Capítulo 8

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Pov's ???

   Olho para o lado de fora da janela do carro. Observo cuidadosamente quando Taeyang começa a atravessar a rua. Ligo o carro e acelero.
   Taeyang olha em minha direção e arregala os olhos. Sorrio e freio o carro. O garoto é acertado com tudo por meu carro e jogado não muito longe dali. Volto a ligar o carro e dou a volta para sair dali, no entanto um carro bate frontalmente com o meu.
Me preparo para o impacto que me deixa sem ar.
   -Merda! - rapidamente puxo meu capuz e saio do carro.
   Me afasto dali correndo, o que eu tinha para fazer já estava feito.

(...)

   Caminho de um lado para o outro nervosa. Taeyang havia sido enviado para a ala de emergência, uma parte do hospital que eu não podia entrar.
   -Você vai fazer um buraco no chão desde jeito - Youngbin me entrega um copo com chá -É de camomila.
   -Eu não preciso disso.
   Youngbin me segura pelos ombros me fazendo parar de andar, ele me empurra para uma cadeira e me entrega o copo.
  -Eu sei que ele é amigo seu, mas não vai adiantar nada andar de um lado para outro.
   Encaro ele e tomo um pouco do chá.
   -Eu só estou preocupada...
   Escuto o barulho da porta da sala de emergência e vejo uma médica, me aproximo dela.
   -Doutora, ele está bem?
   Ela me encara.
   -Você é irmã dele?
   -Não, eu sou uma amiga...
   -Ele está bem, no entanto quebrou duas costelas e vai ter que permanecer no hospital.
    Sinto um alívio percorrer meu corpo, ele está vivo!
    -Eu posso vê-lo?
    A médica olha para seu celular e depois volta a olhar para mim.
    -Sinto muito, mas nós temos que transferi-lo para um quarto e apenas familiares podem ter acesso. Mas creio que amanhã durante o horário de visita você vai poder vê-lo.
    Olho para Youngbin e ele toca meu ombro.
    -É melhor irmos, você pode voltar amanhã.
    Olho para a porta da ala de emergência e solto um leve suspiro.
    -Tudo bem...
    No dia seguinte, assim que acordei fui direto para o hospital para visitar Taeyang. Pedi por informações na entrada do hospital e me dirigi para o quarto. Entro no elevador e aperto o botão para o 10˚, chegando no andar eu caminho até o quarto 76 e bato na porta.
    Assim que escuto uma voz dando uma confirmação, eu entro no quarto e fico impressionada quando percebo o quão chique é o quarto. Taeyang abre um sorriso quando me vê.
   -Hyerin, não esperava te ver por aqui! - meu coração acelera com seu sorriso.
    -Não sabia que você é rico - faço uma careta enquanto me sento ao lado da cama dele -Acho que você não vai precisar disso então - mexo a sacola.
    -O que é isso?
    -Eu cozinhei isso para você - tiro o pote com comida da sacola -Mas acho que você não vai querer essa comida, afinal você é rico.
    Taeyang faz uma careta.
    -Não é só porque sou rico que não vou querer comer sua comida.
    -Então você não vai nem me contrariar sobre ser rico? - entrego o pote para ele.
    -Não tem como te fazer pensar o contrário, o meu quarto já diz tudo - ele dá de ombros -Mas eu não me importaria de ficar em um quarto menos luxuoso, isso aqui são caprichos da minha família.
    Ele abre o pote e o cheiro de comida enche o quarto fazendo ele sorrir. Tae pega um pouco da comida e coloca na boca.
   -Ficou bom, não sabia que você era tão boa cozinhando!
   Encaro ele.
   -Não precisa me agradar, eu sei que não ficou tão bom...
   Ele sorri.
   -Está realmente bom Hyerin, só acho que o arroz ficou sem sal...
   Faço uma careta.
   -Esses curativos na sua mão são resultado da comida? - ele olha para minha mão que está com três dedos cheios de curativos.
   Sorrio enquanto coloco a mão na cabeça.
   -A faca escapou - olho para as minhas mãos -Umas três vezes.
   Ele pega uma das minhas mãos.
   -Você não precisava cozinhar se  fosse para se machucar.
   -Isso não é nada - sinto minhas bochechas queimarem -Mudando de assunto, como você está?
   -Com  dor, mas bem - ele coloca mais comida na boca.
   -Você lembra do que aconteceu?
   -Mais ou menos... Eu só lembro de um carro acelerando em minha direção e de sentir muita dor.
    -Então você acha que não foi um acidente?
    -Não sei - ele dá de ombros.
    Taeyang me entrega o pote vazio, assim que termina de comer.
    -Obrigado pela comida - ele sorri.
   Devolvo o pote para a minha sacola. Escuto uma batida na porta, me viro.
   -Taeyang? - uma voz feminina o chama -Posso entrar?
   Taeyang me encara com desespero.
   -Hyerin você precisa se esconder! - ele sussurra para mim.
   -P-por que? - me levanto.
   -Rápido! Apenas se esconda! - ele me empurra e aponta para o armário.
   Vou até ele e entro dentro, eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo. Escuto o barulho da porta se abrir e logo em seguida o barulho de saltos batendo no chão.
   -É claro que você está sozinho - a voz feminina fala com um riso -Quem ia querer ser amigo de alguém como você? Um imprestável.
    Engulo em seco, quem raios era aquela mulher?
   -Saí daqui Minna! - Taeyang fala com a voz alterada.
   -Qual é Taeyang, sua mãe não te ensinou a ser educado com os mais velhos? - ela ri -Ah, ela morreu. Então seu pai não deve ter ensinado - ela dá uma risada mais alta -Ah, ele também morreu!
   -Cala boca! Saí! - Taeyang grita mais uma vez.
   -Sabe eu tive sorte por Youngkyun não ter te matado quando decidiu te atropelar - ouço um suspiro -Não sei o que se passou na cabeça daquele menino.
   Youngkyun?  Quem é esse?
   -Então foi ele - Taeyang fala em voz baixa -Ele quase me matou!
   -Ah, não se faça de desentendido meu amor. Você sabe que nós só te mantemos vivo por causa da herança que você vai receber.
   Herança?  Respiro fundo.
   -Você não vai conseguir esse dinheiro! Nunca!
   O mulher ri alto e então escuto um gemido de dor.
   -Isso dói Taeyang? - escuto mais um gemido.
   -Pare com isso-o...
   Escuto os passos da mulher vindo na direção que eu estou.
   -Você não tem opção Tae, o dinheiro é meu e ponto final.
   -Não me chame de Tae!
   Engulo em seco quando escuto o barulho do salto dela parar na frente do guarda-roupa. Meu coração acelera, ela havia me descoberto?
   Mas então eu escuto o barulho de alguém batendo na porta.
   -Com licença, está na hora do medicamento do Sr. Kim.
   -Tsc, te vejo depois Taeyang. Temos muito do que tratar - o barulho do salto vai diminuindo até que enfim suma.
   Espero a enfermeira deixar o quarto para sair do guarda-roupa.
   -Tae! Você está bem? O que aconteceu? - corro até a cama dele.
   Ele franze a cara.
   -N-não precisa se preocupar.
   Levanto a blusa dele e vejo um pequena mancha de sangue se formando em suas ataduras.
   Ele me encara chocado e com as bochechas coradas.
  -Taeyang, você tem muito o que me explicar - encaro ele -Mas antes vou chamar uma enfermeira.
   Ele segura meu braço.
   -Hyerin, você não precisa fazer isso... Você não devia se meter nisso...
   -Apenas fique quieto - sorrio -Eu já estou metida até o pescoço nessa sua estória, eu ouvi o suficiente para estar.
   Depois da enfermeira verificar os ferimentos de Tae e fazer um novo curativo, nós enfim estávamos sós para falar do que aconteceu.
   -Faça as perguntas que você quiser - Tae fala -Eu responderei todas.
   -Tudo bem então - respiro fundo -Quem era aquela pessoa?
   -Aquela era Minna, minha madrasta.
   -O que ela quis dizer com herança?
   Taeyang me olha sério, mas antes que ele possa começar a contar a estória por trás daquilo, uma enfermeira entrou e disse que o horário para visitas tinha se esgotado.
   -Taeyang - seguro a mão dele -Aguente firme, eu vou te ajudar.
   Ele sorri.
   -Espero que você possa fazer isso...
   Chegando em casa, a primeira coisa que eu percebo é a ausência dos meus pais. Meu pai estava no trabalho e minha mãe saiu para jantar com amigas. Era minha chance.
    Subo as escadas e imediatamente arrisco abrir a porta do escritório, um ato completamente sem sucesso. Me apresso até meu quarto, pego um grampo de cabelo e volto para a porta.
   -Vamos lá!
   Enfio o grampo na porta e começo o processo de arrombamento, me mantenho concentrada enquanto giro o grampo, até que escuto o click da porta se abrindo.
   Sorrio e entro no escritório, caminho até a mesa do meu pai e abro as gavetas a procura da pasta do caso. Demoro apenas um minuto para encontrá-la. Caminho até a impressora e começo a tirar cópias.
   -Nunca pensei que eu precisaria fazer algo desse tipo... - suspiro.
   Enquanto uma das últimas cópias está sendo feita, meu telefone toca.
   -Alô
   -Hyerin, sou eu - escuto a voz de Juho.
   -O que aconteceu? - pego umas folhas que saíram da impressora.
   -Ele atacou de novo, o assassino que usa rosas...
   -O quê?!
   -Estou indo para o local e eu estive pensando no que você disse sobre investigar o caso de qualquer jeito, e eu decidi te ajudar.
    Quando escuto o que ele fala quase deixo as folhas em minhas mãos caírem.
    -Não sei, se vai ser preciso Juho - olho para as folhas em minha mão -Mas vou querer as informações do novo assassinato.
     -Tudo bem então - escuto alguém o chamar -O dever me chama, ligo mais tarde para você - ele faz uma pausa -Dê uma olhada na televisão, parece que já tem jornalistas por aqui.
    Desligo o telefone e pego as últimas folhas que foram copiadas. Me apresso para devolver a pasta original no lugar e tento fechar a porta com o grampo de novo, o que não deu certo.
    -Tsc, depois eu arranjo um jeito - fecho a porta e desço as escadas apressadamente.
    Ligo a televisão e me jogo no sofá.
   -Nessa noite de sexta, mais uma pessoa foi vítima do assassino em série. A vítima é uma mulher de 40 anos. A polícia diz estar analisando pistas para encontrar o culpado, mas nada de relevante foi achado. Até quando teremos que ter medo de sair de nossas casas?
   Suspiro e desligo a TV.
   -Até eu resolver esse caso! - volto para meu quarto e começo a organizar as folhas que tirei cópias.
   Abro meu guarda-roupa e afasto os cabides. Eu iria usar o fundo dele para organizar tudo. Ando até minha escrivaninha à procura de barbante e alfinetes, mas não encontro nada.
   Escuto o barulho da porta no andar de baixo, me apresso para guarda tudo e desço as escadas.
   -Oi filha - minha mãe me cumprimenta.
   -Você já voltou mãe - sorrio.
   -Eu trouxe para você - ela balança uma sacola -Comida japonesa.
   -Obrigada mãe - pego a sacola -Você tem barbante e alfinetes?
   Ela me encara enquanto tira os sapatos.
   -Deve ter, eu já olho.
   Depois de jantar e pegar o barbante e os alfinetes, voltei para meu quarto e tranquei a porta.
   Sorrio.
   -Está na hora de resolver esse caso.

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Desculpa a demora gente...

Blood Rose | Yoo TaeyangOnde histórias criam vida. Descubra agora