Seguimos para o shopping em um silêncio absoluto, pois Darcy está notoriamente fulo da vida. Até que, quando estamos chegando ao shopping Boulevard, resolvo quebrar o gelo.
— Darcy, não precisa ficar assim. — toco sua mão, tentando acalmá-lo.
— Meu tio é impressionante, vive rodeado de mulheres que não valem um centavo e se sente no direito de julgar minha escolha. — ele parece falar mais para si do que para nós.
— É só você não dar moral, maninho. O tio não pode fazer nada.
— Gi está certa, não vale a pena ter um ataque de pelanca por causa disso. — tento descontrair e Darcy ri.
— Vem Lizzie, não se misture com a gentalha. — Gi imita a voz da dona Florinda e eu caio na risada.
— Isso é um complô? — Darcy retruca, porém também está sorrindo.
— Mas, foi bem assim mesmo, eu só não dei risada na hora porque a situação era moderadamente séria. — afirmo sorridente.
— Esse é todo o agradecimento que recebo, por não deixar meu tio te desmerecer. Tá certo! — exclama fingindo mágoa.
— Dramáticooo. — Gi dá ênfase na palavra e eu mais uma vez dou risada.
Depois desse período de descontração, nós chegamos.
— O que vamos fazer? — eu questiono.
— Podemos ver um filme. — Darcy sugere. — Qual querem assistir?
— Shazam! — despejo de bate pronto. — Quero dizer, se todos concordarem. Na real, no dia que conheci a Gi, era isso que eu iria fazer. — volto atrás, tentando ser mais sutil.
— Nossa, Lizzie. Por que não disse? — Gi parece envergonhada.
— Que isso, não foi nada. Eu jamais deixaria uma garota desolada daquele jeito. — a tranquilizo.
— Olha, maninho. Se você não agarrasse a Lizzie, seria um completo idiota! — Georgiana exclama.
— Eu quase fui. — Darcy me puxa pela cintura e tasca um beijo na minha boca.
— Seria bom se você apoiasse meus relacionamentos também, não é? — agora ela parece amargurada e Darcy crispa os lábios imediatamente.
— É diferente, Gi. — responde econômico.
— Por quê? — ela rebate.
— Porque Wickham não vale o prato de comida que come. — despeja incomodado.
— Por que você ofende ele e não me fala a verdade por trás disso? — Georgiana para de frente para Darcy e eu vejo a tempestade se formando.
— Ei, ei, ei. Se não pararem de brigar vou começar a cantar pessoinha feliz e eu posso ser bem insuportável, sério. — me envolvo.
Os dois riem e as nuvens negras se esvaem aos poucos da cabeça da Gi.
Então Darcy solta uma gargalhada do nada. Como se lembrasse de uma piada antiga.
— O que foi? — Gi inquiri com ar de curiosidade.
— Lembrei de quando Lizzie me chamou de majin-boo. Eu fiquei tão fulo na hora, mas depois eu dei tanta risada. — Darcy recorda.
— Ah, então foi assim que conquistou meu irmão, Lizzie? Todas as outras garotas só faltam se jogar aos seus pés, daí você surge e tcharam! — Georgiana brinca.
— É porque quando rola o tchan não dá pra esconder... — cantarolo.
Nós três damos risada mais uma vez e Darcy meneia a cabeça igualzinho ao dia do cadarço desamarrado. Então eu entendo, realmente ele não estava rindo de mim e sim comigo.
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Beijo malicioso
Hayran KurguUm baile, uma aposta, um beijo. Elizabeth Bennet é bolsista integral em um colégio de elite em São Paulo, tem personalidade expansiva e conquista todos ao redor. Em contrapartida, Fitzwilliam Darcy, filho do diretor; o que tem de lindo, tem de arrog...