Os irmãos Darcy

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Alguns dias se passaram desde o ocorrido na biblioteca, de lá para cá, Jane e Charles ficaram inseparáveis. Acho que ele reconheceu que minha irmã gosta dele verdadeiramente e decidiu investir. O que me agrada muito.

Jane merece ser feliz, diante disso, temos estreitado nosso laço de amizade. Como Jane fica comigo e com as meninas frequentemente, Charles tem se tornado praticamente um amigo. Por outro lado, se Darcy já era frio, agora ele nem olha na minha cara. É como se eu não existisse na escola ou fosse invisível aos seus olhos.

Tudo bem, não esperava um tratamento diferente depois de compará-lo ao majin-boo. De todo modo, eu já desisti dessa aposta idiota mesmo. Inclusive, é esse assunto que minha mensagem no grupo das meninas vai abordar.

Lizzie: Já disse que sai fora. Darcy me odeia, nem em um milhão de anos conseguirei um beijo até o baile de primavera.

Lídia: Se não beijá-lo vai ser o Collins, pense bem. 

Lizzie: Quem vai me obrigar, você? 

Char: Ei, meninas, não briguem. Se Lizzie desistiu, tudo bem. Foi só uma brincadeira, ninguém precisa beijar ninguém. Charlotte tenta apaziguar a situação.

Respiro fundo decidindo espairecer. Para variar, Jane saiu com Charles para conversarem. Ou seja, é sexta-feira à noite e eu estou na bad e sozinha. Não quis sair com as meninas para evitar o assunto aposta novamente. Portanto, cá estou eu. Porém, não nasci grudada com ninguém, certo? Por que não posso sair para me divertir sozinha?

É isso que farei.

A noite está gelada e eu fiquei a tarde toda no notebook lendo fanfic, por isso meus olhos estão cansados. Então o jeito vai ser sair de óculos.

Visto meu jeans, um allstar cano médio vermelho, coloco minha toquinha marrom e deixo os cabelos recém pintados para fora. Prefiro estar quentinha do que sexy, assim estou confortável. Já que meu casaco é daqueles que parecem ser feitos de pelo de urso.

Enfio o celular no bolso e rumo para o shopping, se der sorte ainda consigo pegar a sessão das 19:00h para Shazam.

É bem atestado de abandonada ir ao cinema numa sexta à noite sozinha, mas quem se importa?

Como não moro tão longe, logo chego e corro para ver se consigo pegar ingresso ainda. Entretanto, quando passo pelo corredor afastado, antes dos guichês do cinema. Avisto uma garota muito bonita e bem vestida, loira e agachada num canto, ela está aparentemente chorando.

Meu coração comprime de dó imediatamente, odeio ver garotas chorando. Por isso, mesmo que não a conheça e nem saiba o motivo de seu choro, resolvo me aproximar.

Assim que o faço, constato que de fato ela chora baixinho.

Chego mais perto e toco sutilmente seu ombro, na vã tentativa de não assustá-la.

No instante seguinte, a garota me olha com grandes olhos azuis e noto que é assustadoramente bonita. E, por um segundo, tenho a sensação de que a conheço de algum lugar. Seus olhos cristalinos me são muito familiares.

— Moça, o que houve? Posso ajudar? — tento soar solidária.

Todavia, o tiro sai pela culatra e ela desata a chorar ainda mais.

— Me desculpe. — ouço-a sussurrar.

— Ei. — me agacho em sua frente e toco seu ombro. — Precisa de ajuda? Quer desabafar?

— Aquele idiota acabou de terminar comigo e dois garotos roubaram minhas coisas.

— Você foi roubada? — minha voz sobe uma oitava pela surpresa.

Beijo maliciosoOnde histórias criam vida. Descubra agora