Lilly Luna Potter narrando:
Penso no que Scorpius me fala, sei que não vamos voltar a ficar. Gosto dos beijos daquele loiro, ele sabe como beijar uma menina, mas não é como se passasse de um beijo. Não sinto palpitações nem aquela ansiedade boba em estar perto dele, ou pensar em algum futuro beijo. Só não gosto de Scorpius desse modo, e não sei se sou capaz de gostar de alguém desse modo.
Riley sorri e se aproxima de mim com uma taça de champanhe, e mostra o relógio, já é quase natal, e meus pais te ma mania boba de fazer um brinde a meia noite... Não me sinto vontade de brindar. Além do que Scorp disse, o que ouvi na biblioteca era bem preocupante. Penso no que duas vadias juntas são capaz, já que uma delas quase consegue destruir minha vida todos os dias...
–Pensamentos desagradáveis? – Riley sussurra, oferecendo uma taça para mim, e colocando uma mão em meu ombro, fazendo carinho com o polegar onde minha pele está exposta. Sinto pequenos arrepios, e uma calma parece dominar todo meu corpo e sentidos, como se nada mais importasse, apenas Riey.
–Você não imagina quantos... – Sussurro em resposta, ele respira fundo e dá um sorriso um pouco preocupado.
–É quase natal, esqueça-se disso por um tempo – ele sussurra para mim e eu sorrio, por algum motivo, pela primeira vez na vida, sigo algo que ele diz para que eu faça.
–Tudo bem – a verdade é que estou cansada de me preocupar e de tentar escapar de planos e maquinações da minha prima. É natal, preciso de um tempo para me recuperar de tudo, então apenas entrego-me a uma pequena alegria e calma das festas. Riley sorri, e sei que se não fosse por estar próximo aos meus pais, ele me abraçaria.
–Sua atenção, por favor – é a voz do meu pai falando, Riley tira a mão do meu ombro, e apenas a deixa cair perto da minha mão que está livre e perto do meu corpo. Nossas mãos quase se tocam e posso sentir o calor emanando do corpo do garoto – É com muito prazer que recebo vocês hoje para celebrarmos o natal. E falando em natal, há época melhor para celebrar a vida, perdoar erros do passado e construir novos objetivos? Creio que não, assim como um ano novo, o natal é um recomeço, uma data de compaixão e amor, então, nesse natal, livrem seu coração do ódio, da magoa, do receio e aproveitem as festas. Reconstruam seus conceitos, não julguem, abram seu coração para o novo, e celebrem, porque hoje a noite é mágica, repleta de amor e esperança – e então ele ergue a taça, seu discurso hipócrita é bonito. Ele não daria uma chance para eu conversar se eu quisesse, mas afasto esses pensamentos, não quero conservar ódio, não em pleno natal. Ergo a taça junto, e brindo com Riley, tomando apenas um pequeno gole da champanhe e dando um sorriso.
–Belo discurso – Riley sussurra para mim – Quem sabe, ele esteja do seu lado agora...
–Talvez só neutro, mas duvido disso – dou de ombros – Não quero pensar nisso, e nem ficar aqui... – Riley sorri com o que eu digo, pega a taça da minha mão e deixa em uma mesinha de vidro ali perto e segura minha mão.
–Então vamos sair daqui – ele sussurra e saímos do meio de onde há muitas pessoas, para a sala de jantar que está totalmente vazia – Você confia em mim?
–Para onde vai me levar? – eu peço, e ele sorri.
–A pergunta não foi essa...
–Eu confio, mas... – ele sorri e segura minha mão, e então aparatamos. Tudo parece girar (o que na verdade é mais como passar por um encanamento, mas para mim parece como girar em um gira-gira), mas não me incomodo com aquilo. Apenas fecho os olhos, e assim que os abro, estamos em cima de uma torre, e tenho uma visão agradável de Londres – Riley – eu olho para ele que sorri.
–Passo minha madrugada de natal aqui, quando não quero ficar com nenhuma vadia – ele sorri, e eu fico perto da beirada, sentindo o frio e um pouco de vento tocar meus cabelos. A neve parece não chegar até ali, e por algum motivo não sinto frio.
As luzes de natal estão belas e parecem tão mágicas... Apesar de não serem, já que são inventos dos trouxas. Mas são tão belas, e não me impeço de ficar encantada, Riley se aproxima de mim, passando seu braço de volta em minha cintura. Sinto meu corpo se aquecer ainda mais, e sinto-me confortável e segura, e fecho os olhos novamente, absorvendo aquele momento, como se apenas ele existisse em toda a minha vida. Abro os olhos e vejo Riley de olhos fechados.
–Está fazendo um pedido? – peço em um sussurro, parece que se eu falar mais alto a magia do momento vai acabar. Riley abre os olhos e sorri para mim.
–Talvez... – ele se vira olhando para mim, com um sorriso encantador, e um brilho no olhar que nunca havia visto – Como você está?
–Respirando, o que considerando os últimos dias, é algo realmente inspirador – falo com a voz ainda baixa, assim como ele. Riley dá um sorriso, e tira seu braço em volta da minha cintura, para levar sua mão até meu rosto e fazer carinho.
–Estou falando sério, Lils – ele sussurra, e eu sinto meu corpo se arrepiar, sua voz está suave de um jeito que nunca vi, além de quando ele canta, é claro.
–Estou ficando bem, apenas um pouco preocupada, mas não quero pensar nisso agora... E você, como está? – peço ainda com a voz baixa, e por algum motivo hoje, quando nossos olhares se encontram, não quero quebrar isso.
–Não me sinto vazio de emoções como normalmente me sinto no natal, o que é diferente. Mas de uma certa maneira é bom – ele sorri, eu sorrio em resposta, e respiro fundo – Você acha que um dia vai perdoar seus pais?
–Não sei – falo dando de ombros, não me importo de falar aquilo com Riley, confio nele inteiramente, e é a única pessoa que escuta e parece me entender sem me julgar – É complicado, porque de certa forma ainda os amo, mas... Mas preferia que tivessem me abandonado.
–Meus pais me abandonaram – ele sussurra, mas sua voz não soa vazia, nem magoada, apenas normal – Sempre achei que era porque me odiavam, mas se fosse para serem como seus pais ou pior... Acho que eles sabiam que era melhor não serem meus pais...
–Eles te amam, tiveram seus motivos Riley. Talvez você tenha nascido de uma forma inesperada, mas são seus pais, eles sabiam o que estavam fazendo – eu sussurro – Acredite, é preciso ter coragem para abandonar uma criança, e muita crueldade para fazer o que meus pais estão fazendo comigo.
–E meus pais que eram os sonserinos – ele sorri para mim, e eu dou uma risada.
–Vai ver que a guerra mexeu com os miolos dos meus – falo, voltando a me recostar no parapeito da torre, que era mais uma varanda. Tudo está tão perfeito, nem parece que meus pais me odeiam, ou que minha vida é um inferno. Se alguém olhasse de longe, veriam uma menina que parece um anjo, com um rapaz, e com um sorriso indicando sua felicidade, e por incrível que pareça, uma paz de espírito imperturbável.
–Ou apenas Rose e suas loucuras – Riley, passa um dos braços em volta da minha cintura novamente, e se recosta no parapeito da janela e olha para a cidade – Tudo está tão lindo...
–Parece que estão em paz, ao contrário do que onde estávamos – sorrio – Pela primeira vez tenho esperança... – me viro para Riley, e estamos tão próximos, consigo sentir a respiração dele, e seu cheiro é tão maravilhoso. Sua mão vai para o meu rosto, acariciando-o, e indo até a minha nuca, acariciando meu cabelo.
–Não a perca, por favor – ele sussurra, e então o sino dá doze badaladas, meu pai fez o brinde antes que a meia noite, pelo jeito. Mesmo assim, não tiro os olhos de Riley, ele aproxima seu rosto do meu, e eu imediatamente fecho os olhos, inclinando de leve minha cabeça – Feliz natal, Lilly Luna Potter – ele sussurra, e então me beija.
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A Minha Amada Potter
FanfictionLilly Luna Potter é a filha mais nova de Harry Potter, e deveria ser a queridinha de todos em Hogwarts, mas as coisas não são bem assim, ela é ridicularizada em Hogwarts, e excluída pelos próprios irmãos. Seus pais não percebem nada, e ela também nã...