Minha querida aluna

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1943

- Creio em Deus-Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra e em Jesus Cristo seu único filho Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo... - Perdão é aquilo que todo cristão busca, seja por traições, gula, luxúria ou vaidade. A verdade é que a humanidade precisa acreditar, ela precisa se prender a alguma crença. E quem controla a crença, controla tudo.

- A missa foi linda reverendo.

- Muito obrigado, minha querida. - Ele me abençoa e sorri contente, era o mais novo enviado para o nosso convento na Romênia. - Soube que fez seus votos e agora é uma freira Abigail, fico feliz que finalmente esteja mais perto de nosso senhor.

- Tão perto, o senhor nem pode imaginar o quanto desejo. - Falo olhando sua boca jovem, ele era diferente dos velhos nojentos que já vieram para cá, com certeza um recém-formado da igreja católica, enviado pelo Vaticano.

- Me diga, por que tantos padres desistiram de ficar aqui? - Ele questiona, enquanto o ajudo a arrumar a igreja do castelo.

- Não é que eles não quiseram ficar senhor, apenas foram embora porque se sentiram atormentados nesse lugar. - Digo séria e confiante.

Romênia era um local curioso, atravessando o oceano podia-se chegar à costa perto de Salém, cidade batizada com esse nome graças às famosas bruxas de Salém. Dizem que todas as bruxas desse local escaparam, pois eram inteligentes demais para morrer ali.

De fato, essa teoria é consistente. Deixar mulheres inocentes morrerem no seu lugar, chegava a ser hilário e até mesmo excitante, só de imaginar seus corpos queimando sentia como se fosse ter um orgasmo, a morte e o sacrifício, eu estava pronta.

- Entendo. - Ele suspira. - Esse convento foi construído pela igreja para que pudesse ser usado como a fortaleza de objetos raros e estimados, sendo o local mais seguro contra demônios e criaturas malignas.

- O Vaticano também é uma fortaleza impenetrável, não acha? - Questiono.

- Impenetrável, para demônio. Por isso fazemos os ladrões acreditarem que nossos tesouros estão lá. - Ele ri fraco e acompanho-o.

- Deixa que... - Falo indo ajudá-lo com o vinho e acabo derramando um pouco em nossas roupas. – Oh! Me desculpe reverendo, sou tão desastrada!

- Não, tudo bem. - Fala sereno e doce, odeio.

- Se tirar suas vestes, posso lavá-las, para o senhor. - Olho diretamente em seus olhos. – Claro que não aqui.

O jovem santo fica sem graça e dou risada quebrando o gelo, em seguida sigo para a saída. 

Antes da "Guerra de Fogo e Gelo" - Zelena 

Antes da "Guerra de Fogo e Gelo" - Zelena 

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Ligações Perigosas - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora