Capítulo 13

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A MOÇA DO HOSPITAL

Lee Malia. Pensei que aqui seria o lugar onde haveria mais pessoas mortas, mas na verdade não tem nenhuma, dentro, porque fora tem um cemitério inteiro debaixo dos panos.

No hospital podia não ter corpos, mas tinha muita bagunça, coisas quebradas em todos os lugares, sangues espalhados já secos, frascos de remédios e um cheiro insuportável de mofo e poeira. Confesso que o local passava uma energia pesada e era um pouco assustador. Alguns locais estavam escuros por conta da falta de energia e isso me preocupava, mas nada que uma lanterna não ajude.

Focada em sobreviver, me separo por um momento de Baekhyun e por pura curiosidade, vou até uma porta que estava trancada. A abro com cuidado afastando da frente uma enorme cama, a qual mantia a porta fechada para não ser aberta. Olho ao redor do quarto totalmente organizado até que meu olhar pousa na figura acima da cama, é o corpo de uma mulher ligado a um soro quase vazio. Sem hesitar, me aproximo e olho diretamente para o seu peito que subia e descia me deixando surpresa com a moça ainda viva.

— Ela está em coma?

Seu corpo magro desnutrido era triste de vê, sua situação atual é tão lamentável.

— Se eu pudesse ajudar. — Respiro pesado lamentando pelo estado vegetativo da mulher. Não há nada que eu possa fazer, infelizmente. — Quando ela acordar, irá receber choque tão grande ao vê a situação em que nosso mundo ficou. — Ajeito minha mochila nas costas.

— Malia? — Ouço Baekhyun me chamar.

— Aqui dentro. — O mesmo aparece a porta em questões de segundos.

— O que houve? — Se aproxima e em mediato seu olhar pousa na mulher acima da cama. Baekhyun me olha confuso.

— Ela está em coma.

— Sem virar zumbi? — Eu assinto.

— Aquela cama estava protegendo a porta. Alguém deve ter colocado antes de ir e deixa-la.

— Ela não vai sobreviver.

— Acho que nem acordar. — Aponto com a cabeça para o saco de soro pendurado no ferro ao lado da cama.

— É uma pena. — Ele dá uma última olhada e vira de costas.  — Vamos, não podemos fazer nada a ela de qualquer forma.

Concordo em silêncio e após a olhar uma última vez com o meu coração apertado, o sigo para fora e fecho a porta colocando a cama novamente no lugar de onde estava. Antes de ir por completo, eu deixo um bilhete em cima da mesinha que tinha no cômodo e uma das minhas duas armas. Não é garantia se ela irá acordar e se acordar, não é certeza se irá sobreviver, mas uma ajudinha não faz mal, mesmo que não seja grande coisa.

— E novamente o bonitão sumiu. — Olho para os dois lados do corredor a sua procura. — Onde ele poderia ter ido?

Confusa em qual direção devo ir, ao pensar, resolvo seguir pelo lado direito, o caminho menos escuro. Com bastante cuidado, olho algumas salas abertas ate que entro em um corredor ao qual me leva a uma enorme porta no final totalmente fechada, há uma plaquinha acima da mesma indicando que era o local onde levaria para o corredor o qual se localizava as salas de cirurgias, embaixo, na própria porta, estava pinchando de preto com letras enormes e em inglês um aviso: Não abra, há mortos aqui.

Consciente do perigo a frente, aos poucos vou me afastando ainda de costas. Pelo motivo de algumas partes estarem escuras, tropeço em um carrinho de lanches ao canto do corredor me fazendo cair de bunda no chão, o carrinho vira e cai, fazendo um grande barulho ao bater de encontro com o piso. Reclamo baixinho ao sentir o impacto da batida nas nádegas e ao precionar minha mão em cacos de vidros espalhados ao lado, os quais brilhavam em meia a pequena luz. Com a lanterna, tento vê melhor e lamento a situação da minha mão esquerda, um novo problema havia sido desbloqueado naquele momento.

Among The Dead (Entre Os Mortos) Onde histórias criam vida. Descubra agora