Uma história sempre têm dois lados

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— A chuva está passando. — olho pela janela, vendo as gotículas diminuírem consideravelmente.

— Quer ir embora? — ouço em resposta.

— Não. — nego veementemente.

— Nem eu. — Darcy aproxima-se de mim. — Nesse tempo que estive aqui, praticamente esqueci todos os meus problemas.

— Eu realmente gostaria de te ajudar. — assumo.

— Já ajudou vindo comigo. — ele sorri de canto.

— Como esse mundo é estranho, eu verdadeiramente achava que você tinha algo com a Bingley. — pondero.

— Nunca tive e ela sabe, talvez Caroline tenha sido a única a notar meu interesse por você. Ela é muito astuta, sempre chamava minha atenção quando eu te olhava. Mesmo quando eu o fazia o mais disfarçadamente possível, o que era sempre. Diferente do Bingley, que é inocente até demais e nunca sequer percebeu. — Darcy confessa.

— Será por isso que Caroline não vai com a minha cara?

— Possivelmente.

— Então sabe que ela gosta de você? — indago de pronto.

— Sei, Carol me falou bem antes de eu te notar. Só que, ainda assim, nunca a vi desse jeito. — Darcy chega ainda mais perto. — Fui sincero e lhe disse que só a queria como amiga.

— Caroline não parece ter entendido muito bem, entendeu?

— No fundo, acho que Carol ainda tinha esperanças de me conquistar. Até notar meu interesse em você. — Darcy acaricia minha bochecha ao dizer isso.

— E então?

— Não vai rolar, ela é só uma amiga, nada mais.

— Hmm. — não consigo esconder meu ciúme.

Contudo, agora ele está a centímetros de mim. Darcy leva a mão direita até minha nuca e a outra me puxa mais para si de forma possessiva. Nossos corpos estão colados e eu sinto um calor incontrolável me atingir. Chama os bombeiros.

No entanto, tudo o que ouvi anteriormente vem em minha mente como flashes e eu recuo. Com muito esforço e controle físico.

— Darcy, eu... — início ainda sem saber o que dizer. — Quero muito ficar com você, sério. Porém, preciso que seja real, sou humana, afinal. Não quero me iludir. Você mesmo disse que não pode me prometer nada por hora... — minha voz soa baixa e insegura.

— Não precisa me explicar, Lizzie. Desculpe, vou me controlar. — ele respira fundo.

— Só me responde uma coisa?

— O que quiser.

— Por que riu de mim, naquele dia que eu tropiquei? — essa é a pergunta que não quer calar.

Darcy puxa pela memória e eu aguardo suas palavras:

— Você interpretou aquilo como quis e eu só permiti, porque me era conveniente. Na realidade, o que aconteceu foi o seguinte: Você apontou na sala e eu te olhei imediatamente, Carol me deu um cutucão e disse: Olha lá sua musa do proletariado. Eu a repreendi e pedi para não a chamar assim, então você tropicou. E, mais uma vez ela me provocou, dizendo: Quer realmente alguém tão atrapalhada assim como namorada? Eu balancei a cabeça e sorri pela insistência dela em tentar minar meu interesse por você, na sequência respondi: Eu gosto da Bennet do jeito que ela é. Depois disso você virou o rosto possessa, se olhasse um pouco mais, veria Carol espumar de raiva e fechar a cara no mesmo instante. — explica calmamente.

Beijo maliciosoOnde histórias criam vida. Descubra agora