cap.8

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Pérola foi conduzida a um enorme escritório muito bem decorado, e logo viu Márcio, que levantava-se devagar por trás da escrivaninha antiga, em estilo clássico. Mais uma vez pérola notou-lhe a elevada estatura e, ao mesmo tempo, achou que tal constatação era ridícula em vista da situação que estava prestes a enfrentar ali.

— Sente-se Márcio  apontou para duas poltronas que ficavam diante de uma imponente lareira, a um cantos.  Gostaria de ter uma conversa com você.

Em silêncio, pérola obedeceu, mas sentou-se, de propósito, sem o menor refinamento. Também queria deixar às claras algumas coisas àquele homem, embora sua figura grande e imponente inspirasse respeito. Achou que Márcio porto fosse repreendê-la por causa do delicado tecido de seda que cobria as poltronas, mas ele apenas sorriu e começou, gentil:

— Na verdade, quero fazer-lhe uma pergunta.  Acomodou-se também, diante dela, ajeitou o vinco impecável da calça e recostou-se de maneira mais confortável, antes de continuar:

— Srta. Pérola, o que acha da ideia de ser minha noiva por algum tempo?

O olhar de Márcio porto era tão firme, seu sorriso tão sincero e sua voz tão direta e clara que, por alguns segundos, pérola não soube o que pensar.

No mínimo, aquele homem deveria estar louco. Como lidar com uma situação assim? Deveria rir da brincadeira? Deveria tentar fazê-lo ver que aquilo que propunha era absurdo? Poderia sair correndo e nunca mais voltar? Afinal, o que estava acontecendo?!

— Noiva… —
conseguiu murmurar, não está se referindo a… o que se costuma fazer antes de um casamento.

— Para ser franco, é exatamente a isso que me refiro, mas… sem que precisemos nos casar. Aliás, este é o ponto a que quero chegar.

Pérola meneou a cabeça, sem entender.

— Poderia explicar-se melhor, por favor?  Antes, porém, resolveu pedir  Teria alguma cafeteira por aqui? Acho que vou precisar de um gole de café…

Márcio sorriu.

— Louise poderá providenciar isso em alguns minutos. Quer açúcar ou adoçante?

— Açúcar, obrigada.

Márcio foi até a porta e chamou pela secretária. Ao vê-lo de costas, pérola deu asas à imaginação. Ela sentia uma vontade imensa de escapar dali, mas algo dentro de seu peito parecia avisá-la de que, caso fosse possível fazê-lo, passaria o resto de sua vida arrependendo-se, querendo ter ouvido o que havia de tão interessante na proposta que Márcio porto iria lhe fazer.

Sim, porque, com certeza, a indagação que ele lhe fizera havia pouco era, no mínimo, intrigante.

COISAS DO UNIVERSO (ADAPTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora