e p í l o g o

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d o i s  a n o s  d e p o i s

- Você tem certeza? – Rodrigo perguntou, exatamente como fez anos atrás.

Dessa vez algumas coisas estavam diferentes. Ainda era o mesmo apartamento, embora a decoração estivesse diferente. Ainda éramos o mesmo casal apaixonado, mas com mais experiência agora.

E, principalmente, não éramos mais dois medrosos, cheios de receios a respeito do futuro.

Há alguns meses, em uma de nossas ultimas viagens, conversamos sobre tentar ter filhos novamente. No inicio achamos que pudesse ser cedo demais, foi um pensamento que veio e foi embora muito rápido. Estava tudo bem, óbvio que estava, mas tínhamos medo de que acontecesse tudo de novo, de sofrermos tudo de novo, mesmo que meus médicos já tivessem falado, pelo menos um milhão de vezes, que poderíamos tentar tranquilamente.

Depois de alguns dias depois que a ideia inicial surgiu, Rodrigo voltou a tocar no assunto.

- Mas tá tudo bem, não é? Não custa nada tentar, se for pra ser, vai ser.

Ele disse e eu concordei. Naquele dia passamos a noite inteira conversando sobre isso deitados em nossa cama. Pontuávamos sobre os cuidados e a força que precisaríamos ter caso eu realmente engravidasse. No fim, já fazíamos planos de decoração e viagens em família.

E então eliminamos toda e qualquer barreira que havíamos imposto para evitar ter filhos. Fizemos isso por tanto tempo, presos à um medo bobo de não suportarmos perder outra criança, que quando baixamos a guarda foi quase desesperador.

A cada mês esperávamos por uma confirmação e ela nunca vinha.

Ninguém mais sabia, aliás. Decidimos por guardar essas tentativas somente conosco. Já colocávamos pressão o suficiente sozinhos, não conseguia imaginar como seria se nossas famílias se juntassem à nós.

Quando finalmente comecei a suspeitar que nosso momento havia chegado, contei a Rodrigo imediatamente. Ele estava afoito e dava pulinhos no meio da nossa sala.

- Eu acho que sim. – Respondi à sua pergunta. – Estou sentindo as mesmas coisas de novo. O que você acha?

- Seu sono tá mesmo desregulado. – Afirmou passando a mão pelos cabelos. – Você está sentindo enjoos?

- Hoje de manhã.

- O que você tá esperando para fazer um teste, Agatha? Eu vou infartar, amor.

- Você, Rodrigo! Não vou fazer isso sozinha. – Disse rindo do seu drama eufórico.

O puxei até o quarto e o deixei esperando na cama. Fiz tudo que era necessário com o teste de farmácia, que já deixávamos estocado no armário da pia. Rodrigo se juntou a mim e esperamos juntos, encarando o teste na bancada, como se a nossa ansiedade pudesse acelerar o processo.

Depois de meses tentando, já havíamos passado por isso diversas vezes. Compartilhávamos a agonia da espera e a decepção pelo resultado. Sempre só nós dois.

Mas dessa vez era diferente, as suspeitas eram mais concretas e eu sentia que era o momento.

E era mesmo.

"Grávida 3+" Foi o que apareceu no teste.

Não conseguia definir com exatidão como as coisas se sucederam depois disso, mas lembro-me de gritar e ser suspensa no ar, dentro do abraço de urso que eu recebia do meu marido.

Lembro-me dos nossos sorrisos, refletidos pelos olhos cheios de lágrimas, minhas e dele. Rodrigo me beijou, de forma intensa e apaixonada, em demonstração da felicidade plena que sentíamos.

Nossa família estava crescendo, era tudo que conseguíamos pensar. E foi assim que demos essa notícia a todos aqueles que torceram por esse momento.

"Advinha quem foi promovida a irmã mais velha? Helena!"

f i m


a g r a d e c i m e n t o s  &  a v i s o s

(por favor, leiam)

Eu não acredito que cheguei nesse momento! Não sei nem como começar, inclusive. 

Ain't No Sunshine é uma história muito especial pra mim, a ideia dela surgiu do nada e, sem pensar duas vezes, escrevi aquele primeiro capítulo que vocês conhecem bem. Me joguei de cabeça e me entreguei totalmente em cada linha que escrevi. Tentei passar toda a emoção que Agatha e Rodrigo estavam sentindo naqueles momentos.

O feedback de vocês me impulsionou, me inspirou e me fez uma mulher muito feliz.

Eu AMO vocês! E sou muito grata por cada leitura, cada voto e cada comentário. Obrigada, obrigada, obrigada. De verdade e mil vezes.

Um obrigada especial a cada uma das mulheres maravilhosas fanfiqueiras&cantoras do WhatsApp. Se não fossem por vocês eu não teria ido tão longe.

Anne, obrigada por tudo!

Obviamente eu não estou pronta para dizer adeus. Eu planejei esses 9 capítulos e esse epílogo e então eu fecharia o arquivo e seria um fim definitivo. Mas agora eu sinto que existem algumas pontas que ainda podem ser exploradas. Por isso eu vou voltar semanalmente com EXTRAS, como esses dois que vocês leram no meio da história.

Pensei que em trazer algumas partes da história narradas pelo Rodrigo, por que não? Se vocês gostarem da ideia, comentem pra mim qual cena vocês gostariam de ler pela visão dele!

É isso. Até mais, beijão!



Ain't No Sunshine ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora