24. out. 2019: culpa.

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Você me destruiu.
Simples assim.
Tão simples quanto respirar.
Como existir.

Você acabou comigo de todas as formas.
Me desfez de dentro pra fora.
Um golpe tão baixo.
Quanto quando eu te via sorrir.

Me manipulou, me usou.
Me fez desmoronar.
Da pior forma.

E eu sei.
Que a pior coisa que fiz.
Foi ter te colocado num pedestal.
Porque eu não me ouvi mais.
Me perdi pra achar você.
E agora eu caí.
E não há nada que eu possa fazer.

Agora eu sinto que a culpa é minha.
Minha porque eu deixei.
Deixei que você brincasse comigo.
Que me fizesse de marionete.

Porque é assim que eu me sinto.
Apenas uma peça solta.
Nesse quebra-cabeça.
De emoções.

Como diz aquela música do blackbear:
"Se eu soubesse que te conheceria naquele dia.
Teria ficado na cama."
E com certeza.
Teria evitado minha eclosão.

Está sendo difícil.
Juntar meus pedaços pelo chão.
Jogados ao vento.
Por suas palavras impensadas.

Essa é a verdade.
Você não pensou em mim.

Não teve uma gota de empatia.
Não pensou no estrago que faria.
Ao me ferir dessa maneira.

Mas eu sou a culpada.
Por permitir que me tratasse assim.
Por deixar que judiasse de mim.
Sem pensar nas consequências.

E eu te odeio.
Te odeio com todas as minhas forças.
Com tudo o que há em mim.

Mas me odeio mais.
Por não conseguir sustentar isso.
Por saber que no fundo eu insisto.
Em te deixar na minha vida.

Eu sei que não fomos nada.
Que tudo não passou de um delírio.
Mas não deixa de doer só por isso.
Me machuca tanto que eu não resisto.

Não resisto em sofrer.
Em pensar em você.
Em lembrar o que a gente viveu.

Mas você nunca me fez bem.
E eu demorei a enxergar.
Hoje choro.
E não canso de me culpar.
Por algo que você fez.

Isso é um desabafo.
De um coração cansado.
Com a alma destroçada.
Queria não ter mais que existir.
Mas sei que tenho que resistir.
Porque ainda posso ser amada.

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