Não se trabalha sozinho na lida do comportamento suicida, pois cada profissional agregará esforços para os cuidados daquele que não encontra mais sentido para continuar vivo. Partindo da premissa de que talvez a pessoa não deseje a morte, mas viver de outra maneira há de se destacar um último aspecto importante: a disponibilidade do psicoterapeuta, no sentido de colocar sua habilidade técnica à disposição e direcionar essa habilidade para dispor de amor, ternura, acolhimento e compaixão pelo humano que compartilha seu sofrimento provocado pelas adversidades que a vida lhe apresenta. A disponibilidade não representa garantia para salvar vidas, no entanto, demonstrar para qualquer um que ele é compreendido como outro diferente e humano faz diferença. O toque acontece somente entre humanos e, dessa maneira, a disponibilidade afetiva quanto ao cuidado pode oferecer a sensação de alívio para a solidão existencial e acalanto para o desespero.
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Não é apenas um mês: Ansiedade, Depressão e Suicídio
Non-FictionBreves palavras sobre o suicídio que costuma ser abordado frequentemente apenas em um único mês, como se nos outros onze meses do ano ele existisse, mas fosse algo normal. Ao contrário do que muitos dizem por aí, suicídio não é frescura e pode ter m...