Ligações Perigosas - Livro 1

O Cisne Negro

Mansão Foxx

O medo é uma sensação de alerta que basicamente nos causa receio de fazer alguma coisa, geralmente por nos sentirmos ameaçados fisicamente ou psicologicamente. Por sua vez, o pavor é o auge do medo, sua ênfase.

Pavor é quando você está completamente aterrorizado com algo. A partir do pavor, a pessoa sofre alterações no seu estado anímico, relativo ao choque que sentimos na alma. Era assim que eu me sentia, não só meu corpo, mas também minha alma parecia não respirar.

Essa alteração decorre pela percepção de um potencial perigo ou dano, podendo ser real ou estar na imaginação do sujeito, deixando a pessoa num estado de alerta, que serve como mecanismo de defesa, e a minha defesa estava pronta.

- Podemos parar? - Indago sem pensar muito, as palavras simplesmente flutuavam de minha boca e quando vi as mesmas já haviam estourado no ar, a caminho dos ouvidos próximos. Ela parou de tocar.

Virando seu rosto em direção a mim, senti minhas pernas tremerem novamente. - Podemos. - A mesma se levantou após dizer.

- P-po-por... - As palavras não saíam, tudo que pensava em falar ficava travado em minha língua e um nó me sufocava.

- Me diga querido, porque esse medo excessivo de mim? - Ela questiona saindo da sala de jantar, ainda trajada com um vestido preto e máscara, parecia ter voltado de uma festa a fantasia. As luzes se apagam.

Me levanto com dificuldade, derrubando o pote de tinta no chão, caminho pelo mesmo corredor iluminado que ela andava, pois o escuro ao redor me assustava.

A loira misteriosa entra em um cômodo secreto, aquele que nem mesmo eu saberia encontrar.

- Essa mansão ficou abandonada um tempo, eu frequentava este lugar. – Falo acompanhando-a e de repente estamos em seu quarto.

- Eu sei. - A mulher se acomoda em sua penteadeira e remove a máscara revelando sua verdadeira face. - Como foi sua infância Henry?

- Boa. - Respondo sem muita cerimônia apesar de não entender o real motivo de sua pergunta.

- Mentira! - Ela fala olhando meu reflexo pelo espelho e ao levantar caminha em direção a mim, volto a tremer. No entanto, ela abre seu guarda-roupas, ao meu lado, pegando um traje mais confortável. - Conte-me a verdade!

- Por que acha que estou mentindo? - Questionei.

- Eu tenho um super-poder, sei quando estão mentindo para mim. - Me arrepio ao ouvir a frase e me lembro de Emma Swan, uma das minhas mães. A loira caminha e vai para trás de um trocador.

- Cresci aqui em Storybrooke e ao mesmo tempo em Nova Iorque. - Suspirei. - Regina minha mãe adotiva, me pegou ainda criança no lar de adoções, mas depois de uma maldição eu cresci ao lado da minha mãe biológica Emma, é confuso.

- Nem tanto! - Ela sai e se senta em uma poltrona. - Sente-se autor!

- Quem é você? - Falo me sentando em outra poltrona de seu quarto amplo e um tanto rústico. - Por que está fazendo isso conosco?

- Me chamo Odette Foxx. - Ela responde enquanto me encara com seu olhar penetrante e ameaçador.

- Não lembro de você no livro. - Falo tentando me lembrar, percebendo a leve irritação da mulher que batia seu anel afiado no braço da poltrona.

- Eu fui apagada, jogada no esquecimento para viver só e infeliz para sempre. - Ela reflete.

- Sinto muito. - Dito olhando para baixo e depois para ela. - Talvez eu possa te colocar no livro, me conte sua história.