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Emily

"- Não sei se isso é uma boa ideia Thomas - Sussurro - Minha mãe vai nos matar.

- Ela não vai descobrir Emi - Ele diz persuasivo.

- E se a gente morrer? - Thomas revira os olhos e me olha patético.

- Não vamos morrer Emi, confia em mim. - Penso um pouco e acabo por aceitar. Eu sempre confiarei nele mesmo.

- Tudo bem, mas, segura minha perna Tomy, não me solta.

- Eu nunca te solto Emi - Suspiro. Olho para baixo e sinto meu estômago embrulhar.

Eu e Thomas estávamos jogando bola no quintal de casa, mas Thomas chutou muito alto e a bola acabou ficando presa no topo de uma árvore. A única maneira de chegar até a bola é subindo no telhado e pegando-a por cima.

Eu sou mais leve, então Thomas teve a ideia de me segurar pelos pés enquanto eu pego a bola com as mãos, de cabeça para baixo.

- Vai Emi, vou te segurar.

Vou me arrastando até a beirada do telhado e sinto Thomas segurar meus tornozelos. Vai ficar tudo bem Emily, o Thomas vai te segurar, ele vai.

Quando a metade do meu corpo já está suspenso, faço um movimento para baixo afim de alcançar a bola.

- Não dá Tomy, precisa me abaixar mais.

- Tem certeza? - Faço um "Aham" e ele começa a me descer.

Quando finalmente sinto a bola, tento agarra-la, mas não consigo.

- Só um pouco mais - Escuto ele reclamar.

- Se eu descer mais, vamos cair Emi - Minha cabeça já dói, sinto minhas pernas ficarem dormentes.

- Só um pouquinho - Ele bufa e tenta me descer.

Dou um gritinho de felicidade quando finalmente consigo pegar a bola.

- Me sobe Tomy, peguei - Thomas começa a me subir, até que ouço uma voz bem conhecida e sinto meu coração gelar. Merda.

- MEU DEUS, MINHA FILHA - Minha mãe me olha lá de baixo, horrorizada. Eu vou apanhar.

- Merda Thomas, me sobe logo.

Meu corpo já está totalmente seguro em cima do telhado, Thomas me encara com medo e sei bem o porquê.

- Ela vai matar a gente - Ele diz e eu confirmo.

- EU VOU MATAR VOCÊS - Minha mãe grita. "

......

- Lembra quando fizemos isso quando éramos crianças? - Sorrio com a lembrança, eu e Thomas éramos crianças corajosas, até demais.

- Parece que não perdemos o jeito - Empurro ele com meu ombro e ele ri me abraçando por trás.

- É, não perdemos - Ele deita a cabeça na curva do meu pescoço e sinto sua respiração cansada. Quem nos olhar agora pensaria que somos um lindo casal.

Um pigarro forçado acaba nos separando, olho para trás e Ethan está nos encarando.

- Desculpe atrapalhar, Thomas, preciso falar com você - Thomas franze o cenho e me encara, provavelmente quer saber se eu sei de algo. Balanço os ombros em desentendimento.

- Sim, senhor - Ethan sai na frente sem me olhar. Thomas não diz mais nada, somente segue o capitão para dentro da base.

Eu e minha equipe acabamos de voltar de um resgate, outra bomba foi lançada sobre a cidade há três dias. Thomas pediu minha ajuda para resgatar uma mulher que estava presa dentro de um buraco, provavelmente ela pulou dentro dele para se proteger das explosões. Porém o buraco é bem fundo, Thomas e mais uns três soldados tiveram que segurar meus tornozelos para que eu pudesse puxar a mulher.

Amor De GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora