A vida humana transformada em objeto de consumo

289 15 0
                                    

O filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman é um dos pensadores, que alimentam reflexões sobre a realidade consumista na qual o ser humano está inserido. Sua pesquisa não se limita a uma só área; abrange a sociologia, a filosofia e a ciência política, analisando as complexas relações nas quais as pessoas se movem.Para o autor, o consumo é uma teia de relações bem construída em que não restam muitas alternativas na luta pela sobrevivência.

O ser humano, ancorado no discurso consumista, vive a sua vida sem se questionar sobre o que realmente acontece à sua volta. Vive-a como espectador, não como protagonista. Num ambiente incerto como o atual, o consumo aparece como resposta à satisfação das ansiedades dos indivíduos. Isso é fundamental para compreender Bauman, quando aponta a transformação da vida humana em objeto de consumo na contemporaneidade.

A comodificação das vidas humanas constitui um longo processo que se iniciou na sociedade moderna e se torna visível no cenário da sociedade contemporânea. Zygmunt á define como "modernidade líquida", devido às mudanças rápidas que ocorrem sem haver um embasamento firme ou algo que dê forma. A ideia é adaptar-se às situações como a água faz, de acordo com o recipiente que é inserida.

O presente texto justifica-se inicialmente pela valoração da vida humana diante de toda estrutura. Ela existe para auxiliar o ser humano, e não o contrário, como prega a modernidade líquida. Nesse ambiente, a pessoa é tratada como uma engrenagem da máquina chamada consumo. Deve alimentar o sistema com a sua vida, sem perceber que também é um objeto de desejo a ser exposto no mercado de compra e venda.

Não é apenas um mês: Ansiedade, Depressão e SuicídioOnde histórias criam vida. Descubra agora