cap.10

143 8 0
                                    


Algo dentro dela, porém, fazia-a vacilar. Não era do tipo de pessoa que tirava vantagem de tudo. Seus princípios morais falavam sempre mais alto. Então, uma ideia lhe ocorreu, e apressou-se em expô-la:

— Digamos que seria uma espécie de empréstimo sem juros que estaria me fazendo, sr. Porto. E que, dentro de mais ou menos três anos, eu possa começar a lhe pagar.

— Três anos? Bem… Márcio parecia não acreditar no que ouvia.  E por que deveríamos esperar esse tempo todo? Para que precisa desse… empréstimo?

Pérola deu de ombros.

— Não acho que seja de seu interesse o modo como vou gastar essa importância. Se tem medo de que não lhe devolva, acho que vai ter de confiar em meu caráter. Não me parece ter outra escolha.  Sorriu, com suavidade. — E lógico que, se os termos não lhe agradam, podemos encerrar este assunto agora mesmo.

Márcio permaneceu em silêncio por longos minutos, o que a levou a imaginar que pudesse ter ido longe demais. Fosse como fosse, não deveria ter desperdiçado aquela oportunidade. Jogara e perdera, ao que parecia, e não tinha por que sentir-se desapontada, não estava pior agora do que quando entrara naquela sala.

COISAS DO UNIVERSO (ADAPTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora