pouco as pernas, e ao fazer isso percebeu que Jaemin não estava mais em seu colchão, droga, onde aquele garoto se meteu? Caminhou um tanto confuso pela farmácia para no fim encontrar Jaemin encolhido proximo a um saco de pancadas e com os punho irritados e machucados.

— Oe. — Tentou chamar a atenção do mesmo mas o ruivo parecia cansado demais para se mover ou acordar. — Tsc... seriamente.

O garoto deu de costas mas então ouviu um leve gemido vindo de Jaemin, ele parecia sentir frio.

Se julgou mentalmente pelas outras duas horas que se passaram, mas sua mente o obrigou a se sentar ao lado de Jaemin e o abraçar na intenção de aquecê-lo.

[⛩🎐]

Eu sei que normalmente eu demoro quatro anos para atualizar, mas eu to entrando em semana de teste então tenho que dar uma att pra vocês não desistirem de mim. Ignorem os possíveis erros ortográficos, eu estou doente e um caco.
Well, eu to escrevendo uma fanfic nova baseada em Tokyo Ghoul com o Jisung como personagem principal e um triângulo amoroso. Tem uma pegada mais terror e ação tipo Enemy então talvez vocês gostem, se tiverem tempo, deem uma olhada!
Bjs, moon.

Enemy | + Nomin (História sendo reescrita na @poemshy)Onde histórias criam vida. Descubra agora