O auge do Orkut

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                        PARTE 1

  Em 2010 o Orkut estava no auge, quase todos que tinham um pc, tinham também um Orkut, desta forma, acabei reencontrando algumas pessoas da minha infancia, entre essas pessoas, reencontrei uma amiga, Beatriz, ela terá um papel decisivo na minha vida.
  Eu era um cara casado, tinha dois filhos, aparentemente um cara muito feliz, fiel, religioso, e que acreditava no amor, um cara muito educado, formado em engenharia civil, na UFRJ, trabalhava em uma grande empresa no estado do Rio de Janeiro, não tinha do que reclamar.
  Numa sexta feira a tarde, estavam todos saindo da empresa, inclusive eu, quando entrei no carro, sentir uma dor horrivel na cabeça, um amigo veio me ajudar, me tirou do carro, sentei em uma cadeira num quiosque que havia ao lado da empresa, tomei um comprimido analgésico e voltei ao carro.
  Fui pra casa ainda passando muito mal, com enjoo, e as dores na cabeça e na nuca não passavam. Meus filhos vieram brincar comigo, mas não pude dar atenção, confesso que até tentei, mas não consegui.
  Minha convivencia com a minha esposa já não estava bem, embora eu a amasse, raramente tinhamos relação sexual, não porque eu queria que fosse assim, mas estranhamente ela me desprezava.
  Alessandra, esse era o nome da minha esposa, uma mulher linda, cabelos negros, pele morena, mais parecia uma india, uma mulher de 32 anos, mas de uma arrogancia que me matava de vergonha, mas tinha algo muito além da beleza que me prendia a ela, além de ser uma excelente mãe, de cuidar muito bem da casa, ela também era excepcional na cama, naquela época, transavamos pouco, mas tinhamos um encaixe perfeito, o toque dela na minha pele, nosso beijo, nossos olhares, era tudo muito maravilhoso.
  Eu, um cara fisicamente muito bonito, muito assediado no trabalho, na rua, moreno, 1,90, olhos cor de mel, cabelos pretos, um corpo bem definido, com uma excelente alimentação e muito exercicio.
  No sábado, dia seguinte aquele dia que havia passado muito mal, resolvir não sair, fiquei em casa, e minha esposa acabou saindo sozinha com as crianças. Como passa tempo, resolvir ficar na internet, usando o Orkut e o MSN, foi quando percebi que o MSN da minha esposa estava aberto, a princicio não iria ler, quando iria fechar e sair do MSN dela, um tal de Alex perguntou se ela já estava arrumada, cliquei na conversa, e pra minha surpresa, havia uma infinidade de conversas intimas, como por exemplo: Eu sonho com você todos os dias, eu te desejo tanto, eu quero tanto a sua boca... Enfim, fiquei sem chão, mas ao mesmo tempo queria descobrir tudo, fiz questão de ler todas as conversas, mesmo aquilo me machucando tanto. Resolvir ir ao inicio da conversa, e como a mulher que eu tanto amei, que eu me dediquei, vivi cada segundo da minha vida a ela e a nossa familia, falava tão mal de mim, quantas mentiras eu vi naquela conversa.  Naquele momento, subiu em mim uma ira tão grande, uma revolta, uma necessidade de agir, de tomar uma atitude, peguei o celular, e liguei pra Alessandra, ela atendeu com a maior cara de pau:
  -- Oi amor!
  -- Oi amor? Aonde você está, sua safada?
  -- Que isso Jorge? Por que está falando assim comigo?
  -- Quero saber aonde você está, sua puta safada!?
  -- Que isso amor? Você está maluco?
  -- Alessandra, você deixou o seu MSN aberto!
  Quando eu disse isso, ela desligou o celular.
  Fiquei até tarde da noite acordado, esperando a Alessandra cheguar, ela não veio pra casa, passei aquela noite em claro, lendo e relendo aquelas conversas, sofrendo por uma mulher que demonstrava através daquelas conversas, não ter nenhum amor por mim, nenhum respeito, aquilo me doía, eu pensava: como pode isso? Depois dizem que os homens não prestam.
  Quando amanheceu, eu estava muito mal, não só pelo acontecido, mas eu estava passando por sérios problemas de saúde, que até então eu não sabia do que se tratava.
  Voltei a ligar para Alessandra, e ela atendeu as 9 hrs da manhã, disse que estava indo pra casa, que havia dormido na casa da irmã e desligou.
  Chegou em casa, foi ao banheiro tomar banho, ela estava muito assustada, e acreditem, mesmo com muita raiva, eu também sentia pena da pressão que eu estava fazendo a ela, eu acho que eu era muito babaca, eu poderia ter várias mulheres lindas, mas estava ali, com pena da Alessandra.
  Entrei no banheiro e ela estava tomando banho.
  -- Como é que é Alessandra, não tem nada à me dizer?
  -- Não, não tenho, você nåo vai acreditar em mim mesmo!
  Após Alessandra dizer essas palavras, me subiu uma furia incontrolável, como alguém pode ser tão cinica, tão falsa? Partir pra cima dela, segurei pelos braços, e a sacudir, ela gritou dizendo que eu estava lhe batendo, e continuou pedindo socorro, mesmo depois de eu solta-la.
  Eu estava morrendo de vergonha dos vizinhos, e principalmente dos meus filhos.
  Sair naquele momento sem rumo, porque as coisas poderiam piorar naquela casa, só que as dores na cabeça aumentaram, e eu não conseguia me manter de pé, meus olhos estavam escurecendo, e eu não me lembro de mais nada em relaçåo aquele momento.

              CONTINUA...

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⏰ Última atualização: Mar 29, 2019 ⏰

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