Psicóloga de adolescente

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     Puída. Essa era a palavra certa para me descrever em meu último dia no spa... totalmente o contrário do meu objetivo quando cheguei ali! Transei com James por seis noites seguidas em que estive ali quebrando a regra de não repetir a transa com o mesmo cara por mais de uma vez, porém eu não tinha do que reclamar de nenhuma delas. Na cama ele me dominava como ninguém jamais havia dominado e depois do sexo me tratava como uma dama... o que mais eu poderia querer? Essa manhã quando acordei, havia uma enorme caixa branca com um laço dourado sobre os pés da minha cama, me sentei aos poucos e puxei a caixa pelas laterais colocando-a sobre meu colo, ao abri-la me deparei com um vestido vermelho liso, aberto nas laterais das pernas, destacado com um belo decote e pedrarias, simples, porém sofisticado, era a coisa mais linda! No fundo da caixa, um bilhete:

         "Sei que você adora vermelho... esteja linda e me espere na recepção às 21H.
                                                                                                                                                                                    J."

     Meu sorriso foi de orelha à orelha! Guardei carinhosamente o vestido de volta na caixa e me levantei, pelo jeito teria que passar o dia no salão. Tomei uma ducha e fui me deliciar com um banho de lama para tonificar a pele e retirar as células mortas do meu corpo, em seguida manicure, cabeleireiro e maquiador me aguardavam... às oito da noite já estava em meu quarto, estiquei o vestido na cama e fiquei admirando-o por alguns segundos, havia comprado o par de sandálias perfeito para ele na pausa de minhas atividades para almoçar, era só vestir e arrasar! Me produzi toda e exatamente às 21H estava de pé na recepção esperando por James, ele era um homem cheio de surpresas e eu estava ansiosa pela próxima.
     - Senhorita Hofster?
     Alguém me chamou tirando-me de meus pensamentos. Olhei para o lado e observei um senhor de estatura média e bem vestido se aproximar de mim.
     - Sim... – Respondi.
     - Sou motorista do senhor Watson... ele me pediu para buscá-la!
     - Ah, claro! Estou pronta... – Disse sorrindo.
     - Então por gentileza... – Fez um sinal singelo com a mão indicando a saída e aguardou que eu começasse a caminhar, enquanto andava meus olhos avistaram uma limusine branca de três metros de cumprimento, sorri abertamente e agradeci o rapaz que abriu a porta para mim. Como era de se esperar ela era puro luxo por dentro, bem a cara de James!
     - Se estiver confortável senhorita, podemos seguir?
     A voz do motorista estava saindo de uma pequena caixa de áudio embutida na porta esquerda da limusine, apertei o botão do alto falante e respondi:
     - Sim, podemos.
     Logo em seguida ouvi o barulho do motor sendo ligado e em menos de vinte minutos estávamos estacionando na entrada de um lindo restaurante. O motorista abriu a porta e me ofereceu a mão para descer, aceitei com um sorriso e agradeci a gentileza, em seguida fechou a porta e se dirigiu a mim:
     - O senhor Watson a aguarda lá dentro... é só dizer o nome da senhorita na recepção.
     - Obrigada! – Agradeci.
     Virei as costas indo na direção da escadaria do restaurante segurando o vestido para que a barra não me fizesse tropeçar, me aproximei da recepcionista e disse meu nome, ela procurou por ele no tablet em suas mãos e logo me pediu para que eu a acompanhasse. Subimos uma escada larga de mármore branco e no meio dela ouvi a risada inconfundível de James seguida de várias outras que eu não soube identificar, ao me ver chegando, se levantou e veio ao meu encontro.
     - Natasha, Natasha... só estava faltando você nessa festa! – Disse ele, em seguida segurou minha mão e a beijou.
     Sorri largo e perguntei:
     - Festa?
     - Sim, é o aniversário da esposa de um amigo investidor e eu lhe pedi que viesse agora para te poupar de assuntos chatos! – James me fitou de cima a baixo e sorriu abertamente. – Cada vez que te vejo me surpreendo ainda mais com sua beleza...
     Soltei uma singela risada e perguntei:
     - Para quantas mulheres você já disse isso?
     Ele sorriu de lado e respondeu:
     - Perdi as contas! Agora venha... é falta de educação deixar as pessoas esperando.
     James segurou minha mão e nem me deu tempo de agradecer a recepcionista, me levou até a mesa e me apresentou.
     - Queridos amigos, por gentileza... – Aguardou todos pararem de conversar e voltarem-se para nós. – Peço um minuto da atenção de vocês para esta bela mulher, Natasha Hofster!
     Todos sorriram para mim e repentinamente um senhor de cabelos grisalhos estava ao meu lado com a mão estendida, retribui o cumprimento e o ouvi dizer algo em russo, mas não entendi absolutamente nada, fiz cara de interrogação para James que respondeu na mesma língua do homem, o senhor soltou minha mão com um sorriso e voltou a se sentar.
     - O que ele disse? – Perguntei.
     - Depois te explico... sente-se. – Respondeu.
     Puxou a cadeira para mim e sentou-se ao meu lado. O jantar estava bem animado, todos riam e conversavam entre si sobre vários assuntos e se surpreenderam com meus conhecimentos sobre economia, todos ficaram em silêncio para me ouvir, inclusive James que estava meio boquiaberto. Esperou que eu terminasse de falar e sussurrou no meu ouvido quando todos mudaram de assunto:
     - Você é um pacote completo! Conteúdo por dentro e por fora...
     Mordeu levemente minha orelha fazendo-me instintivamente alisar sua coxa, segurou minha mão e balançou a cabeça de forma negativa fazendo-me parar, antes que eu o tarasse mais para cima. Desvencilhei minha mão da dele e sorri maliciosamente cruzando as pernas para deixar uma de minhas coxas à mostra pela abertura lateral do vestido, percebi seu olhar e o encarei, devolvi o sorriso malicioso e voltei minha atenção para a mesa.
     Duas horas depois o restaurante já estava fechando e nós continuávamos ali, fiz amizade com a aniversariante e trocamos telefones para combinar de irmos às compras, James estava rindo histericamente com o senhor russo e bebendo qualquer tipo de bebida alcoólica que aparecia, fiquei feliz em saber que não era ele quem voltaria dirigindo. Momentos depois as mulheres se levantaram e pediram para eu me juntar a elas pois todas queriam ir juntas ao banheiro, olhei para James que piscou o olho direito, sorri e me levantei para acompanhá-las. Ao chegar no luxuoso banheiro do restaurante as fofocas começaram: uma odiava o enteado, a outra contava a noite que teve com seu amante, outras duas falando de cirurgia plástica e eu retocando minha maquiagem até ouvir a seguinte pergunta:
     - Então é você a nova transa fixa do James?
     Olhei no reflexo do espelho e percebi uma das mulheres me encarando com os braços cruzados, franzi o cenho e me virei para ela.
     - Você tem alguma coisa a ver com isso, querida? – Perguntei.
     Todas as outras se calaram e paralisaram como estátuas para prestar atenção no que estava acontecendo.
     - O James era meu até você aparecer... agora só me esnoba! Não sei o que você tem que eu não tenho. – Respondeu ela.
     Soltei uma sarcástica risada e disse com a mão na cintura:
     - Obviamente muita coisa...
     A mulher me metralhou com os olhos e se aproximou.
     - Ele ainda é meu e vou conquistá-lo de volta... – Disse enquanto apontava o dedo no meu rosto.
     Respirei fundo e com um movimento sutil de minha mão retirei o dedo dela da frente de meus olhos, dizendo calmamente:
     - Primeiro: quem é você para apontar o dedo no meu rosto desse jeito? Segundo: se ele te dispensou é porque encontrou algo melhor e terceiro: James pertence à todas! Ou você acha que ele vai te pedir em casamento? Ele é um cara do mundo, só quer saber de curtição! Mas se você quiser tentar, fique à vontade e boa sorte... só não se iluda, queridinha.
     Dei meu melhor sorriso para ela e me virei de volta para o espelho. A mulher ainda ficou ali parada por breves segundos até sair porta afora batendo o pé e sendo seguida por todas, menos por Maiara, a aniversariante.
     - Natasha... – Disse ela. – Sou sua fã! - Olhei para Maiara e demos risada juntas, logo ela continuou. – A Luciana precisava disso, mas ninguém tinha coragem de dizer as verdades que ela merecia ouvir... você arrasou!
     Sorri largo e disse ao terminar de retocar o batom:
     - Ela não devia ter mexido comigo, só isso...
     Ficamos ali por um tempo falando mal de Luciana no banheiro e ao sairmos topamos com o marido de Maiara e James.
     - Podemos ir, meu bem? – Disse o homem a ela.
     - Claro, querido... tchau James e até mais Natasha!
     Me despedi dela com dois beijinhos no rosto enquanto James apertava a mão do marido dela, esperou que eles se afastassem e se virou para mim.
     - O que você fez com a esposa do Theodoro? – Perguntou.
     Havia um tom de brincadeira em sua voz como se quisesse rir da situação.
     - Quem é a esposa dele? Sua "ex-peguete"? – Fiz aspas com os dedos ao falar.
     - Ex-peguete? – James não conseguiu se segurar mais e caiu na risada. – Acho que ela te contou sobre nós... porém não existe "nós"! Ela estava triste precisando de um ombro para chorar e eu fui um bom amigo.
     - Por quantas vezes foi um bom amigo? Aquela mulher te ama!
     - Sempre deixei bem claro minhas intenções com ela então nada do que disser fará com que eu me sinta culpado.
     - Quem disse que eu quero que se sinta assim? Só disse umas verdades e ela se doeu toda...
     - Percebi! Ela saiu possessa do restaurante arrastando o marido junto.
     - Ela tem problemas...
     - Mas quem se importa? – James sorriu e segurou minha mão. – Vamos?
     - Vamos para onde?
     - Para o meu apartamento!
     - No spa? – Perguntei enquanto caminhávamos.
     - Negativo... você acha que eu moro dentro da minha própria empresa?
     - Eu não tinha pensado nisso! – Comecei a rir e James acompanhou.
     Já do lado de fora, o Porsche branco dele estava nos aguardando, senti um pânico interno ao ver que o manobrista havia entregado as chaves do carro a James e entendi que poderia correr risco de vida naquela noite.
     - James... – Ele parou de andar e se virou na minha direção então continuei. – Não é melhor ligar para um motorista? Vi você bebendo muito hoje!
     Ele deu uma leve risada e caminhou até o carro sem considerar minhas palavras como se o que eu tivesse dito fosse uma simples piada. Abriu a porta do passageiro e fixou seu olhar em mim.
     - Entra... – Disse.
     Desci os degraus restantes e ao me aproximar estendeu sua mão, segurei-a e hesitei.
     - Tem certeza? Não vamos morrer? – Perguntei.
     Ele sorriu e respondeu:
     - Hoje não...
     Suspirei e concordei com um aceno de cabeça, pois de nada iria adiantar discutir. Entrei no carro e aguardei a porta ser fechada, logo James entrou pelo outro lado ligando o Porsche e fazendo o motor roncar, colocou os pneus no asfalto devagar para logo depois acelerar na direção do bairro em que morava, o local que deixaria de ser um mistério para mim em poucos minutos. Era quase meia noite, as luzes dos prédios estavam apagadas com exceções de alguns apartamentos, fizemos vários comentários sobre a festa e rimos de tudo, logo me lembrei do senhor russo que conversou comigo e resolvi perguntar:
     - O que aquele homem de bigode branco estava me dizendo?
     - Theodoro?
     - Então ele é o Theodoro, marido da Luciana?
     - O próprio...
     - Coitado! – Dei risada e continuei. – Então, o que era?
     James respirou fundo, pareceu se incomodar com a pergunta, mas mesmo assim respondeu:
      - A questão é que ele quer um segundo herdeiro ou herdeira...
     - E a esposa dele não pode dar o que ele quer?
     Nos entreolhamos por breves segundos até que disse:
     - Ela não pode ter filhos!
     Da minha boca só saiu um pequeno e sonoro "Ah, tá!" e logo me calei desviando meu olhar do dele, mas ainda assim não tinha entendido o que isso tinha a ver comigo. Entramos em silêncio na garagem subterrânea de um belo prédio, saímos do carro após estacionarmos e continuamos sem dizer nada um para o outro, já no elevador tentei dizer algo, mas ele estava entretido no celular deixando-me irritada com a situação, mas decidi entrar no jogo dele e fiquei em silêncio também. Subimos até a cobertura (óbvio!) e saímos em um corredor que só tinha duas portas, ao abrir a da esquerda gentilmente esperou que eu passasse para só depois entrar, trancando-a, em seguida, foi direto para a cozinha procurar álcool na adega e eu fiquei ali na entrada babando naquele enorme tríplex com conceito aberto onde eu conseguia enxergar a maioria dos cômodos, eu me mudaria para lá em dois minutos se pudesse! Caminhei em passos lentos até a cozinha fazendo meus saltos ecoarem ao tocarem o chão.
     - É lindo, não é? – Perguntou.
     Eu estava observando cada canto daquela cozinha planejada e pensando em demitir minha decoradora quando a voz de James me arrancou de meus pensamentos.
     - Sim! – Respondi direcionando meu olhar para ele.
     - Eu deveria vir mais aqui... – Disse ele enquanto abria a tampa de uma garrafa de 600 ml de cerveja com a própria mão.
     - Mas... você não mora aqui? – Perguntei espantada.
     - Ao mesmo tempo que digo que sim também digo que não... – Respondeu. – Sou um homem de negócios e homens de negócios não ficam em casa!
     Concordei com ele mas fiquei em silêncio.
     - Quer beber alguma coisa? – Perguntou.
     - Não... obrigada!
     James aproximou-se e sentou-se no banco giratório do bar à minha frente, tomou uma generosa golada de sua cerveja e me fitou fixamente.
     - Fala Natasha! Pode perguntar o que quer saber...
     - Saber? Não há nada que eu queira saber!
     - Certeza?
     - Porque eu especularia sua vida?
     - Por curiosidade?
     Sorri de lado e dei dois passos em sua direção ficando frente à frente com ele, ameacei beijar seus lábios, mas desviei e aproximei a boca de sua orelha.
     - O que sei sobre você já é o suficiente... – Sussurrei.
     Tirei a cerveja de sua mão e sentei no banco ao lado, tomei um gole e devolvi para ele, encostei o cotovelo na base da bancada e apoiei a cabeça em minha mão, fixei meus olhos nos dele e disse:
     - Acho que é você quem precisa falar...
     Ele sorriu de lado e respondeu:
     - Não quero ficar um tempo indeterminado sentado no sofá de uma psicóloga que me cobraria mil reais a hora para contar minha história de vida!
     Esperei que ele tomasse mais um gole de sua cerveja e disse:
     - Então converse comigo!
     James me olhou com cara de quem não estava entendendo e perguntou incrédulo:
     - Com você?
     Dei risada. Uma risada realmente sincera!
     - Olha só... somos dois adultos bem resolvidos na vida e conversar de vez em quando não faz mal! Aproveita que estou de bom humor...
     Sorri largo e James retribuiu, se levantou para pegar uma segunda cerveja e na volta estendeu-me a mão, eu a segurei e no momento seguinte estávamos subindo uma pequena escada que dava acesso à suíte, logo a frente avistei uma bela sacada com vista total para a cidade de onde dava para ver a empresa dele. Apoiei as mãos na grade para observar melhor a vista e ele apareceu com um tapete branco felpudo nas mãos abrindo-o no chão, tirou os sapatos e se agachou para tirar os meus, em seguida subimos no tapete e nos sentamos para conversar como dois velhos amigos. Ali sentados falamos sobre tudo: vida profissional, pessoal, prazeres, vontades, sonhos, coisas que irritam e finalmente quando tocamos no assunto "passado" já estávamos na terceira cerveja cada um, era o momento em que todas as verdades saíam.
     - Quer mesmo saber o que Theodoro queria? – Perguntou.
     Ele havia voltado no assunto, ainda bem que não precisei insistir.
     - Por que? Era mentira o que disse mais cedo?
     - Sobre ele querer um segundo herdeiro? Não. Isso é verdade, mas esse herdeiro seria um neto e não um filho então Luciana não precisa se preocupar com isso...
     - Então o que ele perguntou exatamente à mim?
     James respirou fundo e respondeu:
     - Se era você a futura mãe dos netos dele...
     - E por acaso eu conheço o filho dele?
     - Sim... eu sou o filho dele!
     Um ataque de risos escapou de minha boca, juro que gargalhei por um minuto inteiro! Acho que James pensou que eu ficaria espantada e não que tivesse essa reação... suspirei profundamente para recuperar o fôlego limpando as lágrimas que brotaram em meus olhos de tanto rir, com todo cuidado para não borrar a maquiagem e o encarei.
     - Não acredito que você comeu a sua mãe!
     Após entender a piada James caiu na gargalhada junto comigo, depois me deu um largo sorriso e disse:
     - Luciana não é minha mãe!
     - Nossa, que ótimo! – Disse rindo. – Estou brincando... mas seria muito estranho se fosse verdade!
     - Um verdadeiro caso de incesto! – Disse ele.
     Rimos mais um pouco e logo continuamos a conversa.
     - Então recapitulando: você é filho de um velho milionário russo e fez a mulher do seu pai se apaixonar por você enquanto transavam? – Perguntei.
     - Resumindo, é exatamente isso! – Respondeu ele.
     - Uau James... você é surpreendente! – Disse rindo.
     - Eu sei! Não posso controlar...
     - E sobre eu ser a futura mãe dos netos do seu pai? Conte-me mais... – Tomei um gole da minha cerveja e aguardei a resposta.
     James olhou para o horizonte e me encarou em seguida.
     - Meu pai quer um neto e quando comentei com ele sobre você...
     - Você falou de mim para o seu pai? – Interrompi.
     Ficamos nos olhando em silêncio um para o outro por breves segundos até James responder:
     - Falei! Mas não sei por quê...
     Silêncio novamente. Seu olhar estava fixo no meu e algo me dizia que aquilo não era bom! De repente percebi o quanto estávamos próximos e logo os dedos de James se encontraram com os fios dos cabelos da minha nuca, fazendo-me fechar os olhos e dar um leve suspiro, encarei os olhos dele novamente e nos beijamos, mas aquele não foi um beijo qualquer, havia desejo e algo mais envolvido... afastei o vestido ao me virar e sentei de frente em seu colo que o fez me segurar pela cintura e colar meu corpo no dele, arranhei sua nuca com minhas unhas devagar e logo senti seus beijos descerem por meu pescoço chegando no meio do meu decote. Eu até que estava bem lúcida apesar das cervejas e sabia que aquilo ia dar merda se eu deixasse rolar, mas não tinha como parar... suas mãos me prendiam com força e meu desejo por ele só aumentava a cada segundo. Quando me dei conta já estávamos transando sobre o tapete como dois tarados ficando ali por um bom tempo dando prazer um ao outro sob a luz do luar, até cansarmos.
     Deitada de costas no tapete felpudo branco senti um cheiro conhecido, o cigarro mentolado de James estava aceso. Me virei para ele e o tirei de sua mão, dei um trago e devolvi.
     - Não sabia que você fumava... – Disse ele.
     - Eu não fumo... parei há muito tempo! – Respondi após soltar a fumaça.
     - E como conseguiu?
     - Me casei! Meu marido odiava meu vício então fui forçada a parar... foi o único pedido dele que atendi.
     - Você não costuma atender os pedidos do seu marido? – Perguntou após dar uma leve risada.
     - Ex-marido... – Corrigi.
     Nossos olhares se cruzaram e ele disse:
     - Então não vamos falar sobre isso... ex é ex!
     Sorri de leve e respondi:
     - Adoro quando não preciso dar explicações!
     Demos risada e continuamos nos olhando.
     - É amanhã... – Disse após um breve momento de silêncio.
     - O que é amanhã? – Perguntou.
     - É amanhã que eu vou embora e volto para minha rotina.
     - Mas já? Parece que foi ontem que nos conhecemos... não pode ficar mais um tempo?
     - Gostaria muito, mas não posso! Estou ficando louca sem meu celular e preciso saber da minha empresa.
     - Olha só! – Disse James espantado. – Temos um empreendedora aqui...
     Dei uma risada ao lembrar que depois de quase uma semana transando com aquele homem não havia contado nada da minha vida para ele.
     - O que foi? Não curte mulheres independentes? – Perguntei.
     - Você é a primeira mulher que eu conheço que tem uma empresa, depois da minha mãe, claro! – Respondeu. – Em qual ramo está?
     - Imobiliário.
     - Já entendi porque você sabe tanto de finanças...
     Sorri largo e fitei o céu, logo James me fez uma pergunta:
     - Em que horário vai embora?
     - Por volta das sete da noite...
     - Almoça comigo amanhã?
     Olhei para ele e respirei fundo, era a hora de colocar as cartas na mesa e dizer que não deveria existir nada entre nós além do que fizemos ali, porém ele foi mais rápido e completou:
     - É um almoço de negócios... você não vai se arrepender!
     Fiquei em silêncio por alguns segundos, não imaginava que seria um simples almoço de negócios! Acho que uma parte de mim queria que fosse um encontro, mas só então me lembrei que era com James que eu estava conversando, o cara que tem uma mulher diferente por semana, que fez a esposa do pai se apaixonar por ele, o cara que eu disse no banheiro do restaurante que era de todas... afinal, o que eu estava esperando? Um pedido de casamento igual a louca da Luciana? Voltei a mim e só consegui dizer "Tudo bem!" para ele, que sorriu e logo se levantou caminhando nu para dentro da casa. "Eu ainda não apertei aquela bunda...", achei graça do meu próprio pensamento e me levantei após um momento de reflexão começando a me vestir, segurei as sandálias na mão e segui até a cozinha, não sabia onde James estava e também não estava a fim de procurá-lo. Eu havia deixado esse cara me dominar por dias então decidi que era hora de retomar o controle... Natasha tinha que voltar a ser Natasha! Havia uma agenda sobre a bancada, próxima de linda cafeteira, procurei uma caneta e escrevi o seguinte bilhete:

Hofster (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora