Primeiro Toque

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- Desde quando você trabalha para a família Baker? - O ruivo segurava o volante fixo no trânsito a sua frente.

- Eu acho que dês dos meus doze anos. - Dei de ombros.

- Você trabalhava para minha família com doze anos? - Agora seus olhos me encaravam surpresos. Desviei o rosto e observei a chuva que caía por detrás da janela. Ainda estava quente.

- Não trabalhava exatamente

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- Não trabalhava exatamente. Era só algumas tarefas simples. Nessa época minha tia trabalhava para sua família, então era ela que fazia todo trabalho duro. - Disse apenas. Erick ergueu as sobrancelhas em concordância.

- E por todo esse tempo você não sabia que era para minha família que você estava trabalhando? - Questionou firme. Ponderei por um instante analisando as gotas d'água adentrar o carro e respingar sobre as minhas roupas. Fechei a janela e respondi devagar.

- Sinceramente não fazia a menor ideia. Mas o sobrenome não me era estranho. - Erick sorriu de lado.

- Quando se gosta de alguém, a pessoa não deveria procurar saber mais sobre ela? - O ruivo perguntou com um semblante monótono. Meu rosto esquentou e imediatamente abaixei a cabeça voltando a brincar com os meus dedos em meu colo. Ele riu baixinho, me deixando ainda mais envergonhado.

Idiota.

- Pode parar aqui. Minha casa é logo ali na frente. - Pedi destravando a porta do carro. Erick encostou próximo ao meio fio e eu desci depressa murmurando um obrigado entre os dentes.

- Espera aí. - O ruivo desligou o carro e desceu com as mãos nos bolsos e um olhar curioso. - Eu vou com você.

- Não precisa. Aqui já é o suficiente. Não quero tomar mais do seu precioso tempo. - Insistir. Empurrando Erick para dentro do seu carro de volta. O ruivo me afastou e falou zombeteiro.

- Relaxa cara. - Ele caminhou na minha frente. - Só quero ver com quem você mora. Até porque se minha velha souber que deixei você descer sozinho ela me mata. - Erick parou e olhou para os lados. - Qual dessas é a sua casa?

Passei em sua frente indicando o caminho. Bufando e pisando forte. Ele me olhava e ria como se tudo fosse uma piada. Era para ser uma noite normal após um dia de trabalho, mas Erick tornava cada segundo tão exaustivo.

Parei em frente a um portão vermelho com alguns detalhes em preto. Apertei a campainha e esperei minha mãe abrir a porta como de costume. Minha chave havia sumido alguns dias atrás. Ela tinha me dado dinheiro para fazer a cópia, porém eu sempre adiava. O que resultava nisso.

- Você não tem a chave da sua propria casa - O ruivo franziu o cenho e completou. - Que esquisito. Tem certeza que você mora aqui? - Suspirei devagar ignorando cada palavra. Logo depois uma mulher de cabelos pretos e longos abriu a porta.

Simplesmente Um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora