31. mai. 2019: liberte-ei-te.

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Depois de tanto tempo.
Presa nessas incertezas constantes.
Meus olhos finalmente se abriram.
E viram.
O que o coração tanto queria mostrar.

O meu gostar é diferenciado.
Cheio de dúvidas.
Querer e não querer.
Sentir e não sentir.

Mas, então, eu vi.
A minha ânsia em te ter.
Não é carnal.
É sentir sua presença.
Aqui, do meu lado.
Mas sem que precise estar.

É poder compartilhar minhas angústias.
E análises mais loucas.
É poder falar do que eu gosto.
E do que me incomoda constantemente.

É ter essa intimidade gostosa.
Que me enche o peito.
É poder ter sua atenção.
Ainda que ás 2h da manhã.
Em meio a paradigmas.
Que ao sono diga não.

É sentir o coração quase saltar do peito.
Quando você passa.
Mas sem ter a necessidade.
Que você fique.

É sermos livres para amarmos.
Quem nos der na telha.
Sem prisões.
Brigas.
E ciumeiras.

O meu gostar é liberdade.
Ainda que minha libido.
Clame por seus toques.
Eu não te quero.
Não assim.
Não quero que preencha meu corpo.
Porque você já preenche.
O maior vazio existente.
Você domina minha alma.
E não há nada mais bonito.
E importante pra mim.
Do que isso.

Sim, eu te amo.
Mas não quero que me pertença.
O mundo é tão grande lá fora.
Há milhares de pessoas e possibilidades.
E você está livre.
Sempre esteve.
Para descobrir cada uma delas.

Mas não pense que não és importante.
Para meu ser.
Porque você é.
E o maior ato de maturidade.
E amor.
É te deixar livre.
E aceitar que não fomos feitos.
Para sermos um só.
Nessa forma carnal.

Pertencemos ao mesmo espírito.
Porque ninguém me entende como você.
Mas apenas isso.
E separar o sentimento de amor.
Do de paixão.
Foi a coisa mais demorada.
E dolorosa que já fiz.
Mas agora estou livre.
Do que me prendia.
Dessa raiz.

Obrigada por permanecer.
Quando achei que iria embora.
Nossa liberdade é conjunta.
E meu peito não mais arde.
O coração não mais chora.

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