Capítulo oito

255 43 48
                                    


Dia 3 – Quarta-feira.

Youngjae acordou antes mesmo de seu celular despertar. Observou que Jaebum estava o envolvendo em um abraço e ficou na dúvida se aquilo era ótimo ou ruim, afinal, todos aqueles apertos fizeram alguns momentos de sua noite ficarem um pouco desconfortáveis. Não estava acostumado a dormir daquele jeito com alguém.

Com delicadeza ele se separou de Im, colocando-se de pé e lembrando que tinha de arrumar a bagunça que fizera com o amigo na noite anterior. Choi calçou suas pantufas, decidindo que não acordaria Coco que dormia confortável aos pés de Jaebum, e ouvindo um barulho estranho que vinha da sala.

De início sentiu medo, querendo acordar Im para ir consigo verificar quem entrava em sua casa, logo pensando que era sua mãe. A mulher já havia entrado ali uma vez sem pedir permissão, não custaria entrar mais uma vez e isso o tranquilizou um pouco, querendo ir averiguar se seu pensamento estava correto.

Não acendeu as luzes – diferente do que costumava fazer para não bater o dedo mindinho nos móveis –, sabendo que a claridade poderia acordar o mais velho e apenas continuou caminhando com cuidado pelo curto corredor que havia para a sala de estar.

_Omma...? – Chamou quando não viu ninguém naquele cômodo.

Seu coração acelerou quando não recebeu nenhuma resposta, ouvindo apenas um ruído que veio da cozinha. Era claramente o som de uma das suas cadeiras sendo arrastada pelo chão. Voltou alguns passos para trás e se encolheu no moletom que utilizava.

_Omma? – Novamente perguntou pela mulher. – Senhora Choi? – Por fim decidiu chama-la de outra forma, sabendo que ela pouco gostava de ser chamada de mãe pelos filhos. "Eu sou jovem, mas fico parecendo muito velha quando me chamam assim." Afirmava ela após repreender suas crianças.

_Pare de chamar por sua mãe, Youngjae. – Ouviu a voz grave do pai. – Sou apenas eu.

Seu coração relaxou um pouco com aquilo e ele andou lentamente até a cozinha. Senhor Choi nunca fora um pai ruim, porém, isso não significava que fosse um pai bom. Não era próximo de seu primogênito e se metia na vida do menino somente quando a esposa pedia, por isso a presença dele – sozinho – assustava Youngjae, fazendo-o pensar que algo teria acontecido com seus familiares e ele estava ali para dar a notícia ruim.

_Bom dia, appa. – Cumprimentou.

Choi era um bom rapaz, mesmo que não recebesse o devido amor daqueles que o fizeram, ele ainda os respeitava acima de todos e os tratavam como seus pais. Ainda que os progenitores não o costumassem trata-lo muito como seu filho.

_O que aconteceu nesse apartamento noite passada? – O pai perguntou simples.

Ele mantinha uma imagem um pouco sombria que deixara Youngjae ainda mais preocupado. Os olhos estreitos e frios encaravam o mármore da mesa da cozinha, estava sentado enquanto tomava café em uma xícara qualquer que pegara no armário do filho, seus cabelos negros estavam levemente úmidos pelo sereno que tomara no caminho que fizera do carro até a entrada do prédio, além de que o sobretudo preto que escondia toda a estrutura do homem o fazia lhe parecer muito sério.

_Como assim?

_"Como assim?" – Senhor Choi pousou a xícara sobre a mesa com cuidado, encarando o filho com uma sobrancelha arqueada. – O que é toda aquela bagunça na sua sala? Copos sujos, caixas de pizza....

_Ah, aquilo. – Youngjae sorriu feliz. – Um amigo veio passar a noite aqui comigo...

_Bem que sua mãe falou que você era mais um. – O homem suspirou e então deslizou o dedo pela alça da xícara, se levantando de onde estava e caminhando até seu filho. – Você pode até ser independente de mim e sua mãe agora, mas ainda mora em uma propriedade nossa.... Trate de respeitar a moradia que te damos.

SignumWhere stories live. Discover now