Capítulo 2 - Céu Estrelado

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Emily

Madrinha está parada perto da porta com os braços cruzados com uma cara seria que me diz que ela não está muito feliz com a situação toda, eu tento explicar da melhor maneira.

Emily: eu... Estava passando ferro na roupa e me distrair, eu não esperava ninguém e de repente ele estava lá e... E quando eu vi... A roupa... - enfio uma mão dentro do buraco onde o ferro de passar queimou, fazendo uma cara de frustração total a madrinha me olhava seria.

Emily: fala alguma coisa, você sabe que eu não faria isso de propósito... - ela suspira e passa a mão pelo rosto

Adelaide: minha menina, não é possível, você sempre faz uma besteira... - fala pegando a roupa da minha mão e olhando de perto

Emily: se não fizer não sou eu - falo dando de ombros, ela me olha por cima da roupa em suas mãos e sei que não vou conseguir distrai ela com essa conversa.

Adelaide: o que foi aquilo que vi lá embaixo? - fala colocando a peça de roupa na cômoda ao lado da porta.

Emily: um beijo?! - falo brincando com a mecha teimosa do meu cabelo que sempre se solta do meu rabo de cavalo

Adelaide: não me tire como boba mocinha, aquele tapinha no bumbum já não foi suficiente? - lembro-me do tapinha passando a mão pelo local e fazendo biquinho, sento na cama e suspiro

Emily: madrinha, ele beija tão bem, que só percebi o que tava acontecendo após acontecido - ela me olha por um momento e senta ao meu lado pegando minhas mãos e fazendo carinho nela, ela diz.

Adelaide: eu entendo, ele apesar de ter de sua idade, trabalha para o Senhor Morato, não quero você envolvida com os homens que trabalham para ele... — interrompo antes que ela continue

Emily:  nos trabalhamos para o senhor Morato, somos funcionárias da casa, vivemos aqui, por que... - ela belisca minha mão e mesmo comigo protestando, ela diz.

Adelaide: difere e você tem ideia do porquê, querida, seu foco aqui, é o estudo, o tempo que você me ajuda com alguns afazeres é porque a senhora Tereza Cristina exige, essa vida não é para você, esses homens não são para você, eu estou apenas lhe protegendo, é meu dever, quando eu peguei você em meu colo, eu jurei protegê-la de tudo e todo esse mundo cruel minha menina, quero que você tenha aquilo que eu não tive. - eu fico olhando para ela enquanto ela fala e vejo o amor em seus olhos, essa mulher me aceitou em sua vida, não mediu esforços para me dá uma excelente educação em casa, eu a amo minha mãe, madrinha, minha melhor amiga, eu a abraço forte quase a sufocando.

Emily: ah Dinda, eu sei, mas, ele estava lá, e depois o beijo, e depois a roupa, e a senhora, eu não escolhi essa vida, eu caí de paraquedas aqui nem sei como, não estou te culpando por nada, sou tão grata por seus cuidados, mas, veja, eu não escolhi trabalhar para um mafioso, não escolhi viver na casa dos fundos e ter a escola que ele escolheu para mim, a melhor coisa que tenho é a senhora madrinha, e quando eu for embora daqui à senhora vai comigo... - ela enxuga seu rosto já molhado pelas lágrimas 'como eu disse mulher de coração mole', ela funga e sorri e eu a acho a mulher mais linda do mundo todo naquele momento.

Adelaide: menina, você sabe derreter um iceberg - rimos juntas e suspiramos.

Prometa-me, que você vai tentar ao menos evitar esses garotos, é um problema a menos. - ela aponta para a roupa em cima da cômoda, que com certeza vai ser um problema a enfrentar

Protegida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora