Abri os olhos com o alvoroço na sala. A gritaria no corredor e o som de passos fortes e rápidos. Peguei minha mochila e sai junto com a muvuca. Eles corriam e falavam alto. Perto da saída me enfiei entre as pessoas até o portão. Já era por volta de meio dia. Corri até o ponto de ônibus e desci próximo ao meu trabalho.
Parei em frente ao pequeno mercado e suspirei alto. Era mais um dia de trabalho, mais um dia de rotina, apenas mais um dia qualquer. Adentrei o vestiário e troquei de uniforme. Era um emprego fácil que consegui por indicação da minha tia que trabalhou como gerente da loja a muito tempo atrás.
Fui até às estantes e comecei a organizar os produtos nas prateleiras. Onde várias pessoas passavam constantemente pedindo informações, tais como; Onde posso encontrar tal produto? Poderia me dizer o preço do café? Vocês vendem isso ou aquilo? Não era um trabalho árduo, mas era cansativo.
- Greg vai buscar o saco com os arroz. - Sofia ordernou após contar os pacotes. Sofia era a dona do estabelecimento. Ela trabalhava no caixa e por ser um comércio muito pequeno, era somente nós dois. Mas soube que era apenas uma filial da família e que eles tinham muitos mercados grandes municípios afora.
- Quer que eu traga outra coisa além do arroz? - Perguntei analisando os produtos nas estantes.
- Não... só isso mesmo. Eu vou sair rapidinho para comprar as coisas que estão faltando. Você repõem o arroz e vai para o caixa. - Ela saiu segurando sua bolsa.
Fui até o depósito e puxei o saco de dentro da caixa de papelão.
Pesado.
Levantei o saco de uma vez, jogando por cima dos meus ombros. Gemi em resposta com a dor repentina. Sai do cômodo e fechei a porta com dificuldade. No saco tinha em média dez pacotes de arroz. Entrei no corredor cambaleante. Droga, meu ombro estava dormente e eu estava completamente sem forças nas pernas. Vacilei por um segundo tentando atravessar o corredor e caí em direção às prateleiras. Meu coração gelou. Todos aqueles produtos juntos valia mais que o dobro do meu salário. Apertei os olhos e esperei a queda, mas algo me segurou. Duas mãos grandes e firmes adornavam meu corpo. Meus ombros estavam leves, já não sentia o saco de arroz em minhas costas. Hesitei um pouco e abrir os olhos relutante.
- Você está bem? - Perguntou a voz preocupada. Apenas assenti e deixei que meus olhos se dirigissem até o rapaz a minha frente.
Congelei.
Ele me olhou confuso e eu desviei meu rosto envergonhado. Sentindo meu coração bater descompassado de maneira que eu não pudesse controlar suas batidas frenéticas.
O que é isso? O que está acontecendo comigo de novo?
Peguei o saco de arroz e sai ignorando o rapaz e toda aquela sensação estranha no meu peito.
Como eu o detestava.
- Espera, deixa que eu levo pra você. - Ele segurou meu braço e instantaneamente senti meu corpo esquentar com a sensação dos seus dedos longos contornando meu pulso.
- Onde coloco? - Erick Perguntou segurando o saco de arroz e o erguendo até a altura do peito com uma facilidade incrível. Seus braços seguravam firmes os pacotes. O abdômen definido por detrás do tecido branco. O pouco de suor que havia se formado em seu pescoço. A maneira como ele mordia os lábios, enquanto segurava todo o peso. Era de tirar o fôlego.
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Simplesmente Um Anjo
FanficEle era o oposto de mim. Era alto e extremamente bonito de uma tal forma que me causava um certo arrepio só de olhá-lo. Era invejado por todos naquela escola. Arrancando suspiros de qualquer um que ousasse passar ao seu lado. Erick era a imagem pe...