Inimigos - H.S

Capítulo 20

Lauren estava sentada no chão gelado do escritório que estava montando, vazio já que os móveis ainda não haviam chegado e olhava para as paredes já pintadas enquanto comia um dos três cupcakes que havia comprado. Como companhia, ela tinha as persianas já instaladas e as lâmpadas, só. Havia dois dias que o lugar estava pronto e quase se sentia ansiosa para que os móveis chegassem logo, porém, ás vezes ela se esquecia até disso. A mente voava para tantos lugares e, ao mesmo tempo, para um lugar em comum: Harry Styles e Liam Payne. Duas pessoas que amava tanto, um mais que o outro, mas que, agora, pareciam ser uma grande incógnita na sua vida.

Bufou alto, não acreditando nas coisas a sua volta. Evitar o pai estava se tornando cada vez mais difícil, assim como ignorar as chamadas de Harry. Ela não se sentia pronta para conversas, não se sentia bem para encarar com quem estava morando, com quem estava se relacionando. Jogou o papelzinho dentro de uma sacola e pegou outro bolinho, esse de morango, e começou a comer enquanto mantinha os olhos nas janelas fechadas. As palavras de Harry rondando a mente, ele falava a verdade quando dizia aquelas palavras sobre o pai? Ela precisava de respostas, precisava mais do que tudo de respostas, mas tinha medo de se encontrar com Harry, tinha medo do que ele diria e mais medo ainda do impacto que as palavras dele causariam em si.

-Porra- sussurrou, se sentia louca de tanto que pensava sobre aquele assunto. Duas noites mal dormidas resultaram em olheiras terríveis, não tinha como evitar. Lauren jogou o outro papelzinho na sacola e se levantou, pegou a bolsa e deixou o ultimo bolinho dentro da caixinha de papelão, assim como o café que ainda estava lacrado. Trancou a porta e desceu as escadas saindo para o lado de fora.

Lauri olhou para os lados e continuou andando, o carro estava do outro lado da rua, um pouco mais a frente. Entrou no carro e deixou sobre o banco do carona as coisas enquanto saia com calma da rua em que estava. Ligou o rádio e levou a mão ao café abrindo a tampinha enquanto estava num semáforo. Lauren deu partida no veículo afastando-se de vez do centro comercial. Ao sentir o cheiro do café, um forte enjôo apareceu subitamente, fazendo-a parar no acostamento e abrir a janela para que o vento gelado entrasse, precisava de ar.

-Isso não pode estar acontecendo de novo- murmurou, a cabeça encostada no volante enquanto tentava afastar da cabeça tudo que estava invadindo, não pode ser. A mulher deu a volta com o veículo, seguindo o caminho para o centro novamente, precisava ter certeza absoluta do que estava acontecendo.

Harry observava o piano que a virá tocar uma vez, quando mostrou pela primeira vez o merda que ele era, quando gritou com ela, quando ficou cego de ciúmes ao ver Niall Horan olhando-a, com aqueles olhos de predador. Fechou os olhos inchados e fungou, parece que foi tão recente mas já tinha tanto tempo, tanto. Levou a garrafa de volta boca e bebeu o liquido amargo da cerveja, estava sentado numa poltrona enquanto mantinha os olhos na porra do piano e se lembrando da maldita Lauren Payne. Ela não podia ter feito aquilo com ele, tê-lo feito se apaixonar a ponto de estar daquela forma: destroçado, afundado em sentimentos melancólicos enquanto pensava nela, precisava tanto dela.

Harry tinha a sua frente, na pequena mesinha, diversas garrafas de bebidas vazias, cigarros de maconha e pinos de pó, já estava a dois vivendo naquela merda toda que ele achava que era a melhor vida que tinha. Quantas e quantas vezes, na prisão, ele só pensava em matar a porra do delegado Payne e de dar uma puta festa em comemoração. Quantas vezes estava lá sedente por bebidas, drogas, carros e bocetas. Quantas vezes ele havia sentindo a necessidade de passar dias virado, a base de substancias químicas, para poder comemorar todas as festas que tinha no mundo, seja de dia ou seja de noite. Ele idealizava um tipo de vida, uma vida onde só havia poder, prazer e dinheiro, e tudo aos seus pés, ele sonhava com aquilo todos os dias. Mas isso foi antes de conhecê-la, Lauren mostrou a Harry algo que ele nunca antes tinha enxergado com ninguém. Ela lhe mostrará a vida, havia mostrado como a vida pode ser bela e boa, havia mostrado que o mundo a dois era melhor de se viver quando se era amado e não estava sozinho. Ela nunca o deixou sozinho, desde que se conheceram, muito pelo o contrário, era ele quem a abandonava. No fim das contas, Harry Styles e Liam Payne eram iguais, ambos colocaram o dinheiro, o poder, o prazer que só aquelas duas coisas podiam oferecer, acima do que mais amavam no mundo: Lauren, a pequena Lauren que pertencia aos dois. Mas quem a teria para si? Harry levantou-se, sentindo-se nervoso, descontrolado, com tudo o que se passava em sua mente.

-Argh- gritou, com raiva, jogando para longe a garrafa de vidro e chutando a mesa com força, quebrando-a e fazendo tudo se espalhar pelo tapete, foda-se o tapete. Harry levou as mãos á cabeça, apertando os cabelos, se sentia fora de controle, se sentia no seu limite de tudo. Subiu as escadas correndo e entrou no quarto dele, no quarto que eles dormiram juntos, e pegou sua mochila do chão, jogando para dentro todas as suas roupas que estavam pelo chão.

Não podia fugir da sua realidade, não podia correr para a praia mais próxima e se esgotar de bebidas e drogas, não podia chorar por porra nenhuma. Harry Styles precisava vê-la, tinha de fazer algo, não agüenta mais ficar sem ela. Desceu as escadas novamente, com a mochila em mãos, e pegou as chaves do carro, depois mandaria alguém limpar toda aquela confusão que tinha feito, não se importava.

Harry entrou no carro e tirou o convite do porta-luvas, onde o abriu mais uma vez e voltou a tê-lo. Um convite de Collins era irrecusável, ainda mais quando ela estaria lá. E ele precisava dela, mais do que nunca antes achou que fosse precisar.

Lauren tinha a mão na boca enquanto segurava a corrente de lágrimas e a vontade de gritar, mas tudo foi pelo ralo. As lagrimas invadiram sua alma e transbordaram para fora e, mesmo tampando a boca, os grunhidos estranhos que soltou a fez chorar mais ainda.

Ergueu o rosto e se olhou através do espelho, encarando seriamente a mulher, não a adolescente qual estava parecendo ultimamente, mas olhou nos fundos dos olhos da mulher pelo tempo que foi necessário. Não se importou se foi minutos, longo minutos, longas eternidades, Lauren Payne se sentia grata por ter encarado-a a si mesma.

Abriu a torneira da banheira e voltou-se para o espelho, despiu-se e limpou as próprias lagrimas, respirando e soltando o ar com calma, tentando manter todo o controle que precisava ter, todo o controle que necessitaria ter pelo resto de sua vida. O peso da responsabilidade em suas costas havia triplicado, teria de agüentar querendo ou não, e tratou de endireitar a colina enquanto absorvia a grande mudança que sua vida teria.

-Lauren Payne- sussurrou- você precisa acordar pra essa porra desse mundo e enfrentar o mundo inteiro, por nós. –sussurrava, não podia mais chorar, havia passado do tempo de brincar com qualquer situação, tinha de ser forte. –Você vai conseguir Lauri.

A mulher entrou na banheira quente, quente o suficiente para estar agradável, e fechou os olhos enquanto ainda segurava o teste em sua mão direita. Positivo. Estava grávida. Levou á mão a barriga, mesmo que não parecesse estar grávida, tinha algo ali dentro e ela sabia. E precisaria ser forte não só por si mesma, mas pelo bebê que teria em breve, muito em breve. Ela só não sabia se Harry merecia saber, se seu pai merecia saber, se alguém além dela precisava saber. Um medo terrível, terrível, de perder a única pessoa que poderia amar sem medo, e que a amaria de volta, havia tomado seu coração com os pensamentos que tinha. Preciso ser forte. O celular tocou, despertando-a dos pensamentos, e se esticou o suficiente para alcançá-lo, já que estava em cima da caixa de descarga do vaso. Era seu pai, Liam Payne.

-O que mais traumatiza uma criança?- ela sussurrava para si mesma, os olhos fixos no plano de fundo, onde havia uma foto dela e do pai, e sentia o odor da dor subir pela garganta. – Um pai traficante ou um avô corrupto?

É melhor do que eu já imaginei

Eles dizem que o mundo foi feito para dois

Só vale a pena viver se alguém

Está amando você

Querido, agora você é amado

- Lana Del Rey

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oi, oi, oi, turo poom meninex?

Espero que sim ♥ 

Enfim, estamos na reta final da fanfic, não sei quantos capitulos vou conseguir prolongar, mas o fim está próximo. Já tenho outro capitulo pronto e adoraria publicá-lo agora mesmo, mas falta um incentivo sabe, então vou esperar um pouco mais ao invés de adiantar tudo pra vocês.

Enfim, é isso.

Obrigada por não terem abandonado a história e por ter acredito que ela tem potencial ♥ Comentem e favoritem, isso me anima pra KRLH!

All the love, Lua ♥