Não te falei que estive em um limbo terreno e conseguia sair dele, não é? Vou ser breve ao contar a saga:
O cenário era o mais desolador possível. Areia, poeira, abandono, e uma neblina constante desses materiais que eu disse. Quanto mais eu andava pela cidade mais encontrava objetos partidos e quebrados, muito lixo, pessoas vivendo interesses sem interferir naquele cenário.
Era quase insuportável estar ali, principalmente, porque ninguém me ouvia , ninguém olhava para mim, e não faziam nada.
Entre as andaduras, encontrei um amigo entre os desconhecidos daquele lugar, e ele sequer me ouviu chamando-o. Suas feições eram rígidas, chamava uma mulher para dizer algo, vestia roupas escuras. Desisti de tentar falar com ele.
Nada parecia funcionar para mim, quanto mais procurava uma solução, mais apagada ficava. Pessoas riam e ocupavam seu tempo com mundanidades. Subi montes e desci montes, andei na praia, no deserto, vi que existiam restaurantes. Ainda era uma fantasma, uma alma penada. Comi muita poeira , às vezes com pena no cardápio.
Ali não havia atividade, um lugar inútil com pessoas cegas de espírito, sem qualquer tipo de colaboração.
E quando saí de lá para vir te contar?
Quando abri meus olhos entre um choque e outro, enquanto tentavam manter meu coração ainda em bom funcionamento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos Desimportantes Mas Que Tem Importância
Short StoryVários contos com intuito em exercitar-se