15. abr. 2019: fim.

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Me perdi nos seus átomos.
Em sua inconstância.
Me achei.
E me viciei.
Nesse ciclo sem fim.

Nossos diferenciais se completam.
Se atraem.
Se reprimem.
Se satisfazem.
E entram em combustão.
Sem fim.

Sua imensidão me afoga.
Me afunda.
Mas me salva.
No fim.

Somos luz.
Fogo.
E escuridão.
Ao se fundirem.
Não se contaminam.
Se juntam.
Num crepúsculo espetacular.

Não existe porquê.
Apenas somos.
Apenas temos.
Sem ter como parar.

Nossa conexão é bela.
É rara.
É inconfundível.
É o rastro do quanto resistimos.

Do quanto eu resisti, amor.
Do quanto fugi.
Escondi.
Resguardei.

Para no fim.
Sermos apenas nós.
Refugiados em nossas reações químicas.
Balanceados em nossas moléculas.
Perdidos no que temos.
Nesse ciclo sem regras.
Sem pausa.
Sem fim.

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