Quando, por fim, eu acordo.
Não estou mais amarrada e sim deitada em uma cama muito confortável, enquanto minha cabeça lateja sem parar e parece pesar dez kilos. Eu mal consigo abrir os olhos, sinto que levei uma pancada muito forte.
Contudo, não me lembro como.
Aos poucos, estreito o olhar, finalmente conseguindo espiar ao redor. O quarto é branco, cheira a limpeza e, assim que meus olhos encontram as safiras de Darcy, uma onda de paz e tranquilidade me inunda.
Estou salva.
— Lizzie, ah meu Deus. Que bom que acordou. — seu tom transborda preocupação e ternura.
— O que aconteceu? — minha voz mal passa pela garganta.
É difícil pensar com coerência.
Todavia, Darcy não tem tempo de responder. Já que, nesse momento, meus pais, Jane, Charlotte e Georgiana entram no quarto como um furação.
— Calma, ela deve estar com muita dor de cabeça. Falem baixo e um de cada vez. — ouço a voz ponderada de Darcy.
— Minha filha, quase nos matou de susto. — mamãe chora, vindo me abraçar.
Eu olho para as meninas que estão com os olhos marejados e sorrio fracamente.
— Eu sou vaso ruim, não quebro tão fácil.
— Ah, Lizzie. O que faríamos se te acontecesse algo? — agora é a vez de meu pai se manifestar.
Depois de toda a comoção momentânea, de eu receber remédios para dor e fazer um novo raio x da cabeça, para os médicos certificarem-se que, de fato, está tudo bem comigo. Ou mais ou menos, pois nunca bati muito bem das ideias. Darcy e Gi me contam tudo o que aconteceu.
O diretor Eduardo realmente pediu para George me sequestrar, assim poderia chantagear Darcy e recuperar o dossiê, além das outras vantagens. Porém, no desespero, ele chamou a pessoa errada. Wickham tem muita inveja de Darcy e, por isso, meio que estragou todo o plano me machucando ao acertar minha cabeça e mantendo uma conversa longa ao celular.
Aliás, foi graças a isso que a policia me localizou. Darcy se manteve calmo ao telefone, para ganhar tempo e fazer Wickham permanecer falando, até eles me encontrarem, o que deu certo, ainda bem.
Enquanto isso, George vai amargurar pelo menos um ano na fundação casa, até atingir a maioridade. Já a governanta que nos enganou, também foi encontrada e levada como cúmplice. Parece que Eduardo prometeu dinheiro a ela, caso ajudasse no plano.
Também descobri que Gi não estava chateada com o irmão da forma que ele entendeu. E sim por Darcy ter escondido a verdade todo esse tempo, pois, depois de vermos George no shopping. Ela não quis mais saber dele.
Afinal, qual garota em são consciência quereria um embuste ao lado?
Ufa.
Por fim, acho que tudo acabou bem.
Ou, como dizem, entre mortos e feridos salvaram-se todos.
Ah, infelizmente o tio Dick vigarista conseguiu fugir, obvio. Para ele foi fácil, assim que se sentiu ameaçado, Eduardo ligou para George e armou tudo. Liberando os seguranças em torno do colégio e agilizando a armadilha que, mais tarde, enganaria Darcy. Até porque, de sua sala, dava para nos ver próximo a praça. Ele realmente tem uma mente bem insana para o meu gosto. Pensar em tudo isso tão rápido. Ou, claro; Eduardo já estivesse arquitetando há bastante tempo, no caso de Darcy descobrir suas falcatruas? É possível. Já que Darcy, a cada dia que passava, estava mais perto de desvendar o mistério que tanto lhe afligia.
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Beijo malicioso
FanficUm baile, uma aposta, um beijo. Elizabeth Bennet é bolsista integral em um colégio de elite em São Paulo, tem personalidade expansiva e conquista todos ao redor. Em contrapartida, Fitzwilliam Darcy, filho do diretor; o que tem de lindo, tem de arrog...