Capitulo 9 - Chorar é para vivos

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— Hmm.. Bonecas! — Ela diz com toda a certeza, e eu faço uma careta.

— Não, não. Videogames. — Estralo os dedos para frente, me esticando e ela faz um muxoxo..

Já se passou quase uma semana que estou com a America no hospital. Passou tão rápido, que me sinto triste. Estou brincando com ela, para conhecermos mais uma sobre a outra. Agora sou a "irmãzona", já que ela não tem irmãos.

— Uma comida. — Ela diz.

— Hmm.. — coço o queixo. — Pizza! — Ela meneia a cabeça negativamente.

— Nunca experimentei. — A olho incrédula. — Sua vez.

— Um animal. — Sorrio de canto sabendo o que ela responderia.

— Gatos! — dizemos juntas dando um soco para cima devagar, já que estamos pouco debilitadas. Nós duas rimos.

— Um parente. — Ela diz sorrindo amplamente. Minha boca se entorta um pouco.

— Sua mamãe? — Pergunto com a mente um pouco longe.

— Isso! — Ela sorri largamente, mas para quando ve meu rosto. — O que foi, Irmãzona?

— Nada que tenha que se preocupar, Botão. — Reúno as forças que tenho para um ultimo sorriso. — Eu e minha mamãe não nos damos muito bem.

— Por que?! — Ela se aproxima de mim o maximo possível, assustada. — Todos amamos nossas mamães! E todas elas nos amam!

— Eu realmente queria que fosse assim.. — Sussurro para mim mesma. — É que as vezes Botão, as mamães não são como esperamos. Ela podem estar um pouco doentes entende? E não agem como queremos. Então ela prefere ficar melhor antes de falar comigo.

— Aaaah, entendi. — Ela balança a cabeça. A dobradura ainda enfeitando os cabelos. — Não se preocupe, sua mamãe será como minha rosa! Ela vai ficar forte logo logo, e vai vir até o medico te dar um beijo, e trazer biscoitos. — Sorrio com vontade de chorar.

— Espero que sim — mexo nos cabelos dela. — Trará biscoito para nós duas!

— Legal! — Ela se alegra e começa a mexer no lençol, minutos depois, um pouco inquieta. — Mamãe disse que eu vou ter que fazer uma operação. Eu perguntei a ela o que era, e ela disse que vão ter que me cortar e mexer em alguma coisa em mim! Irmãzona, eu estou com medo, vai doer muito. — Ela faz um beicinho de começo de choro, mas estendo minha mão, e começo a massagiar seus cachos.

— Nada de mal acontecerá com você, meu botãozinho. Eu prometo. Eles só irão deixar você melhor, para poder sair daqui e tomar sorvete.

— Promete? — Ela se agarra a minha mão e começa a fungar.

— Claro. E além disso, eles vão fazer você dormir, você não sentirá nada.—Sorrio mais encorajamento, e ela relaxa perceptivelmente.

Ela está prestes a responder algo, quando uma enfermeira entra no quarto com um telefone sem fio.

— Desculpe, Annabelle não? — Estende o telefone em minha direção. — Uma senhora exige falar com você, diz que é sua mãe.

Gelo na mesma hora. O que ela tem a me dizer? Como ela descobriu? Olho para America e ela balança a cabeça positivamente. É só um telefonema.

— Alô? — Digo, espero uma resposta do outro lado da linha.

Nada.

Um silêncio se instala, o único barulho perceptível é o ruido de fundo do telefone. Estou prestes a desligar quando um voz conhecida responde.

Anne (revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora