Capítulo 07

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LEMBRANÇAS

Lee Malia. Já se fazia quase 30 minutos que Baekhyun e Sehun tinham saído e ainda não voltaram. Estávamos todos ficando muito preocupados, nem no radinho eles deram sinal de vida para falar se conseguiram entrar ou encontrar alguma coisa. Isso estava testando nossa paciência e junto com a preocupação, piorava mais. Suho estava com uma expressão de que os mataria assim que os encontrar, isso, se eles já não estiverem mortos, o que nós pedimos que não.

— Quanta demora. — Natalie diz impaciente. — Parece que eles estão fabricando os alimentos.

Todos suspiram impacientes.

— Ah, pelo amor de Deus. — Resmungo para mim mesma e reviro os olhos. — Me dá esse radinho aí, quero vê se eles não vão responder rapidinho. — Tento pegar o aparelho de Luhan, porém ele desvia sorrindo.

— Calma lá. — Franzo o cenho.

Volto minha atenção para fora totalmente intrigada, mas desta vez algo me chama a atenção. Vejo mais zumbis se aproximar pelo outro lado da rua indo em direção ao supermercado.

— Gente! — Os chamo sem desviar o olhar e todos que estavam distraídos, me olham. — Olhem para fora da janela. — Todos olham e rapidamente se aproximam da janela.

— Caramba. — Chanyeol quase me derruba do banco, ao aparecer ao meu lado querendo espaço. — Desculpa. — Sorrir inocente, me fazendo negar sorrindo fraco.

— O que vamos fazer? — Natalie se desespera. Todos nós olhamos para Suho.

— Luhan, tenta novamente entrar em contato com eles. — Ele concorda e tenta fazer contato novamente, mas os mesmos não respondiam.

— Eles estão tirando uma com a nossa cara? Não é possível que tenham perdido o radinho, bom, isso é uma das possibilidade, né? — Natalie cruza os braços.

— Não acho que eles perderiam o radinho facilmente. — Diz Kai.

— Um de nós terá que ir até lá para vê o que se passa. Talvez eles tenham ficado presos em algum lugar. — Digo.

— Tem razão. Quem vai? — Perguntou Minseok, já mostrando que não se canditaria para sair.

— Eu não posso sair, tenho que ficar aqui para dirigir caso algo aconteça. — Jongin também cai fora.

Eu olho para expressão pensativa do resto e decido me oferecer.

— Eu vou! — Todos me lançam olhares curiosos.

— Você o que? — Natalie me lança um olhar como se eu tivesse dito a coisa mais absurda do mundo.

— Eu vou. Não é coisa de outro mundo e também não é a primeira vez que vou enfrentar alguns zumbis, bom, isso se eu for mais rápida do que eles. — Pisco.

— Tem certeza? — Suho pergunta.

— Sim.

— Bom, então deixe-me ir com você. — Ele se oferece, porém o corto logo.

— Já tem dois de nós lá fora Suho. Se mais gente for, não garanto que todos nós sobreviveremos. — Ele pensa e concorda.

— Tudo bem.

— Aqui Malia. — Luhan me entrega sua arma. — Ela tem uma ótima potência, se você for boa em mira, não terá problemas.

— Obrigada. — A pego e me preparo para descer. — Vou rapidinho, me desejem sorte. — Sorrindo, me levanto, porém sou parada pela mão de Natálie que segura meu braço.

— Tem certeza? — Eu aceno e a dou um sorriso com confiança. — Tudo bem, cuidado.

— Não se preocupe. Já, já, eu estou de volta com os meninos. — Ela concorda e me solta.

Kyungsoo empurra a porta da van, a abrindo e com um aceno eu desço totalmente preparada e vigilante.

— Cuidado. — Ainda de costas, faço um OK com a mão para Minseok e assim, respiro fundo e caminho em direção ao supermercado.

2 ANOS ATRÁS.

Eu estava com meu pai dentro do aeroporto, prontos para pegar o avião que nos levaria para os EUA. Um dos três países que ainda não tinham sido atacado pelo vírus. Meu pai segurava minha mão firmemente enquanto se enfiávamos no meio de todas aquelas pessoas, todas desesperadas para sair daquele lugar. Prioridade para pegar o vôo era de mulheres e crianças, como eu já era uma adolescente de 17 anos não era mais criança, vamos se dizer que eu estava na classe das mulheres. Antes de embarcamos, todos eram examinados para garantir que nenhum infectado embarcasse.

Ao chegarmos na entrada do portão de embarque, me viro para o meu pai com lágrimas no rosto. Eu já sabia que era muito provável não conseguimos embarcar juntos e isso me deixava extremamente triste.

— Muito bem querida, preste muita atenção. Não desista de viver por nada, OK? Mesmo que eu não consiga ir junto com você, eu quero que siga em frente e aproveite bastante tudo. Quero que saiba que te amo muito! — Concordo. Meu pai enxuga uma lágrima minha que descia. Ele também estava com os olhos lacrimejando, pronto para se entregar ao choro a qualquer momento, porém estava se esforçando o máximo para isso não acontecer. Até o fim, ele se manteu forte.

— Atenção moça, se você quiser embarcar terá que ir agora. — Um guarda do exército, próximo a nós diz, nos chamando a atenção.

— Eu te amo! — Beija minha testa. Eu fecho meus olhos sentindo aquele calor que provavelmente seria o último, vindo do homem que viveu a vida toda comigo desde o dia em que passei a existir.

— Eu também te amo, pai! — O abracei. Ele faz o mesmo e por um tempo, o seguro com força. Eu não queria me separar daquele jeito, não agora e nem assim.

Meu pai tinha muita saúde, se não fosse essa situação, ele ainda poderia viver por muitos e muitos anos. Assim como minha mãe, a primeira da família que não conseguiu escapar.

— Vá. — Ele se afasta e me empurra para ir. — Não olhe para trás e apenas entre.

— Tchau, pai! — O dou um lindo sorriso enquanto me afastava lentamente. — Te encontro no próximo aeroporto. — Até o fim, tentei pensar positivo. Tentei pensar que ele conseguiria pegar um próximo vôo e que nos encontraríamos no aeroporto dos Estados Unidos.

— Adeus, Malia. — Ele sussurrou enquanto acenava. A tristeza já havia tomado de conta do seu olhar.

Vejo meu pai limpar as lágrimas que desciam do seu rosto rapidamente. Eu estava totalmente quebrada e sem forças, não queria desviar o olhar e também não queria ir. Eu não queria deixá-lo para trás, pois naquele momento era a única família que me restava.

Eu estava prestes a subir no avião quando ouço um homem grita assustando a todos.

— ELES ESTÃO AQUI! — Olho em direção a voz e vejo os guardas dispararem, pessoas gritando e várias delas passando pelo portão e quebrando a regra de segurança.

— Rápido moça, entre. — Uma aeromoça me chama e eu a olho.

Sem ter tempo de vê como meu pai estava, a mulher pega meu braço e me puxa para dentro. Ela me mostra uma poltrona e me pede para se sentar, enquanto rapidamente eles fechavam a porta de entrada do avião. Sento perto da janela a qual me dá a visão da situação de emergência lá fora, sem conseguir encontrar meu pai entre aqueles que ficaram, deixo minhas lágrimas rolarem sem a menor vontade de impedi-las. Papai.

Among The Dead (Entre Os Mortos) Onde histórias criam vida. Descubra agora