Liam não acreditava no que ouvia, não podia ser verdade aquilo que Lauren falava, não podia. O sangue em seu corpo pareceu parar de circular e, um segundo depois, passou a correr na velocidade da luz em suas veias, fazendo-o enxergar diferente. Ele enxergava vermelho, tamanha era a raiva, o descontrole, a insanidade que se apossou de seu corpo de uma única vez. Harry abaixava lentamente a mão, segurando a arma firmemente ainda e se sentindo perdido com tudo o que ouviu: pai?
Mas o dedo no gatilho pesou e um barulho ensurdecedor assustou os pássaros do lado de fora.
A pressão sobre o peito foi forte, o impacto suficiente para derrubar quem quer que fosse. Os olhos viam as coisas girar, viu Liam Payne disparar e, logo em seguida, via a imagem dele sumir e o teto aparecer e sabia que o chão chegaria a qualquer momento. Forte, certeiro, duro e frio. Mas não. Não foi assim. Os braços de Harry Styles estavam ali, para segurá-la enquanto caia para trás, o peito queimando numa dor insana.
O ar havia escapava dos pulmões de Lauren Payne, não podia respirar, sentia que o coração havia parado de bater enquanto ele a segurava, desesperado. Tinha agido tão rápido. Tão rápido. Os olhos escuros haviam focado por poucos segundos na imagem do pai, mas foi tempo o suficiente para saber o que ele faria. Ela não sabia agora se havia feito certo. Se jogar na frente dele, de Harry, teria sido o certo? Lauren sentiu o ar voltar de uma só vez, abriu os olhos e encontrou as esmeraldas verdes a encarando, os olhos molhados em lágrimas enquanto falava algo que ela podia ouvir. Um chiado estranho havia dominado sua audição.
Ele parecia desesperado. Ela podia sentir suas mãos tocando seu rosto, seus cabelos, e sentia suas pernas abaixo do tronco, deduziu que estavam no chão. Lauren abaixou os olhos, vendo o pai tocar suas pernas, o semblante contorcido em dor, desespero, culpa. Ela não queria que ele se sentisse assim, não queria. O peito queimou de uma forma avassaladora, Lauren se sentia em brasas. Imaginou que uma tocha ardia fortemente no peitoral, as chamas dançavam e se alastravam com uma rapidez assustadora. Doía tanto.
-Lauren, Lauren, fala comigo, por favor, fala comigo. –O tom rouco de Harry atravessou as barreiras que subiam lentamente em volta dela, trazendo-a para a realidade em que vivia e lembrando-a da dor. Estava doendo mais. Não segurou as lágrimas e não evitou que uma careta de dor rasgasse seu rosto, despertando o desespero nos dois homens que a rodeavam.
-Filha a polícia tá vindo, eu-eu tenho certeza que uma ambulância também, filha, me perdoa, eu não quis, eu-eu
-Shiu- se forçou a dizer, ver a culpa transbordando pelas palavras do pai estava fazendo-a sofrer mais do que qualquer dor que sentia no corpo. Apertou a mão do pai, fazendo-o perceber que ela estava bem. Estava sim. Mas mesmo assim a culpa ainda estava lá e ela conseguia ver aquilo, ela sentia no fundo do seu coração. Lauren sorriu para ele, tinha que ser forte e ignorar toda a dor que se alastrava por seu corpo. Não queria que eles sentissem o peso daquilo tudo, não queria mesmo.
Mas, segundos após se convencer de que precisava ser forte, ela lembrou, lembrou do bebê que carregava na barriga e o desespero se apossou de cada centímetro de seu corpo e sua mente. Apertou a mão do pai com mais força, levando a outra a barriga e mantendo os olhos em Harry, que chorava ao vê-la no estado em que estava. Ela não podia perder o bebê, não podia.
-Meu bebê- sussurrou, os olhos movendo-se em direção aos verdes que a observava e Harry se sentiu o pior ser humano de todos por não poder voltar no tempo, queria ter feito tudo diferente. –Meu bebê, meu bebê, salva o meu bebê- Lauren tentou se levantar, mesmo com toda a dor que sentia, precisava de um médico, precisava salvar sua filha, sua doce menininha.
-Não faz isso, Lauri, me escuta, por favor- Harry a impediu de se levantar, as mãos voltaram a acariciar o rosto da menina e ele se forçou a manter seu olhar nos olhos dela, não podia agir da forma desesperada que estava agindo. Precisava confortá-la de alguma forma. - A policia esta vindo, tem uma ambulância vindo também, tenho certeza disso- sussurrava, as lagrimas rasgando o rosto conforme ele sentia o peso da realidade que o rodeava. –E nós vamos salvar o nosso bebê, ta bom? –Ela mexeu a cabeça, apertando fortemente a mão do pai enquanto ainda acariciava a barriga. Precisava ser forte, mas doía tanto. –Nós vamos salvar nosso bebê, Lauri, seja forte.
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Inimigos - H.S
FanficEle só queria vingança. Ela só queria conhecê-lo. Ele tinha o plano perfeito para destroçar seu inimigo. Ela tinha acabado de descobrir um sentimento perfeito. Ele só estava usando ela. Ela só queria ser amada por ele. Até onde alguém iria por vinga...