27. jun. 2019: cansaço.

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O cansaço.
Algo normal, talvez rotineiro.
Violento, traiçoeiro.
Quando bate, a gente apanha sem dó.

Cansaço emocional.
Cansaço físico.
Psicológico.
Dói, arde, machuca.
A gente chora.
Surta.

Eu estava numa fase boa.
Mesmo diante o caos.
Tudo desmoronando a minha volta.
Ainda sim, parecia tudo bem.

Então, de repente.
Apanhei do famigerado cansaço.
E percebi que a fase boa.
Era só minha maneira de ver o mundo.

Tudo continua bagunçado.
Fora do lugar.
Caindo na minha cabeça.
Mas eu me encontrava feliz.

Porém, meus amigos.
A felicidade real não existe.
Ela apenas mora em momentos.
E quando eles passam.
Você percebe que era tudo um lampejo vazio.
De algo que nunca existiu.

Os sentimentos continuam me machucando.
Achei que não seria mais possível.
Depois que pensei aprender a lidar com eles.
Era tudo uma farsa.
Estive presa em mim mesma.
E talvez seja melhor assim.

Do que adianta gostar.
Se a intenção não é permanecer?

Do que adianta sentir.
Se não tem a intenção de ser?

Do que adianta?

Ninguém permanece.
E por tempos achei que era problema deles.
Até porque, o que eu teria de tão ruim?

Eles fogem.
Gostam, mas não o suficiente.
Para ficar.

Ainda que gostem de mim.
Não sou o suficiente para que continuem a lutar.
Seriam todos fracos?
Tolos?
Não sei ao certo o que pensar.

Talvez eu seja tempestade demais.
O meu caos talvez assuste.
O intenso nem sempre agrada.
E são todos covardes por não quererem.
Mergulhar de cabeça.
Nesse mar revolto que sou.

Eles vêem a nat.
Conhecem a natália.
E fogem do verdadeiro reflexo.
Que o meus olhos.
Demonstram.

Esse cansaço me deixou em frangalhos.
Apertou-me por inteira.
Extraiu até a última gota do que sou.
Mas, esse mesmo cansaço.
Me mostrou que os covardes.
São todos eles.
Que não aguentam o peso.
Da bagunça que carrego.

Com isso vejo que não tenho que mudar.
Eles que não suportam o meu evoluir.
Serei sempre assim.
E fica quem quiser ficar.

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