Capítulo 02

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BOXE

Byun Baekhyun. Eu treinava boxe na academia da base que estávamos morando com a ajuda de Jongin. Só assim para manter minha mente ocupada enquanto passava o tempo nesse lugar isolado de tudo e de todos lá fora.

De repente me pego pensando em tudo que vem acontecendo e sinto a raiva me consumir por completo, me fazendo depositar socos mais fortes no saco a minha frente. Era tão frustrante não poder andar tranquilamente pelas ruas, ir as compras normalmente ou, sair para comer algo delicioso em algum restaurante.

— Baekhyun? BAEKHYUN! — Grita segurando meus braços, me fazendo parar e olha-lo. — Está tudo bem? — Meus pensamentos desaparecem deixando apenas um vazio na mente.

— O que? — Pergunto e o mesmo ergue as sobrancelhas.

— Você anda muito distraido nesses últimos dias. — Bate de leve em meu ombro e desce do ringue indo até o mini freezer que tinha ali, naquela sala. Ele pega duas garrafas de água e me joga uma.

— Obrigado. — Desço e vou me sentar ao seu lado no sofá que ocupava um parte do espaço daquele cômodo.

Abro a garrafinha e a levo até boca deixando o líquido gelado descer de uma vez, sem ter tempo de respirar.

— Calma, se quiser mais água é só ir ao freezer. Ainda tem várias garrafas lá. — Jongin brinca e eu jogo um pouco da água que restava na garrafa no mesmo. — Ah! — Se levanta balançando o cabelo. — Muito gelada! — Me lança um olhar e sorriso vingativo.

— Espera, Jongin! — Me levanto olhando para o mesmo e para a garrafa em sua mão ainda pela metade.

Jongin se aproxima lentamente enquanto eu me afastava lentamente, ao perceber que o mesmo aumentou sua velocidade na andada, começo a correr com ele atrás de mim fazendo o mesmo.

Passo pela porta começando a correr pelos corredores da base. Descemos as escadas até a sala onde se encontrava o resto dos meninos sentados no sofá, tranquilos.

— Espera, Jongin!

— Qual é, não tem mais graça ficar mexendo no celular. Não tem um sinal de internet sequer e mesmo que tivesse, daria na mesma, sem novidades e sem notícias recentes. — Chanyeol murmurava.

— A notícia recente é que estamos cercados de mortos que andam e comem os vivos, os transformando neles. Não é interessante? — Sehun sorrir desviando a atenção do seu aparelho.

— O que você está vendo? — Se aproxima do mesmo.

— Jogando. — Diz e volta sua concentração ao celular em suas mãos.

— De quem é esse celular? — Chanyeol repara no aparelho da cor vermelha em sua mão, diferente do que o garoto usou mais cedo.

— Não sei. Peguei de uma loja na cidade. — Eles sorrir um para o outro enquanto Chanyeol negava pegando seu celular novamente para jogar também.

— Baekhyun, pare de correr!

— Vocês dois estão parecendo duas crianças. — Kyungsoo coloca o livro que lia de lado e nos encara.

Paro por cansaço e Jongin faz o mesmo parando ao meu lado. Me apóio no sofá por trás, onde Sehun e Chanyeol estavam sentados. Eles nos olham sorrindo.

— NÃO! — Grito ao sentir o líquido gelado cair sobre minha cabeça e descer pelo meu corpo. O olho mortalmente.

— Agora estamos quites. — Pisca jogando a garrafa em mim. Depois ele pula por cima do sofá e se senta ao lado dos garotos. — Preciso descansar.

— Por que antes de descansar você não toma um banho? — Chanyeol reclama e Jongin levanta o braço, o colocando perto do rosto do mesmo. O homem reclamava e o empurrava nos fazendo rir.

— Vou tomar banho. — Falo me retirando dali e subindo as escadas novamente em direção aos banheiros.

— Deveria fazer como ele! — Chanyeol joga uma almofada no homem que se levanta e vai se sentar em outro lugar, para perturbar outro membro.

— Oi Suho. — Pisca se aproximando.

— Não se atreva.

Chego ao banheiro e rapidamente me despido. Ligo o chuveiro deixando a água quente cair sobre mim, fazendo meus músculos relaxarem. Começo a cantarola uma canção baixinho e penso nos meus amigos e familiares que já partiram. Depois que eles se transformaram em um deles, não tive coragem de mata-los, mesmo com eles me pedindo antes de morrerem, foi difícil vê-los naquela situação e ainda continua a ser. Crianças e adultos rastejando por ai sem um rumo e sem vida, apenas seus corpos que permanecem no automático vagando para lá e para cá.

O mundo inteiro contaminado por um vírus que nem cura tem e que nenhum país escapou disso. Até quando vamos ter que passar por isso? Será que ainda existe alguém que esteja tentando criar a cura para isso? Um dos cientistas criadores sobreviveu? Talvez ainda possa existir alguém por aí, certo? Não devemos perder a esperança, pois ela é a última que morre, junto a mim se nada mudar.

Término o banho, me visto e vou direto para o meu quarto. Aqui na base havia no total 11 quartos em um corredor e mais 11 no outro. Acho que era para separar homens de mulheres, pois nas entradas na parte de cima dos corredores, existem placas com bonecos que indicam o gênero.

Fecho a porta, pego um celular de vários que eu tinha e um dos fones que no caso, eu também tinha vários. Me deito e coloco os fones no ouvido deixando uma música calma tocar, não tão alto mas também não tão baixo. Sinto minhas pálpebras irem se fechando até que capoto por completo. Dormir depois de uma banho é a melhor coisa do mundo.

Among The Dead (Entre Os Mortos) Onde histórias criam vida. Descubra agora