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Ethan

- Você precisa sair. Está fazendo um sol lindo lá fora - Anne termina de guardar as sobras da pizza de ontem na geladeira.

- Não podemos tomar café aqui mesmo? Como sempre?

- Não, hoje nós vamos tomar café em outro lugar. Conheço um bistrô ótimo no centro - Ela está estranhamente animada demais. Gosto de ver Anne assim, não estou afim de sair, mas se isso fará ela feliz...

- Tudo bem, vou colocar uma blusa - Me levanto para sair, porém Anne fixa os olhos no meu corpo, me medindo.

- Troque de calça também, não vai aguentar ficar lá fora com moletom.

Apenas confirmo e saio.
Essa noite foi estressante, passei a madrugada em claro pensando sobre a proposta do governo. Sem dúvida o lucro que a empresa terá será bem alto em comparação aos gatos para fabricar uma arma de tal magnitude. Por outro ângulo, é algo que acho desnecessário e perigoso. Se não aceitar, o governo fará a bomba com outra companhia, isso poderá colocar em risco nosso comando no mercado bélico.

Minha decisão já está praticamente concreta, só preciso do conselho de uma pessoa para decidir definitivamente. Meu pai.

No quarto, opto por uma calça jeans e uma t-shirt, nada muito elaborado já que vamos apenas tomar café da manhã. Eu tenho quase certeza que Anne irá me arrastar para outro lugar depois.

- Vamos? - Anne está me esperando na sala, pego a chave do carro sobre a mesa de centro e me dirijo a saída da casa.

Nos mudamos para uma área mais afastada da cidade, uma casa de madeira com portas e algumas paredes de vidro. Não importa para onde você olhar, o que verá é a predominância do verde.
Sempre amei a natureza, morar no meio dela é gratificante.
A estrada que nos leva a cidade é cercada por pinheiros e outras coníferas. É um lugar bonito e relaxante.

- Ali - Anne aponta para um dos comércios - É ali - Estaciono o Audi rente a calçada próximo ao bistrô.

Anne é a primeira a sair do carro, pego minha carteira e celular, logo saio em seguida.

É um lugar bonito, uma parede de vidro permite a visão interior do local, parece aconchegante. Há algumas mesas com cadeiras ao lado de fora, um tipo de varandinha que só se tem acesso pelo lado de dentro.

O cheiro de café é a primeira coisa que percebo ao entrar. Algumas pessoas conversam em suas mesas já outras estão tão fissuradas na tela do celular que se alguém entrasse para assaltar, duvido que iriam notar.

Eu e Anne nos sentamos em uma das mesas do canto.

- Aqui é.... agradável - Digo. Realmente é.

- Sim, eu adoro vir aqui - Anne diz quanto observa o local, parece estar procurando alguém.

- Anne! - Uma voz fina e levemente familiar soa. Anne se levanta e abraça uma loira - Que bom ver você - A Loira retira o rosto do pescoço de Anne e finalmente posso ver seu rosto.

Eu conheço essa menina.

- Estava com saudades de vir aqui - Anne se vira e aponta para mim - E dessa vez eu trouxe companhia.

A loira olha para mim um pouco assustada, assim que se recupera, abre um sorriso forçado.

- Ah, capitão - Eu me lembrei dela. Jane, a americana que encontramos nos destroços da explosão em Gaza.

- Olá - Me levanto e aperto sua mão. Sinto um leve incomodo no peito, mas tento esquecer o sentimento estranho.

- É bom ver você, soube do que aconteceu, sinto muito - Faço apenas um gesto de agradecimento. Como será que ela soube? E qual a probabilidade de entrarmos em um bistrô em que ela trabalhe? E como Anne a conhece? Muitas perguntas que farei a senhorinha que me arrastou para cá.

Amor De GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora