Capítulo 12 (Penúltimo Capítulo)

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Aproveitem o capítulo e se preparem para ficarem tristes... Ou não. Aí vai de vocês, mas eu fico bastante triste com essa cena.

Beijos e boa leitura.

Xx.

---😥---

No dia seguinte, a empresa se despedia de Helena com uma festinha e um bolo lindo. 

-Silêncio, pessoal. -Niall pede. -Silêncio, por favor. -O povo o escuta ficando todos em silêncio para saber o que viria de Niall. -Eu escrevi um poema para você, Helena. Se pudesse vir até aqui, por favor.

Niall estava em frente a mesa do bolo e fez Helena ficar a seu lado para declamar o poema. Ele limpa a garganta e abre a sua pastinha que sempre carrega com muitos contratos e documentos importantes.

-Está preparada?

-Manda a ver.

-"Pedras que rolam não criam limo
Então, com seus antiácidos você está saindo..." -O pessoal riu nessa parte e você, leitor(a), também.
"Podemos até ficar carecas
E ainda assim vamos perder
Porque você é a melhor chefe que poderíamos ter."

Digam que não foi uma graça. Digam. Os empregados batem palmas assim que o poema é declamado e Helena fica até sem jeito.

-É, você fez um belo discurso e eu vou sentir falta disso tudo. -Ela ri fracamente. -Saio daqui com milhões de lembranças e todos podem me procurar se algum dia fizerem lambanças. 

Helena ri, porém não é acompanhada. Talvez o pessoal não tenha entendido ou não achou graça mesmo. Eu voto pela segunda opção. Niall até perguntou o que ela tinha feito e Helena disse que fez o mesmo que ele.

Helena ia se despedindo dos empregados que iam embora ou iriam continuar ao trabalho, até Darla chegar perto dela para conversarem.

-Helena, muito obrigada por tudo, tá? 

-Ah, de nada. E boa sorte com tudo.

-Também me desculpe por ontem à noite. Foi muito estranho.

-Ah, que é isso? O Brian foi incrível.

-Eu pensei que fosse Barry.

Logo agora Helena foi dar esse desfalque?

-É que o Barry foi primeiro e depois foi o Brian e bom... Estava muito lotado. -As duas riem. -Ah, eu quase esqueci o grampeador. -Helena ia colocar o objeto em sua caixa, mas Darla começou a rir.

-Mas é... Aí, meu Deus. -Darla ri.

-O que?

-Deixa pra lá.

-Não, não. O quê?

-É que eu acho que o grampeador é patrimônio da empresa, sabe?

-É, tem razão. Mas... Quer saber? Que seja. Eu tenho boas lembranças com esse grampeador

-Não, não, pode ficar. Vai ser o nosso segredinho.

-Mesmo?

-É.

-Ótimo, obrigada, muito obrigada.

Niall, no mesmo lugar em que ficou, observava a situação.

-Acho que eu mereço, sabe? Por trabalhar 18 horas por dia, 7 dias por semana.

-Nossa! Acho que você é fanática por trabalho.

-Não, esse é o horário quando se trabalha com o Harry.

-Bom, eu também posso ser uma. É por isso que tomo cuidado em separar a minha vida pessoal da profissional. -Só um pouquinho, Darla queria se referir a noite passada. Mas não foi isso que Helena achou.

-Mesmo? Então eu acho que isso explicaria o encontro de ontem a noite, não é? -Helena ri.

-Como é que é?

-O quê?

-Isso não é da sua conta, querida. -Darla diz puxando o grampeador da caixa de Helena.

-Oh, meu Deus! Tá legal. -Helena diz puxando um pouco de dinheiro do bolso. -Quanto custa um grampeador? Toma. Aqui tem 10 dólares.

Helena deixou o dinheiro na mesa e tentou pegar o grampeador, mas Darla continuava dizendo que era da empresa. É isso mesmo, meu povo? As duas estavam brigando por um grampeador... Por fora. Mas, por dentro, Helena queria brigar mesmo com Darla. A festa acabou dando atenção para a pequena discussão das duas, Niall não fez nada a não ser rir, até que Harry chegou.

-Só está faltando a lama. 

Harry dá um basta na briga das duas segurando Helena, Niall segurou Darla, e puxando-a para o mini refeitório, entretanto antes que entrassem por completo, Helena fez aquele gesto de morte: o dedo no pescoço e disse a Darla: Você tá morta.

Harry soltou Helena dentro do ambiente. A mesma ficou um pouco longe de Harry, já que a raiva e a tristeza não haviam passado.

-O que foi isso?

-A sua namorada não queria devolver o meu grampeador. Parte da auditoria do escritório.

-Seu grampeador?

-Ainda tá planejando demolir o centro comunitário? -Helena pergunta olhando para a garrafa de café, os armários. Ela não queria olhar para ele.

-Olha... Eu sei que está chateada por ontem.

-Ainda tá planejando demolir o centro comunitário?

-Tentei ligar para você o dia inteiro...

-Ainda está planejando demolir o centro comunitário? -Ela pergunta em tom mais alto e agora o olha.

-Vem cá, qual é o problema? É incapaz de falar qualquer coisa a respeito da sua vida?

-Ainda tá planejando demolir o centro comunitário?

-Tá bom... Vou fazer você se lembrar: Você foi até o meu hotel. Eu estava com a Darla, não estávamos exatamente vestidos. você deve ter sentido alguma coisa.

Helena limpa a garganta e não responde a ele. Ela nunca gostou de falar sobre os sentimentos dela e não seria agora que iria falar. Ainda mais com ele.

-Eu não tenho que ouvir isso. 

Helena ia sair do mini refeitório fazendo com que Harry fique no lugar que ela estava.

-Que coisa ridícula. -Ele resmunga.

-Quer saber? Que direito você tem? -Agora Helena explodiu. -Que direito você tem? Pode acreditar, eu não aceitei esse emprego pra poder dormir com você, eu aceitei o emprego por uma causa.

-Você é uma causa! Faz Mahatma Gandhi parecer um vendedor de carros usados. -Mas Harry também explodiu.

-O que é difícil de se acreditar é como está sendo condescendente consigo mesmo. Por que não começamos todo o papo de novo, ok? Você me prometeu um centro comunitário...

-É, eu prometi! Eu prometi! Me desculpe. Sabe? Eu não controlo a economia. Eu não controlo o meu irmão. É, eu prometi e decepcionei você, me desculpe, mas quer saber? Eu sou humano...

-Não me diga. Eu sou humana...

-Tem muita gente que é.

-Eu sou humana também.

-Ah, você é? Você é perfeita demais. É maravilhosa demais. Ninguém pode alcançar você. Deve ser por isso que todos aqueles caras foram embora, se mandaram, correram de você. É porque você é intolerável, ninguém quer levar sermões. Ninguém quer viver com uma santa. Santas são chatas.

E aí Harry percebeu que tinha magoado Helena e que tinha falado coisas que não devia. Helena já estava desolada e, com isso que Harry disse, ficou ainda mais. O clima ficou triste e pesado até a secretária de Harry vir chamá-lo e ele sair deixando Helena sozinha. A mulher dedicada queria tanto chorar, mas fez um esforço maior que o mundo para que as lágrimas não caíssem. Porém, eu não garantiria que essas lágrimas não caíssem quando ela chegasse na casa dos pais, o lugar de onde não devia ter saído.

Amor à Segunda Vista - H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora