Capítulo 9

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   Juho me entrega uma pasta.
   -Toma, são essas as informações que eu tenho do último assassinato.
   -Obrigada! - sorrio -E não se preocupe, meu pai não vai descobrir nada.
   Ele sorri nervoso.
   -Espero que não descubra mesmo... - ele me encara -Não faça nada imprudente se você conseguir alguma pista.
    Me despeço de Juho e sigo para o hospistal. Tinha se passado 2 dias desde a última vez que fui visitar Taeyang.
    -Hyerin! - ele me dá um de seus sorrisos -Você demorou!
   Me aproximo dele sorrindo, percebo que ele está com uma caixinha de suco.
   -Desculpa, surgiu alguns imprevistos...
   -Tudo bem - ele bebe um pouco de suco -Você não é obrigada a vir me ver mesmo...
   -Quando você recebe alta?
   -Daqui uma semana - ele faz uma careta -Vou ter que ficar de repouso em casa e passar aqui a cada dois dias.
    -Dói? - encaro ele.
    -Só quando dou risada ou faço muito esforço físico... - ele deixa a caixinha de lado.
    Observo ela com curiosidade, aquele tipo de marca não era muito comum.
    -O que foi? Você queria um pouco?
    -Ah, não. É só que não é muito comum essa marca.
    Eu tinha certeza que já tinha visto aquela caixinha em algum lugar.
    -É o meu favorito! - ele sorri -Realmente não é uma marca muito comum, mas Nari sempre consegue para mim.
    -Nari? - olho para ele com curiosidade.
    -Ela é a governanta da minha casa, depois que minha mãe morreu ela cuidou de mim - Tae sorri fraco.
    -Entendo...
    Um silêncio se instala na sala, olho para minhas mãos.
    -Você quer saber quem é Minna? - Taeyang quebra o silêncio -Você quer saber minha história?
   Levanto o olhar.
    -Se não for um problema, eu quero ouvir sobre.
    Ele sorri.
    -Tudo bem, mas esteja preparada.
    Taeyang respira fundo e então começa.
    -Há 10 anos atrás, minha mãe morreu em um acidente. Nossa família foi completamente abalada, meu pai ficou tão mal que quase não ficava em casa. Ele vivia ausente e a desculpa dele era que ele precisava ficar na empresa, porque ele era dono dela - Tae dirige um olhar triste para mim -Nari passou a cuidar de mim, ela era como uma mãe. Quando eu precisava, ela estava lá. Quando eu me machucava, ela cuidava de mim. Eu acabei criando uma grande afeição por ela e passei grande parte da minha infância assim, pelo menos até meu pai aparecer com Minna - ele faz uma pausa -No começo ela era bem gentil e me tratava muito bem. Não demorou para que meu pai decidisse casar com ela, ele estava muito feliz. No entanto, ano passado ele morreu, a causa da morte não foi esclarecida - Tae olha para as janelas -Foi aí que o inferno começou. A doce e gentil Minna, se transformou na agressiva e violenta Minna. Ela começou a me maltratar, ela me deixava trancado no quarto e as vezes ela ameaçava matar Nari se eu me recusasse a obedecer ela.
    -Tae, se você quiser parar...
    -Tudo bem, agora que comecei vou terminar - ele volta sua atenção para mim -Depois de ela saber que a herança do meu pai, o que ela sempre quis, ia ser passada para mim e nem um centavo para ela, as coisas pioraram mais ainda. Ela ficou furiosa e até tentou me matar, só que ela foi impedida. Disseram para ela que depois que eu recebesse a herança ela podia me obrigar a passar pro nome dela. Acho que só por isso que ela me mantém vivo...
   -Tae - estico a mão e pego a dele.
   Ele sorri fraco.
   -Por favor não me olhe com esse olhar de pena... - Taeyang aperta minha mão -Eu não quero receber esse tipo de olhar da pessoa que eu gosto.
    Pisco várias vezes antes de enfim perceber o que ele havia dito.
    -G-gosta? - olho afobada para ele, era informação demais para mim engolir -Você gosta de mim?
    Ele dá um sorriso.
    -Desde o dia que eu te vi.
    Começo a gaguejar, ainda meio afobada eu puxo minha mão de volta.
    -E-eu também gosto de você - olho para baixo envergonhada e então levanto o olhar -Por isso eu juro que vou te ajudar!
   Ele me olha surpreso.
   -Como?
   -Eu... - penso um pouco -Eu dou um jeito, apenas confie em mim.
   Tae sorri e volta a pegar minha mão.
   -Obrigado, Hyerin.
   Sorrio.
  
(...)

Pov's Narradora
  
   A elegante mulher passa pelos corredores da delegacia, chamando atenção dos polícias. Ela se dirige até a sala do comissário e entra no escritório.
    O comissário levanta o olhar.
    -O que você está fazendo aqui?
    -Isso é jeito de tratar uma mulher? - ela pergunta indo em direção a mesa dele.
    -Pensei que tivéssemos combinado de nos encontrar em outro lugar - ele olha sério para ela.
    -Não enche, Joonha - ela se senta na cadeira e cruza as pernas -Vou direto ao ponto. Youngkyun quase estragou tudo atropelando o idiota do Taeyang.
    -Que?! - ele olha para ela em choque -Ele perdeu a cabeça?
    -Não sei mais o que se passa na cabeça daquele menino - a elegante moça suspira.
    -Talvez você já tenha drogado demais ele... - o policial empurra os óculos -E parece que ele está se tornando psicótico, não acho que ele seja mais normal.
    A mulher revira os olhos.
    -Pouco me importa se ele é psicótico ou não, ele é apenas uma peça para mim.
    -E quanto a Taeyang? - Joonha pergunta -Por quanto tempo vai mantê-lo vivo?
    -Não muito tempo, em breve ele vai estar comendo minhocas em baixo da terra - ela dá um risada -E claro que você vai encobrir tudo!
    -Quando esse momento chegar eu estou fora! - ele se levanta -Não quero mais fazer parte do seu joguinho, Minna.
    Ela se levanta e anda até ele.
    -Você não vai sair desse "joguinho" tão cedo, a não ser que você queira que sua amada filha e sua mulher descubram tudo.
   -Você não se atreveria!
   Ela ri sonoramente.
   -Sim, eu me atreveria - Minna se afasta -Tenho que ir Joonha e tome cuidado com sua filha, ela pode ser realmente problemática.
   A mulher caminha até a porta.
   -Como assim? Do que você está falando? - Joonha a encara em choque.
   -Eu vi ela saindo do quarto de Taeyang no hospital. Parece que ela é uma amiga muito próxima dele, pode ser irritante se ela descobrir tudo e eu tiver que matá-la - Minna saí da sala, deixando Joonha sozinho.
   -Merda! - ele soca a mesa irritado.
   Se Hyerin descobrisse tudo, estaria tudo acabado.

(...)

   -Que saco - suspiro decepcionada enquanto olho para as folhas na minha frente.
   Já fazia mais de quatro horas que eu estava olhando aquelas folhas e eu não havia achado nem uma pequena ligação entre as vítimas. Aquele caso era extremamente difícil.
   Suspiro decepcionada pela segunda vez.
   -Será que eu deixei alguma coisa passar? - penso um pouco -Não, não tem como.
    Então eu lembro da história de Taeyang, o que eu devia fazer para ajudar ele?
    Escuto o barulho de algo batendo no meu vidro. Levanto o olhar e vejo Dawon na janela do quarto dele. Abro a janela.
    -Oi baixinha - ele fala com um sorriso.
    -Oi Dawon.
    -Não é só porque temos uma semana de saco cheio que você tem que desaparecer - ele me encara.
    -Desculpa, aconteceu alguns imprevistos...
    -Eu e os garotos te perdoamos se você sair com a gente hoje.
    -Não sei não, Dawon. Onde vocês querem ir?
    -No parque abandonado.
    -Nem pensar!
    Dawon ri.
    -É brincadeira, vamos andar por ai, comer alguma coisa e conversar.
    -Tudo be... - sou interrompida pelo meu telefone -Eu já volto.
    Pego ele, o nome de Taeyang brilha na tela. Atendo com meu coração acelerado.
   -Tae? Aconteceu alguma coisa?
   -Hyerin, eu vou receber alta! - ele fala animado do outro lado.
   -Sério? Isso é ótimo!
   -Sim, só que não vou poder ir para a aula semana que vem. Ainda tenho que permanecer em repouso.
    -Como vou te ver então?
    -Eu até falaria para você vir em casa, mas não é uma boa ideia...
    -Por causa da sua madrasta? - brinco com um fio da minha calça.
    -É, por isso...
    -E se eu for quando ela não estiver?
    -Pode ser perigoso, Hyerin. Se ela suspeitar que você sabe que ela quer me matar... Não quero que você se machuque.
    -Não se preocupe Taeyang! - levanto o olhar -Quando eu te visito?
    -O quê?! Mas eu disse que é perigoso.
    -E daí?
    Ele fica quieto por um momento.
    -Tudo bem, você pode vir amanhã.
    -Ok! Te vejo amanhã! - desligo o celular e sorrio.
     Me jogo na minha cama sorrindo sozinha. Mas então eu lembro de uma coisa. Abro a galeria do meu celular e procuro pela a imagem, a algum tempo atrás em uma das cenas de assassinato eu havia achado uma caixinha de suco de uma marca não muito comum. Encaro a foto em choque quando lembro.
    Taeyang tinha uma caixinha igualzinha no quarto do hospital.

   

   

Blood Rose | Yoo TaeyangOnde histórias criam vida. Descubra agora