Capítulo 5 - Belas Palavras

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Vocês já pararam pra analisar a palavra Foda-se?

Ela é tipo, tão perfeita. E anda podemos variar o tom, a pronúncia e embelezar ainda mais seu contra-argumento.

Um exemplo, "Eu te odeio." "Foda-se." "Você é uma drogada" "Foda-se?" "Minha vida é tão melhor que a sua" "Fo-da-se".

Minha super análise de palavrões  realizada ainda no caminho até minha casa, é interrompida por uma busina e um carro parando ao meu lado. Expecificamente um Chevy Impala 67, com um belo de um motorista que eu meio que quase dei um beijo uns 5 minutos atrás. 

-Tem certeza que não vai querer uma carona? - Apoia o cotovelo na janela e sorri apontando para o assento ao seu lado.

Reviro os olhos e abro a porta dele. Passo por cima de seu colo, para chegar ao meu banco, só pra provocar mesmo.

-Então, novatinha deserdada. - Digo fingindo uma falsa alegria e agitação. - Na sua casa ou na minha? - Rio, mais uma vez, retardamente da cara que ele faz. Mas para a minha "sorte" logo se transforma em uma expressão safada.

-Se quiser pode ser na minha. - Diz com olhos penetrantes, levando o que eu falei um pouquinho a sério demais.

-Ahn, na verdade meus planos da noite eram uma Balalaika e a companhia de um gato.

-Se for na minha casa terá as duas coisas. - Seguro mais uma das minhas risadas sobrenaturais, e faço uma careta.

-Não duvido que tenha Whisky em casa, mas um gato, com certeza não tem. - Sorrio de canto e dou uma "leve" batidinha no câmbio do carro. - Agora que tal ir para casa?

Ele tem um sorriso de escárnio no rosto, e então dá a partida no carro.

-Só digo que o gato lá de casa, pode fazer truques bem melhores que o seu. - Diz enquanto está fixando seu olhar para frente do volante.

-Ah, eu acho que não. B.B equivale a um ninja.

-Você é quem sabe. - Da de ombros, e volta a se centrar no volante.

Vejo ele dobrar em uma esquina que não faz parte do caminho de casa. O que esse merda tá pensando?

-Onde estamos indo? - Pergunto ranzinza, pronta pra saltar do carro a qualquer momento.

-Você não achou que nosso encontro acabaria só naquilo, não é mesmo? - Sorriu de canto, ainda concentrado guiando o carro.

-O que pretende agora então, novato? - Digo então cruzando os braços, e jogando as costas no encosto do banco de qualquer jeito.

-Não sei - Ele dá de ombros. - que tal uma volta romântica pela cidade? - Quando vê minha careta ele sorri. - Ugh, claro que não, vamos ao cover de quem você escolher.

-Agora sim está ficando interessante. - Sorrio de canto largamente, enquanto vagueamos a procura de um bar com cover.

Acabamos achando por fim, um bar um pouco afastado em que havia um Cover do Black Sabbath. E foi perfeito.

Bebemos, e rimos, então dançamos, então bebemos de novo, então aplaudimos o Show, então bebemos de novo, e bebemos, e bebemos, e dançamos e por fim fumamos, quando o cover foi embora.

Tudo o que queria pra minha vida.

-Se divertindo? - Pergunta, perceptivelmente um pouco alto.

-Claro. - Estava totalmente sóbria, não fico bêbada com facilidade. Está pra nascer quem me faça cair.

-Repito a sua pergunta, na sua casa ou na minha? - Dessa vez sua voz sai rouca, o que é um pouco preocupante.

-Sabe que eu não tava falando sério né? - Digo um pouco hesitante e ele abre um sorriso malicioso.

Anne (revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora