Ethan
- Qual a data da reunião? - Jonathan Mitchell se ajeita na cadeira.
- Ainda há alguns países que não assinaram, o presidente irá conversar pessoalmente com os representantes ou com os líderes políticos.
- E se não tivermos o apoio?
- Teremos, não há nada que o dinheiro não compre meu filho - Ele sorri forçado.
Jonathan Mitchell é homem velho, mas bem conservado, os cabelos pretos grisalhos e um corpo forte, aparenta ser mais novo do que realmente é.
- É, tem razão. Não há - Suspiro.
.....
- Mas, pai! - Ando de um lado para o outro sem saber o que fazer - Eu não sei cuidar de um bebê - Encaro os olhos azuis da minha sobrinha, ainda nova. Ela se parece bastante comigo.
- Peça ajuda a Anne. Terá que cuidar dela, estou velho demais para limpar fraudas, já bastou as suas e as da sua irmã.
Meu pai se casou novamente dois anos após a morte da minha mãe, teve uma filha e um ano depois se divorciou. Minha irmã cresceu longe de mim, não temos muita intimidade, quase não nos falamos. Ela se casou ontem e está em lua de mel. Não fui ao casamento mas mandei um presente bem caro.
- Anne está velha demais para cuidar de um bebê, e eu nem sei trocar fraudas. Alice vai ficar com raiva quando descobrir que entregou a filha dela a mim.
- Ela é sua irmã, a única vez que viu sua sobrinha foi quando ela nasceu, e ainda foi por vídeo chamada - Respiro fundo e fecho os olhos tentando me controlar.
- Não sei cuidar de um bebê, pai - É minha última tentativa.
- Aprende, nada melhor do que um bebê em carne e osso para isso - Ele caminha até o bebê conforto que está no sofá do meu escritório e deita a Carrie - Todas as coisas dela estão ali - Aponta para duas malas enormes e rosas no meio da minha sala. Um bebê precisa disso tudo? - Cuide bem da minha neta.
Anthony Ross beija a testa de Carrie, que sorri banguela. Até que é fofa. Logo após apertar minha mão, sai do meu escritório me deixando sozinho com uma bebê banguela que não para de me olhar.
- O que está olhando? - Ela solta uma gargalhada fina e leva a mãozinha a boca - Não, não, sem dedo na boca - Vou até a banguela e tiro sua mãozinha babada.
Carrie abre um sorriso e começa a fazer uns barulhos estranhos, como se estivesse tentando falar algo.
- Eu não entendo a língua dos bebês - Seus bracinhos se esticam. Ela quer colo? Droga, eu nunca peguei um bebê na vida - Acho que isso não é boa ideia banguela.
Banguela é um ótimo apelido para ela. Carrie tem os olhos claros, da mesma cor que os meus, a covinha no queixo e os cabelos claros da minha irmã. Ela definitivamente não puxou nada da família do pai dela.
- Tem certeza que quer colo? - Ela solta um "Uuu" e balança os braços gordinhos. Tudo bem.
Pego Carrie com um certo receio, ela acomoda a cabeça no meu ombro e assim fica. Acho que ela vai dormir.
Já está tarde, estava me arrumando para ir embora quando meu pai chegou de surpresa com a banguela. Sei que Anne vai pirar quando ver, ela está bem fraca nos últimos dias, tenta disfarçar, mas é em vão. Sei que será difícil cuidar de Carrie enquanto eu estiver trabalhando.
Contratar uma babá é uma das opções, mas se Alice não contratou, acho que não devo. Até que a banguela não é tão ruim, me sinto bem com ela no meu colo, me trouxe um pouco de paz, ela depende de mim agora, já não me sinto tão inútil assim.

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Amor De Guerra
RomanceQuando o Capitão Ethan Ross é enviado para sua última missão de resgate no oriente médio, Emily Mitchell é colocada sob suas ordens. Com o decorrer da missão, o relacionamento dos dois avança além do recomendado. Porém, o que deveria ser uma missão...