Tic. Tac. Tic. Tac.
O barulho do relógio estava prestes a explodir á cabeça de Harry Styles. O homem estava apoiado no batente da janela da sala, observando o lado de fora da casa enquanto fumava seu terceiro cigarro seguido esperando que ele chegasse. Ele sentia a adrenalina começando a diminuir lentamente, embora batesse o pé no chão freneticamente e estivesse se controlando para não cometer uma loucura antes de Liam chegar. Se viu obrigado a amordaçar a boca de Lauren, que não parava de tagarelar, e vez ou outra olhava para a mulher, que estava sentada no sofá com os olhos fechados, a respiração acelerada enquanto o medo percorria suas veias.
Momentos como aquele qual ele a observava, Harry se perguntava se era realmente aquilo que deveria fazer. Ela tremia de medo, exalava o forte odor do pavor e se negava a olhá-lo por tempo demais, continuava apenas de olhos fechados implorando, talvez, por alguma força divina para que aquilo não acontecesse, talvez. Não sabia dizer ao certo o que sentia quando olhava para ela.
Acordado, ele conseguia se lembrar de todos os momentos que passou ao lado dela, todos os momentos em que viu que toda a raiva que carregava dentro de si se esvaia de seu corpo e de sua alma e que via que a amava. Mas era ilusão. Toda a merda que os dois viveram era ilusão.
Ele não estava apaixonado de verdade, estava iludido. Ela não estava apaixonada, estava sendo iludida. A mulher o esqueceu mais rápido do que ele conseguiu esquecê-la, não conseguiu esquecê-la na verdade, Harry sentia os batimentos de seu coração aumentar toda vez que deixava seus olhos observá-la, mas mesmo assim ele foi esquecido e o gosto do esquecimento amargava em sua boca. Lembrou-se dos dias de tormenta que viveu nas ultimas semanas, angustiado por não tê-la, por tê-la magoado, por ter destruído a si mesmo e mostrado o que ele era de verdade para ela. Mas aquela merda toda tinha que acontecer.
O esquecimento de Lauren tinha valido para algo, afinal. Tinha trazido de volta todas as lembranças de Harry, tinha trazido de volta seus pais, sua infância, o ódio por Liam Payne e sua vingança. Toda aquela merda, todos os acontecimentos das ultimas semanas, de toda a dor, sofrimento, caos, tudo serviu para fazê-lo fazer o que devia ter feito á meses atrás. Fazer com Liam a mesma coisa que Liam fez com ele. E falando no diabo.
Harry viu o carro branco do delegado, ainda longe, se aproximar lentamente, enquanto dirigia devagar por entre o caminho de terra. Desencostou-se da janela e jogou o cigarro no chão e levou uma bala de menta a boca, como de costume, antes de se aproximar de Lauren e segurá-la com as mãos, levantando-a do sofá.
-Vamos, Lauri- Arrepios ruins percorreram todo o corpo da mulher no exato momento em que as mãos grossas do homem a tocaram. Lauren apenas abaixou a cabeça e continuou andando, sendo guiada por ele, e parando no ultimo cômodo do térreo, uma sala maior e quase sem móvel algum já que a maioria o pai havia doado. A única coisa que havia restado era o piano de madeira, dos Payne, que estava coberto por uma manta branca no canto da sala. Não pode deixar de sentir o coração acelerar ao pensar na família, ao pensar no pai que a qualquer momento poderia estar ali, fazendo alguma loucura maior ainda. Lauri não queria que ele viesse, ela não queria que ele passasse por aquilo com ela, ela conseguiria resolver, tinha certeza. Resolveria aquilo assim que pudesse falar normalmente. Liam não podia chegar agora.
A mulher fechou os olhos ao sentir os braços de Harry Styles em sua cintura, abraçando-a e a puxando para perto. Ela havia sonhado com aquilo por dias, quando dormia e quando estava acordada, mas naquela hora ela desejou estar longe dali, longe dele.
Harry inalou fortemente o perfume que emanava do corpo de sua menina, os dedos subindo lentamente pelos braços cobertos pelo casco até chegar ao pescoço nu, onde viu ter provocado arrepios na mulher. Bons ou ruins?
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Inimigos - H.S
FanfictionEle só queria vingança. Ela só queria conhecê-lo. Ele tinha o plano perfeito para destroçar seu inimigo. Ela tinha acabado de descobrir um sentimento perfeito. Ele só estava usando ela. Ela só queria ser amada por ele. Até onde alguém iria por vinga...