Capítulo 1 - Emilly

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" Com você eu sinto algo real
   E eu andaria um milhão de milhas apenas para ver seu sorriso
   Até o dia de minha morte
   Eu preciso de você ao meu lado."
                     Martin Garrix - high on life

Narrado por Emily

Acordo sem saber exatamente que horas são, abro um olho e fecho novamente incomodado com a luz que entra pela janela, deve passar do meio dia, o sol já é alto lá fora, levanto preguiçosamente e me estico dando um bocejo alto e nada discreto, escuto a porta abrir e antes mesmo do visitante fala qualquer coisa eu já sei que é minha madrinha Adelaide, ela me criou desde que nasci, eu não conheci minha mãe e até hoje não sei quem ela é ou foi, muito menos meu pai, Adelaide me criou a pedido do Senhor Morato, o dono da casa, digo Mansão, chamar esse lugar incrível de casa é uma ofensa ao arquiteto, meu quarto fica numa das casas de hóspedes atrás da Mansão da família Morato, essa casa é usada pelos funcionários, concedida a minha madrinha quando ela foi contratada pela senhora Tereza Cristina Morato, assim que se mudou para cá quando se casou com o senhor Dom Morato, o que sei é que o senhor Morato me trouxe para o Mansão que chama de Lar, na intenção de me criar como filha, mas a senhora Cristina não me aceitou, quis me mandar para um orfanato, senhor Morato decidiu me deixa ser criada pela governanta, a mulher que está parada na porta do meu quarto.

Emily: Olá Madrinha - falo coçando os olhos e indo para o banheiro. Está um lindo dia não é? - falo sabendo que ela está me ouvindo, já sabendo que viria a seguir, um sermão do tamanho dessa propriedade.

Adelaide: acha que está certo levantar essa hora? Sabe o que a Senhora Cristina diz sobre os empregados que são preguiçosos, minha menina - fala com sua voz de reprovação suavizando no final

Ah que coração mole.

Emily: Madrinha, hoje é sábado e eu tive que estudar até tarde ontem, o poderoso chefão já disse, "Educação em primeiro lugar!" e a "senhora Cristina" está com sua amada filha em Milão, ou já esqueceu que a Itália fashion week é hoje? - falo a imitando puxando um pouco seu sotaque mexicano acentuado e desdenho no final ao falar da filha mimada dos Moratos Mia é linda, isso eu afirmo, mas o que tem de bonita tem de nojenta, a garota não se planta se acha a última Coca do deserto.

Adelaide: olha como fala menina, se um dos homens de seu Morato te escuta, nem sei. - fala com a mão erguida como se tivesse abanando ou afastando um mosquito

Emily: e o que ele estaria fazendo aqui? No meu quarto? - ela me olha com os olhos arregalados e eu rio com a sua expressão

Adelaide: claro que não seria no seu quarto mocinha, nem sugira isso, mas os homens almoçam nessa casa, eles poderiam escutar, e falando em almoço me lembra de porque vim aqui, já passa do meio dia, preciso de sua ajuda, para pegar as roupas no varal, para levar os lençóis limpos para a casa dos Morato e trocar as roupas de cama, claro primeiro você almoça e depois faça suas obrigações, minha menina, lembre-se você deve estudar sim, mas deve cumprir suas obrigações nessa casa, mesmo com a senhora Cristina longe ainda tem... - a interrompi completando o que ela iria dizer.

Emily: temos a Ana fofoqueira, eu sei, prometo que isso não voltará acontecer, agora posso tomar banho? Ou quer me atrasar mais com sermões sem fim? AM? - falo com a escova de dente em mãos e colocando a pasta

Adelaide: claro, claro, faça suas coisas, mas, não se demore, não quero voltar aqui. -da um beijo em minha cabeça e sai pela porta do quarto

Escovo meus dentes, faço o que preciso e tomo meu banho, saiu enrolada na toalha e visto minha roupa íntima, procuro pelo meu uniforme de serviço no cabidero, visto com pressa, alcanço meu sapato, coloco a meia e saiu do quarto calçando os sapatos. Desço a escada distraída, quando tropeço no último dos degraus e sou aparada por um dos homens dos Moratos, quando consigo me estabelecer com os pés firmes no chão, ajeito minha roupa e murmuro um "droga" baixinho, olho para cima vendo olhos castanhos me fixando com intensidade. Este é novo, penso franzindo a testa, ele sorrir e... Maldito seja, por que tão lindo, eu fico paralisada o admirando, seu cabelo castanho é uma bagunça charmosa, ele é mais alto que eu acho que uns 10 cm ou mais não tenho certeza, mas eu preciso levantar bem a cabeça para olhar para aqueles olhos e que sorriso. Saiu da hipnose quando escuto um barulho de garganta, dou um passo para trás e vejo Keaton o Motorista.

Protegida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora